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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, novembro 09, 2017

Análise: Representatividade é também responsabilidade do esporte

Para Duda Lopes, responsabilidade social de clubes devem ir além de ações pontuais
Por Duda Lopes - Boston (EUA)
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Jesse Owens

Se há um laço que Brasil e Estados Unidos lamentavelmente mantêm é o racismo que insiste em persistir no cotidiano nos dois países. Em ambas as nações, a prática era institucionalizada com a escravidão no século XIX e, no caso dos americanos, com a segregação no século XX. Pouco tempo passou para as feridas serem curadas.
Para mudar esse panorama, há muito tempo o esporte tem uma função destacada. Seja na força de Jesse Owens frente a Hitler ou no brilhantismo de Pelé, o segmento sempre foi um especialista em unir as práticas da elite com o talento dos marginalizados.

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Pelé

Hoje, está muito mais claro a responsabilidade social que os clubes carregam. Eles sabem tanto disso que, entre as equipes mais profissionalizadas, não faltam exemplos campanhas de solidariedade. Mas aqueles que realmente querem responder por mudanças precisam ir além da ação que tão bem faz à imagem da instituição.
Pensar em ter pessoas não-brancas na posição de comando é uma dificuldade enfrentada por Brasil e Estados Unidos. O caso do Boston Red Sox (leia aqui) é emblemático: uma das regiões mais desenvolvidas do mundo tem dificuldade em se desvencilhar de um passado constrangedor. Ter um técnico latino é um passo fundamental para a mudança. 
No Brasil, o cenário é parecido. São raros os casos de treinadores negros, cenário diferente entre os atletas. O assunto é pouco discutido. Em 2016, chegou-se a falar da importância de Cristóvão Borges no Corinthians, time com origem popular. O treinador também teve espaço no Vasco, clube com história na luta contra o racismo. Está na hora de levar o assunto com maior seriedade.
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