Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, junho 16, 2009

COM PÉ E CABEÇA – ANO IV – Nº153


Estudo de forma multidisciplinar, ajo de modo interdisciplinar e penso pela ótica transdisciplinar." (Benê Lima)


”O Radialista deve se esforçar para aprimorar os seus conhecimentos técnicos e profissionais, sua cultura e sua formação moral.” (Código de Ética dos Radialistas)


Para reflexão:
Garotas não vão a uma casa de prostituição para orar, e sim para se prostituírem.


Opinião - I
MUDANÇA DE CENÁRIO


Eleição na Federação toma rumo diverso e grupo situacionista modifica estratégia


O que seria uma eleição tranqüila assume ares de disputa, embora o cenário ainda seja favorável a Mauro Carmélio, seus adeptos e interessados.

Mas, a se confirmar o apoio do Senador da República Tasso Jereissati ao candidato das oposições, Idemar Citó (PSDB), aí sem dúvida o cenário mudará radicalmente, e não apenas na gradação em que já assistimos.

O simples anúncio de uma nova chapa já provocou rubor, furor e certo estertor de determinados setores da área do futebol. Discursos inflamados, altercações e até baixarias foram visíveis nos últimos dias, e outra vez o pior do maquiavelismo foi invocado como pseudo estratégia política.
É o fazer futebolístico que não se renova, novamente mostrando sua cara.

Agora, mais que nunca, o grupo da situação precisa encarar o pleito com a seriedade devida, fomentando um elenco de propostas capazes de, ao menos em certa medida, emprestar uma cara cheia de botox ao ‘quasímodo’ que é a federação.

O grande desafio que não foi vencido pelos estabelecidos e a ser vencido pelos a estabelecer-se, é projetarem para a opinião pública uma nova imagem da Federação Cearense de Futebol. Este, evidentemente, é apenas o aspecto exterior a ser cuidado.

No âmbito político-partidário, que é o ponto nevrálgico e verdadeiro calcanhar de aquiles da situação, cabe à oposição negociar com sabedoria e barganhar com critério a munição que tenha a seu dispor.

Mas também é necessário que situação e oposição saibam que, o maior dos desafios que se tem pela frente é o de não só formatar o produto, bem como o de a ele transferir credibilidade. E isto, convenhamos, não é tarefa fácil. E caberá ao colégio eleitoral avaliar as melhores propostas, as mais convincentes e vantajosas promessas, para tornar-se pragmático e sectário como de costume.

Lamento ver alguns colegas cronistas assumindo posição pró e contra, sem promoverem as devidas análises e considerandos, e sem proverem eleitorado e platéia das informações circunstanciadas e indispensáveis a qualquer disputa democrática.

O que os meios de comunicação deveriam e poderiam fazer pelo futebol e que provavelmente não o façam, era a promoção de um debate público entre os candidatos, pois só assim estaríamos a salvo do descompromisso da situação de um lado, e, de outro, do oportunismo da oposição.

Lamentei ouvir de um presidente de clube, que “o futebol cearense está aonde está, por culpa de Ceará e de Fortaleza”. Infeliz declaração! Além do reducionismo, uma tal afirmação contém, flagrantemente, a ieva de um alinhamento apriorístico e sectário à direita.

A grande verdade é que a federação possui pelo menos três grupos de inimigos: os inimigos-aliados; os inimigos não-declarados; e os inimigos declarados. Isto para ficarmos tão-somente na fundamentação básica.

O cenário realmente passou a ser mais interessante, mais suscetível à dinâmica política (propostas, promessas, composições, barganhas, etc.), sobretudo em se confirmando o propalado apoio ‘tassista’’ ao grupo oposicionista.

Mas, não obstante o contundente encurtamento do prazo até a eleição, é certo que ainda há tempo para que as forças polarizadas em disputa possam mudar qualquer que seja o cenário.

Aos candidatos, pois, que trabalhem!


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Opinião - II
A GÊNESE DOS MAUS RESULTADOS


No mais das vezes evito abordar as situações de Ceará e Fortaleza pelo viés da comparação entre ambos. A razão para isso é muito simples: não vejo vantagem real em colocar nossas duas maiores forças no mesmo saco. Acho até que isso é coisa de quem quer se dar bem com as duas torcidas a um só tempo, como se isso fosse verdadeiramente possível.

Outro fator que com freqüência inviabiliza esse tipo de análise comparativa de igualdade, é que muito dificilmente Ceará e Fortaleza estabelecem-se no mesmo patamar. Ao contrário, quase que invariavelmente trabalham em freqüências diferenciadas, não compartilhando a mesma harmônica.

Os perfis das duas torcidas são também distintos, com a do Fortaleza sendo predominantemente suscetível ao mundo imagético, enquanto a do Ceará é mais fincada na realidade seja ela qual for; a do Tricolor de Aço é um pouco mais pragmática e exigente; a do Alvinegro mais solidária e automotivada.

Percebam, pois, que os clubes possuem sua própria personalidade e que ela pode ser moldada, trabalhada e até mesmo orientada segundo um modelo predeterminado. Neste ponto, levar-se em conta o aspecto vocacional clubístico como fator relevante para a tomada de decisões, também constitui uma atitude relevante, que, além de acertada, sem dúvida rende altíssimos dividendos para o clube.

Mas, uma coisa é a imagem-personalidade do clube, outra é a do time. Este (o time) é volúvel e tremendamente influenciável por pessoas e decisões momentâneas; aquele (o clube) é mais estável e por isso reage bem às diversas ferramentas da administração, a ponto de produzir resultados satisfatórios a partir de um planejamento estratégico bem elaborado e bem conduzido.

Hoje, o maior problema do Fortaleza-clube é falta de sintonia entre a visão presidencial e a do restante da diretoria. Lúcio Bomfim já demonstrou possuir tino gerencial para o clube e não só para o time, mas há entre os demais dirigentes um olhar vesgo e estreito da realidade do futebol.

No Ceará, enxergamos em Evandro Leitão uma representação do capital intelectual, mas que aos poucos tem sucumbido à força desproporcional de alguns alvinegros agastados. Ademais, o presidente Evandro ainda não conseguiu encontrar o equilíbrio entre a posição de presidente e a condição de torcedor. Em razão disto, acaba deixando de ser a principal referência entre os alvinegros, adotando um comportamento dúbio, ora como dirigente ora como torcedor.



Benê Lima
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