Benê Lima
benecomentarista@yahoo.com.br
A administração do futebol por si só já representa um enorme desafio. Este desafio é tanto maior, na medida em que os resultados intracampo não dão sustentação ao trabalho extracampo.
Houve época em que as ferramentas da administração do lar já davam conta do gerenciamento do futebol. Era o tempo do amadorismo. Com o passar do tempo, o marrom que se juntou à expressão amador passou a designar os primórdios do profissionalismo.
A partir deste ponto, os instrumentos da administração doméstica passaram a ser insuficientes para dar respostas ao crescimento das novas exigências. Para atender à demanda pela instrumentalização da gestão desportiva, o futebol teve que incorporar todo o saber da administração de empresas, ainda tendo que acrescentar uma experiência nova, única e repleta de peculiaridades, que é lidar com a imponderabilidade dos resultados intracampo.
Quando comparada com qualquer outra atividade, vê-se que a administração integral do futebol é tarefa das mais difíceis. Além das peculiaridades e especificidades da gestão esportiva, o outro aspecto que torna a tarefa um desafio sem precedentes é a necessidade de obtenção de resultados objetivamente positivos, a partir do trabalho individual ‘artesanal’ de cada atleta.
Os “atores do espetáculo futebol” são, em regra, muito suscetíveis a variações nos seus humores e estado emocional. Como executam uma atividade em que o aspecto da psicomotricidade é destacado, eles necessitam estar bem física e emocionalmente, a fim de que a motivação esteja sempre em alta.
Dirigir um clube de futebol é uma tarefa hercúlea, e por isso não deve ser entregue a uma única pessoa. Nesse particular, o torcedor daria uma grande contribuição ao valorizar o trabalho de toda uma diretoria e não apenas o de um presidente. E isso criaria, sem dúvida, uma espécie de círculo virtuoso, dando assim uma maior visibilidade a todos os setores de um clube, tornando mais participativo e atraente o trabalho de todos os departamentos, diferentemente do que hoje existe, onde o foco e os refletores são todos voltados para a figura dos presidentes das executivas.
O futebol cearense tem sido pródigo nos exemplos de concentração de poder nas mãos de presidentes de clubes. E, para justificar essa excrescência, constroem-se frases do tipo “manda quem tem dinheiro”, “quem paga é quem manda”, e coisas e loisas. Isso acaba provocando uma sobrecarga para o dirigente, ao tempo que provoca sua superexposição, com todos os prós e, principalmente contras, que a situação produz.
De outra parte, essa concentração de poder e de tarefas juntamente com a superexposição, elas provocam o desgaste prematuro do dirigente, pela potencialização de seus equívocos em discursos e ações. Daí ser importante a boa interlocução, daí ser recomendável a alternância do discurso e do discursista.
Delegar, portanto, constitui mais que uma virtude para quem exerce posição de liderança: consiste, antes, numa injunção descentralizadora e democrática, sob a qual se constrói um ambiente corporativo propício ao surgimento de novas lideranças, e à divisão de trabalho.
Sinopse
"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."
A questão da gestão esportiva no esporte e exclusivamente no Futebol, é o grande desafio do Brasil.
ResponderExcluirQuando sairemos da gestão movida a paixão pela administração de executivos do futebol, mais racional.
E o futuro dos clubes pequenos, qual melhor modelo para esse segmento?
Quero discutir isso em breve no meu blog voltado aos clubes de menor expressão do futebol brasileiro.
Blog: pequenosgrandesclubes.blogspot.com
A questão da gestão esportiva no esporte e exclusivamente no Futebol, é o grande desafio do Brasil.
ResponderExcluirQuando sairemos da gestão movida a paixão pela administração de executivos do futebol, mais racional.
E o futuro dos clubes pequenos, qual melhor modelo para esse segmento?
Quero discutir isso em breve no meu blog voltado aos clubes de menor expressão do futebol brasileiro.
Blog: pequenosgrandesclubes.blogspot.com