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Essa semana foi realizado em São Paulo o maior Congresso de Sport
Business da América Latina, o SportBiz Latam. Com várias edições
realizadas em diferentes países de toda a região, o evento sempre convida
palestrantes internacionais.
E são eles que apresentam novas
visões, belos cases e uma construção de marca que os clubes brasileiros nem
sonham.
O evento realizado no clube Pinheiros em São Paulo não contou com a
presença de nenhum representante de clube brasileiro inscrito. Isso não é
novidade, já que dirigentes em suas mais variadas áreas não se interessam em
assistir palestras e debates. Querem sempre palestrar, como se tivessem o
que dizer.
O único clube representado no evento foi o Flamengo, em um painel sobre
sócio torcedor e licenciamento.
Como sempre frequentei como palestrante e também espectador de
congressos ao logo de duas décadas sempre considerei esse o maior problema do
futebol brasileiro.
Mesmo gerindo mal a marca e todo
o negócio, acreditam que estão no caminho certo e não necessitam aprender novos
conceitos e boas práticas.
Os clubes europeus apresentaram uma realidade global, e como chegaram lá
e não tinha um diretor de marketing de clube de futebol do Brasil para ouvir e
aprender.
Deviam estar muito ocupados
negociando algum patrocínio pontual ou espaço no abadá que virou seu uniforme.
O fato é que
a Indústria Esporte no Brasil para prosperar precisa que seus players atuem
como em qualquer mercado, buscando qualificar a sua gestão.
Para fazer isso somente com profissionais bem formados e com
entendimento do que de mais moderno está sendo feito no mundo.
Os gigantes da Europa já faturam
R$ 12 bi por ano só em marketing, essa inclusive é a receita mais importante
segundo a Deloitte para os 20 times mais ricos do continente.
Hoje os ganhos com patrocínios, licenciamentos e exploração da marca são
mais importantes que os valores recebidos da TV, outros R$ 11 bi.
Europa X Brasil, quem será que está certo?
Enquanto isso os licenciamentos dos clubes brasileiros representam 0,1%
dos R$ 70 bilhões movimentados no esporte global, segundo meu último estudo.
Se quisermos evoluir teremos que mudar basicamente tudo. Em palestras no
evento os diretores de Barcelona e Bayern de Munique, ambos residentes em NY
comandam seus escritórios internacionais com 10 profissionais contratados.
Mais que o marketing de muitos
clubes no Brasil.
Fui responsável em fazer uma palestra sobre o potencial desperdiçado do
futebol brasileiro. Sem dúvida o Brasil é o maior potencial desperdiçado do
futebol mundial.
O país é o maior mercado de mídia
e entretenimento entre os emergentes, contam com 160 milhões de torcedores, 80%
da população acompanha futebol na mídia e os clubes poderiam ser potências
mercadológicas globais.
Mas não são!
Muito além da diferença de PIB, o futebol brasileiro parou no tempo em
termos de gestão de marca. Enquanto americanos e europeus faturam alto na
relação dos clubes, com os fãs e patrocinadores, os times brasileiros continuaram
nessa loucura de lotar uniformes, placas e backdrops.
O foco nos projetos é outro,
muito além da visibilidade. Por conta disso os clubes europeus contam com 40,
50, 60 patrocinadores e os nossos com 3 ou no máximo 4, todos no uniforme.
Se quisermos melhorar nossas receitas de marketing no futebol teremos
que mudar totalmente a forma como os clubes trabalham suas marcas. As receitas
novas virão dessa nova abordagem.
Minotauro
foi um case
O ex-lutador de MMA Minotauro fez uma palestra e contou sobre sua
história de superação e também um belo case de como transformar um atleta em um
produto de marketing.
Inclusive citou um certo
preconceito que o Brasil tem de encarar que um atleta é um produto altamente
valioso.
O UFC mudou a forma como se faz marketing na modalidade.
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Benê Lima