Ex-jornalista e atual gerente de futebol do Grêmio Barueri analisa as funções e sua empreitada à frente do clube paulista
Bruno Camarão
“Que futebol se ganha e se perde nos detalhes eu já sabia. Mas o desenvolvimento de um treinamento adequado para alta performance e de uma logística correta que privilegie a recuperação dos atletas é algo extremamente significativo e influente na obtenção de um bom resultado”. O parágrafo inicial faz parte de uma das últimas colunas de José Calil, jornalista que, em partes, abdicou da carreira que traçou por mais de duas décadas para viver o futebol “de dentro para fora”. Ali, porém, muito simbolismo está embutido.
O principal são os sinais de vivência e conhecimento na nova função assumida desde o primeiro semestre deste ano, na gerência de futebol do Grêmio Barueri. A convite do presidente do clube do Vale Paraíba – e após um preparo técnico-acadêmico, que já vinha sendo realizado –, Calil pôs um ponto final no projeto profissional que teve como base as rádios Gazeta, Transamérica, Guarujá, Tupi, Record e Globo, além das emissoras televisivas RedeTV e Sportv, para tornar-se cartola.
A nova esfera de trabalho, sustentada desde o início pelo bom relacionamento com o grupo de jogadores do Barueri, que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro, porém, não findou a veia cronista de Calil, que, fiel a um público que manteve nessa jornada, ainda contribui com textos para o site Papo de Bola e para o jornal A Tribuna, de Santos.
"Era um jornalista muito crítico, combativo, se você pegar minha colunas antigas. Agora, pretendo passar minha experiência nesse lado. Procuro falar o que se faz, a importância de uma viagem, a recuperação física de um atleta. De maio para cá, o enfoque é bem diferente”, analisa o próprio Calil. Mas não era necessário.
Fisiologia do esforço, período de treinamento, suplementos alimentares, logística de viagens e relevância ou não da concentração, situações explicitadas no novo cotidiano, passaram a ser abordagens temáticas nas escritas de Calil, que sai em defesa de seus antigos colegas.“
Lamentavelmente a grande maioria dos jornalistas só olha o colete que o treinador vai dar para o time e divulga os titulares. E eu não culpo o profissional de imprensa por isso. Hoje ele é muito mal remunerado, sendo obrigado a trabalhar em dois, três veículos. Acompanhar um treinamento, em suas minúcias, é muito complicado”, pondera.
Além disso, nesta entrevista concedida à Cidade do Futebol, Calil comenta sobre a formação de uma comissão técnica, as adversidades reflexivas da “janela européia” aos times da segunda divisão, as críticas particulares ao “artificial” time de cuja direção faz parte e o trabalho social implementado na região.
Cidade do Futebol – Nestes aproximadamente quatro meses em uma nova função em sua carreira, a visão que você tinha da administração de um clube, e a própria visão sobre sua ex-profissão, a de jornalista, foi mudada?
José Calil – Esse tempo me fez entender que são os jogadores quem fazem as coisas acontecer. Para tudo a gente tem de ter o apoio dos jogadores. E foi isso que busquei no começo. Foi complicado enfrentar a barreira por não ser muito conhecido no meio, mas os atletas gostaram de mim, nos damos bem, assim como com toda a estrutura do clube. Sei que tenho muito a aprender. Hoje, subi mais um degrauzinho, minha vida está só começando.
José Calil – Esse tempo me fez entender que são os jogadores quem fazem as coisas acontecer. Para tudo a gente tem de ter o apoio dos jogadores. E foi isso que busquei no começo. Foi complicado enfrentar a barreira por não ser muito conhecido no meio, mas os atletas gostaram de mim, nos damos bem, assim como com toda a estrutura do clube. Sei que tenho muito a aprender. Hoje, subi mais um degrauzinho, minha vida está só começando.
Cidade do Futebol – As suas colunas no site Papo de Bola e no jornal A Tribuna foram mantidas. Crê que possa haver algum tipo de interferência, ou suspeita em seus textos, ou são duas situações completamente distintas?
José Calil – Eu deixei os meios de comunicação – a RedeTV e a Rádio Transamérica – porque eu era remunerado. Já naqueles dois veículos, eu não tenho remuneração e me mantive lá com a anuência dos editores. Tanto no Papo quanto na Tribuna eu decidi continuar para exercitar meu lado ético.
José Calil – Eu deixei os meios de comunicação – a RedeTV e a Rádio Transamérica – porque eu era remunerado. Já naqueles dois veículos, eu não tenho remuneração e me mantive lá com a anuência dos editores. Tanto no Papo quanto na Tribuna eu decidi continuar para exercitar meu lado ético.
Era um jornalista muito crítico, combativo, se você pegar minha colunas antigas. Agora, pretendo passar minha experiência nesse lado. Procuro falar o que se faz, a importância de uma viagem, a recuperação física de um atleta...
Eu evito críticas. Não comento mais o que se faz nos clubes, no Palmeiras, no Santos. Eu estou do outro lado, mas há ainda uma relação com um público cativo que eu tenho, do qual eu não quero perder a confiança construída. Mas, de maio para cá, o enfoque é bem diferente.
Cidade do Futebol – Um de seus últimos textos publicados, por sinal, abordou “Treinamento e logística”. Nesse período à frente do comando do futebol do Barueri, o que você aprendeu nesses dois sentidos?
José Calil – Aprendi muito. Sobre o treinamento como um todo, com nosso diretor de treinamento e alta performance, o Marcelo Lima, que veio da base do São Paulo. É uma pessoa que sabe tudo de Fisiologia. Não tinha conhecimento nenhum sobre suplemento, o que tem naqueles complementos dados aos atletas durante o período de treinos e nos jogos. Nessa parte, tudo eu aprendi com esse profissional.
José Calil – Aprendi muito. Sobre o treinamento como um todo, com nosso diretor de treinamento e alta performance, o Marcelo Lima, que veio da base do São Paulo. É uma pessoa que sabe tudo de Fisiologia. Não tinha conhecimento nenhum sobre suplemento, o que tem naqueles complementos dados aos atletas durante o período de treinos e nos jogos. Nessa parte, tudo eu aprendi com esse profissional.
Em relação à logística, é algo que eu já tinha na minha vida. Sempre viajei muito e sei como é cansativo. O que aprendi foi essa questão baseada na fisiologia do esforço. Os benefícios de se evitar viagens de madrugada, dormindo na própria cidade onde foi realizada a partida, com um treinamento regenerativo pela manhã e o retorno só no dia seguinte...
Compreendi que, dormindo no local, o jogador vai aproveitar melhor o treinamento. Por outro lado, se der a folga sem o treinamento, é um período muito longo sem movimentação nenhuma.
Cidade do Futebol – Você fez algumas referências sobre carga de trabalho, recuperação física, planejamento de viagem, enfim, sobre quesitos mais estruturais e técnicos que envolvem a comissão de um time de futebol nessa coluna citada. Você vê a imprensa, de uma forma geral, preparada para analisar e discutir o esporte dessa maneira mais global?
José Calil – Sinceramente, não. Pois lamentavelmente a grande maioria dos jornalistas só olha o colete que o treinador vai dar para o time e divulga os titulares. E eu não culpo o profissional de imprensa por isso. Hoje ele é muito mal remunerado, sendo obrigado a trabalhar em dois, três veículos. O Muricy [Ramalho, técnico do São Paulo] fala bem isso. “Jornalista quer saber o time e vai embora”. Ele tem razão nisso, mas não em culpar o jornalista, que ganha pouco e tem de sair do treino de lá e partir para fazer outro trabalho. Se esse profissional ganhasse 20, 30 mil reais por mês, seria uma outra situação.A imprensa não está preparada. Não acredito que exista “a imprensa”, uma coisa monolítica, e sim setores, “em geral”, como foi colocado.Acompanhar um treinamento, em suas minúcias, é muito complicado. Às vezes, ele é dividido em duas, três partes. Um trabalho específico de zagueiro de um lado, com atacantes do outro, em um campo reduzido, outro para quem não atuou na última partida.
José Calil – Sinceramente, não. Pois lamentavelmente a grande maioria dos jornalistas só olha o colete que o treinador vai dar para o time e divulga os titulares. E eu não culpo o profissional de imprensa por isso. Hoje ele é muito mal remunerado, sendo obrigado a trabalhar em dois, três veículos. O Muricy [Ramalho, técnico do São Paulo] fala bem isso. “Jornalista quer saber o time e vai embora”. Ele tem razão nisso, mas não em culpar o jornalista, que ganha pouco e tem de sair do treino de lá e partir para fazer outro trabalho. Se esse profissional ganhasse 20, 30 mil reais por mês, seria uma outra situação.A imprensa não está preparada. Não acredito que exista “a imprensa”, uma coisa monolítica, e sim setores, “em geral”, como foi colocado.Acompanhar um treinamento, em suas minúcias, é muito complicado. Às vezes, ele é dividido em duas, três partes. Um trabalho específico de zagueiro de um lado, com atacantes do outro, em um campo reduzido, outro para quem não atuou na última partida.
Cidade do Futebol – Qual é o perfil da torcida do Barueri? Como é a interferência dela em relação ao time, tal qual ocorre em muitos grandes clubes?
José Calil – Ela é pequena, mas é maravilhosa. Nunca vai no centro de treinamento cobrar resultado de jogadores, enfim, ela festeja, é muito boa para o time e faz a parte dela enquanto torcida. A cobrança que temos aqui é dos nossos patrões.
José Calil – Ela é pequena, mas é maravilhosa. Nunca vai no centro de treinamento cobrar resultado de jogadores, enfim, ela festeja, é muito boa para o time e faz a parte dela enquanto torcida. A cobrança que temos aqui é dos nossos patrões.
Nesse sentido, temos muita cobrança aqui, mas interna, dos investidores, dos nossos superiores, e que tem que existir, mesmo, sobre treinador, gerente, e diretor de futebol.
Cidade do Futebol – Na edição do ano passado da Série B do Nacional, o Barueri teve a sexta maior média de público, à frente de muitas equipes tradicionais da Série A – Santos e Botafogo, por exemplo. Isso é uma ocorrência excepcional, ou acha que há possibilidade de cativar e criar torcedores próprios do Barueri com o tempo? Algum trabalho em termos de marketing é projetado?
José Calil – Na minha visão, a formação de um grupo de torcedor depende de resultado. Eu comecei a freqüentar estádios na década de 70. A Portuguesa, por exemplo, tinha mais torcedor que o São Paulo em muitos jogos. Hoje, você vê como isso mudou e é inimaginável pensar em uma situação dessas.
José Calil – Na minha visão, a formação de um grupo de torcedor depende de resultado. Eu comecei a freqüentar estádios na década de 70. A Portuguesa, por exemplo, tinha mais torcedor que o São Paulo em muitos jogos. Hoje, você vê como isso mudou e é inimaginável pensar em uma situação dessas.
Porque, de lá para cá, o São Paulo foi tricampeão da Libertadores, tri do Mundial, campeão paulista, e a Portuguesa não ganhou praticamente nada. O clube se faz com conquistas e, com os seis acessos nos últimos anos, o torcedor do Barueri, que é ainda um público pequeno, se firmou, independentemente de ele ser simpático ao Corinthians, ao Palmeiras ou ao Santos também.
Temos um departamento de marketing bastante atuante, são feitas algumas ações antes dos jogos e durante eles, seja no telão do estádio, ou no próprio site oficial, diariamente, buscando fidelizar o torcedor.
Eu respeito bastante isso. Agora, para criar um torcedor fiel, uma massa, é fundamental que haja conquistas.
Cidade do Futebol – Como é feito o trabalho com os atletas, tendo-se consciência que o Barueri é um clube emergente, e muitos deles almejam agremiações maiores, ou mesmo atuar fora do país?
José Calil – Eu não posso falar pela cabeça dos atletas, mas qualquer gestor de futebol tem de estar sempre preparado para perder o elenco. Não é porque o cara está aqui e quer ir para o Corinthians, e sim uma ciranda sem fim. Trabalhar com um elenco que pode ser mudado a qualquer momento é uma realidade do futebol brasileiro, é porque os jogadores dos times grandes também querem sair, e não algo exclusivo do Barueri.
José Calil – Eu não posso falar pela cabeça dos atletas, mas qualquer gestor de futebol tem de estar sempre preparado para perder o elenco. Não é porque o cara está aqui e quer ir para o Corinthians, e sim uma ciranda sem fim. Trabalhar com um elenco que pode ser mudado a qualquer momento é uma realidade do futebol brasileiro, é porque os jogadores dos times grandes também querem sair, e não algo exclusivo do Barueri.
Não há como não conviver com isso no futebol brasileiro. O Barueri tem por filosofia manter sua base. Do Campeonato Paulista do Interior do ano passado, mudou muito pouco, sempre queremos manter a base. E isso porque o clube erra muito pouco em contratações.
O Walter Sanches [presidente do clube] conhece muito futebol. Aqui, as contratações são feitas mediante critérios técnico e tático. Não tem porque mudar muito se você acerta, mas sempre atualizamos nosso banco de dados sobre jogadores.
Cidade do Futebol – Os reflexos da “janela” do futebol europeu preocupam muitas agremiações que disputam a elite do Campeonato Brasileiro, produzindo desde já algumas perdas nos departamentos de futebol. Esse tema também aflige os times da Série B, como o Barueri?
José Calil – Os clubes europeus buscam na primeira, e os da primeira na segunda divisão, é inevitável. O jogador só sai do Barueri por uma coisa muito boa. Aqui, ele tem estrutura, condições de treinamento. Hoje, ele tem uma consciência profissional de que tem que ser bem treinado, alimentado e remunerado para poder render.
José Calil – Os clubes europeus buscam na primeira, e os da primeira na segunda divisão, é inevitável. O jogador só sai do Barueri por uma coisa muito boa. Aqui, ele tem estrutura, condições de treinamento. Hoje, ele tem uma consciência profissional de que tem que ser bem treinado, alimentado e remunerado para poder render.
Temos um CT que será inaugurado. Não gosto de falar que é “melhor que o de tal clube”, mas garanto que é algo de primeiríssimo mundo. Para ele não sair, buscamos seduzir o jogador exatamente com essa estrutura. Houve um, que não vou citar o nome, que no começo do campeonato esteve entre Barueri e Ipatinga.
Hoje, sei que ele está arrependido. Ele não recebe, disputa a parte de baixo da tabela na Série A, agüentando pressão. Aqui, mesmo ganhando menos, estaria jogando, disputando as primeiras posições... Hoje, até podemos competir com alguns times da Série A. Mas temos de ter a consciência e o preparo diante da possibilidade de perder um atleta.
Cidade do Futebol – O que pensa sobre uma remodelação do calendário nacional, ocorrendo paralelamente ao do mercado principal da Europa?
José Calil – Eu considero hoje o calendário brasileiro muito bom. Não sou favorável à temporada 2007/8, só acho que deveria haver algumas situações diferentes. Por exemplo: um Estadual com números de clubes reduzidos, porque aí, quem participa da Libertadores, pode disputar também da Copa do Brasil, o que é impossível hoje por causa do estrangulamento do calendário.
José Calil – Eu considero hoje o calendário brasileiro muito bom. Não sou favorável à temporada 2007/8, só acho que deveria haver algumas situações diferentes. Por exemplo: um Estadual com números de clubes reduzidos, porque aí, quem participa da Libertadores, pode disputar também da Copa do Brasil, o que é impossível hoje por causa do estrangulamento do calendário.
Com o regional se transformando em um torneio de pré-temporada, se ganharia mais tempo para as outras competições. De uma forma geral, acho que ele é correto do jeito que se apresenta. Fora a questão climática, que promove uma condição diferente aos atletas, especialmente em seu período de férias. O torcedor não tem a cultura para falar “o campeão da temporada 2007/8”. O que se precisa é um ou outro ajuste.
Cidade do Futebol – Qual o perfil ideal da comissão técnica na montagem de uma estrutura de futebol profissional?
José Calil – Eu tenho limites, respondo a uma diretoria. Quando você contrata um treinador, há muitas mudanças nos clubes em meio ao contrato vigente porque eles erram na hora de contratar. Quem contrata certo, com critério, não precisa mudar toda hora.
José Calil – Eu tenho limites, respondo a uma diretoria. Quando você contrata um treinador, há muitas mudanças nos clubes em meio ao contrato vigente porque eles erram na hora de contratar. Quem contrata certo, com critério, não precisa mudar toda hora.
Em um clube de Série B, você tem de estar sempre preparado para substituir seu treinador, porque ele pode substituir alguém na A.
O Muricy, por exemplo, está há três anos no São Paulo. Ele só sai de lá para a Europa. O treinador do Barueri, seja quem for, pode sair para Corinthians, Flamengo, Santos. O que precisa ter em mente para a contratação de um treinador da Série B, que eu consideraria obrigação, é honestidade e conhecimento da competição.
O Heriberto da Cunha, por exemplo, que está conosco. Ele não pediu uma contratação e trabalha com quem está aqui, sem esquema. Ele esteve na Série B em todas as últimas edições, subiu com o América-RN e tem um histórico de conquista de campeonatos estaduais e nas categorias de base.
O treinador tem que ser bem aceito e se fazer aceitar pelo grupo, que é o caso do Heriberto. Os jogadores respeitam as decisões dele, pois sabem que, eventualmente, não estão fora por sacanagem, mas porque não têm como jogar neste momento.
Ele dá muita atenção a quem não esta jogando, e aí está um ponto importante: o jogador que não está atuando tem um tendência a se sentir abandonado, é uma coisa que aprendi neste período. Você vai precisar daquele jogador em um momento. Sempre há a necessidade de se ter jogadores bons. Quando você tem 30, 35 jogadores bons, sempre vai ficar gente de qualidade fora.
Cidade do Futebol – Como funciona a relação entre a administração do futebol profissional do Barueri e os Núcleos de Formação esportiva?
José Calil – O Barueri não é só futebol. Ele faz um trabalho social muito grande na região. Sempre sai uma notícia falando de vitórias de atletas do clube em várias modalidades, jogos regionais. Existe essa preocupação aqui.
José Calil – O Barueri não é só futebol. Ele faz um trabalho social muito grande na região. Sempre sai uma notícia falando de vitórias de atletas do clube em várias modalidades, jogos regionais. Existe essa preocupação aqui.
O que aparece para o público é um time de futebol, que joga toda semana, mas há um trabalho social da maior importância por trás disso. Antes de imaginar formar atletas que vão dar mídia, o objetivo é colaborar com o esporte do nosso país.
O Brasil vai ter menos medalhas nas Olimpíadas do que vários países menores que ele, porque não há uma política olímpica implementada aqui. Nossa prioridade é para formar homens, mas também contribuir com a política esportiva nacional.
O próprio ministro Orlando Silva, com quem estive em um vôo de Brasília, recentemente, se mostrou interessado em conhecer esse trabalho de base. Queremos continuar fazendo o trabalho social de formar atletas cidadãos, dando também nossa contribuição.
Cidade do Futebol –Especialmente no momento da construção da Arena e dos acessos do time às divisões principais do futebol – tanto em termos estaduais, quanto nacionais –, questionou-se muito a “artificialidade” do Grêmio Barueri. Como você avalia esse tipo de crítica?
José Calil – Quem fala que o Barueri é time de prefeitura, é artificial, que vai morrer a qualquer momento, não conhece o Barueri em suas intimidades. Eu não deixaria 25 anos de profissão, uma carreira inteira, para trás, para ganhar menos – ganho bem, mas um pouco menos do que quando estava na TV e no rádio – e trabalhar em um projeto furado.Aqui tem um projeto muito sério de futebol. A arena é parte desse projeto, um equipamento esportivo multiuso importante que certamente vai ser palco de muitos shows e eventos quando estiver concluída.
José Calil – Quem fala que o Barueri é time de prefeitura, é artificial, que vai morrer a qualquer momento, não conhece o Barueri em suas intimidades. Eu não deixaria 25 anos de profissão, uma carreira inteira, para trás, para ganhar menos – ganho bem, mas um pouco menos do que quando estava na TV e no rádio – e trabalhar em um projeto furado.Aqui tem um projeto muito sério de futebol. A arena é parte desse projeto, um equipamento esportivo multiuso importante que certamente vai ser palco de muitos shows e eventos quando estiver concluída.
Talvez minha primeira impressão até tenha sido essa. A partir do momento que conheci o clube, seus dirigentes, a filosofia de trabalho, comecei a sentir o que era de fato o Barueri. É um projeto muito sério de futebol que, se Deus quiser, vai durar por muito tempo. E quem acha que o prefeito manda no Barueri e larga a prefeitura na cidade, precisa conhecer o que é feito por aqui.
Ele investe no social, sim. Há uma qualidade de vida muito boa em Barueri e aconselho a essas pessoas que conhecessem o clube e a cidade, duas coisas que são bem separadas.
O GRB [Grêmio Recreativo Barueri] paga aluguel à prefeitura. Se o prefeito, por exemplo, emprestar a Arena para o GRB e não cobrar nada, o Ministério Público vai no pé dele. Ele é um entusiasta, mas não pode tirar milhões de lá e colocar no clube. É feito um trabalho integrado, mas a prefeitura não é mantenedora e apenas ajuda o Barueri.
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Benê Lima