Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quarta-feira, outubro 03, 2007

Scout é aliado do futebol

Autores:Eduardo Fantato e Nicolas Bacic
Revisão e intertexto: Benê Lima

Futebol, um esporte avesso a novidades (...)

O futebol tem medo do futuro! Sempre teve!

Onde já se viu uma seleção de futebol levar médicos, preparadores físicos, psicólogo e pasmem: um dentista para uma Copa do Mundo?

Em 1958, Paulo Machado de Carvalho (o nome do Pacaembu), então chefe da delegação brasileira da Copa do Mundo da Suécia, posteriormente coroado como o “Marechal da vitória”, foi massacrado com argumentos similares por apresentar um plano de trabalho que envolvia esses profissionais na comissão técnica.

Sabe-se que o tal dentista, Mario Trigo, coordenou um trabalho de cerca de 500 obturações nos 33 atletas brasileiros, levantando as questões sobre os focos de infecções dentárias interferirem na recuperação de lesões dos atletas.

Em 1966, a Inglaterra iniciou de forma mais organizada um sistema de marcação homem a homem, que exigia um condicionamento físico mais apurado. Era para alguns “o início do fim” da técnica, do futebol arte.

Zico, o atleta de laboratório, ganhou 17 centímetros e 33 quilos sob muitas criticas. Kaká passou por processo similar, ganhando 11 quilos e aumentando sua massa de 64% para 74%, também com criticas.

Tudo por conta da inserção de recursos tecnológicos e conseqüente aprimoramento de fisiologistas, preparadores físicos, etc.

As inovações e melhorias dos processos sempre passam por um questionamento forte e incisivo, seja pelo lado romântico do futebol, seja pelos críticos de carteirinha. Mas isso não impede os avanços. Qual clube hoje não possui uma equipe de preparadores físicos, um staff médico, e mesmo fisiologistas atuando próximo aos treinadores? Esses profissionais foram criticados veementemente e ainda o são quando “ameaçam” (propõem) com novidades.

Hoje se observa uma tendência voltada à preocupação com informação de cunho técnico e tático. Os clubes em sua maioria já têm seus ‘olheiros’ de papel e prancheta na mão, mas ainda receiam uma organização e recursos tecnológicos que facilitem esse trabalho.

Ora, em tempos de velocidade de informação não se pode recusar recursos tecnológicos que facilitem o acesso às informações, sejam elas num pós-jogo para o planejamento semanal, sejam elas no decorrer do próprio jogo. Afinal, se o gol é um mero detalhe, fiquemos atentos aos detalhes.

O scout, ferramenta que vai além da estatística, permite uma integração de informações e análises, que deve chegar rapidamente e de forma dinâmica às mãos da comissão técnica, não subestimando o trabalho de alguns, mas sim os instrumentalizando e otimizando seu tempo. Liberados de papel e prancheta podem extrair mais informações, mais detalhes.

Ainda que imerso em críticas o esporte já vem apresentando algumas estruturas e recursos para lidar com esse aspecto que podemos chamar Central de Inteligência de Jogo (CIJ), no qual se encontram estatísticas, scout, análise, avaliações de jogo e desempenho.

No futebol, o exemplo do Chelsea, ex-time do português José Mourinho, tem em seu corpo técnico, além de funções tradicionais como preparadores físicos, assistente-técnicos, médicos, entre outros, uma grande equipe responsável pela CIJ, dentre os quais encontramos o que eles nomeiam de:
- Match Observer Scout,
- Head Opposition Scout,
- Chief Scout e
- Match Analyst.

Assim como a equipe multidisciplinar (fator hoje mais do que essencial aos clubes de futebol) de Paulo Machado em 1958 foi recebida e encarada com muito medo e receio, o scout como recurso tecnológico, bem como qualquer outra inovação que chega ao futebol tem suas barreiras, seus críticos.

5 comentários:

  1. Gostaria de pedir sua autorização para postar um link em meu blog direcionado ao seu,
    Agradeço desde já
    gualber@globo.com

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  2. Parabéns pela matéria!
    São essas novidades que precisamos informar aos "cabeça chatas" e teimosas do nosso pébol que o futebol é dinâmico e não é mais feito por "pura paixão". As ferramentas diversas que surgem em todas as áreas e segmentos científicos devem fazer parte sim, do futebol, agregando valores aos clubes e criando alternativas de diferencial quanto aos outros. Você foi muito feliz ao abordar sobre os SCOUTS !
    Parabéns!
    mailto:gualber@globo.com

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Prezado Gualber,
    Este blog está apenas em seu processo inicial. Ainda incipiente, falto de alguns recursos e seu mantenedor meio que sem tempo e sem outros recursos. Mas a idéia é implementá-lo, até o tornar uma seriíssima contribuição para uma rediscussão e um repensar verdadeiro do futebol no estado do Ceará.
    Um abraço!
    Benê Lima

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Benê Lima