Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sábado, abril 20, 2013

Ferroviário] Só restam contas (Será?)

Tubarão da Barra entra em campo hoje contra Horizonte, mas maior desafio é redimensionar planilha de custos

A segunda etapa do Campeonato do Cearense foi duplamente ruim para o Ferroviário. Jogo a jogo, a derrocada o levou à última posição da tabela. Mas até mais impactante que a queda na tábua de classificação foi a perda financeira, ou melhor, o que o clube deixou de arrecadar por conta das péssimas atuações. O Tubarão da Barra está mais pobre. Antes de entrar em campo, hoje, às 16h, contra o Horizonte, no Domingão, a diretoria tem apenas uma certeza: de que precisa pegar lápis e papel e refazer as contas, urgentemente.

No 2º turno, o clube chegou a pagar para jogar, salvo raras exceções. Foto: Kid Júnior

A renda média do time proveniente exclusivamente do estádio caiu 88% da primeira para a segunda fase do certame. O Ferroviário, como mandante, embolsou líquido, R$ 6.368,13 em média, a cada partida realizada no primeiro momento da competição. Na segunda parte do Cearense, o clube passou a arrecadar apenas R$ 783,79 líquidos por jogo. A cada partida que saía de campo derrotado, o Tubarão deixava de por no bolso R$ 5.584,34. O impacto foi imediato. A diretoria coral teve de mudar tudo o que havia planejado.

Prejuízos

Segundo o presidente do clube, Edmilson Júnior, todo o planejamento financeiro do clube foi prejudicado por conta do desempenho irreconhecível do time em relação à campanha da primeira fase. "O trabalho que havíamos projetado ficou totalmente comprometido. Desarticulou bastante as nossas pretensões", revela, aceitando que tudo se resumiu em virtude do que ocorreu dentro de campo.

"Isso é reflexo dos resultados do time. A projeção do nosso planejamento administrativo financeiro foi completamente modificada. Redirecionamos a nossa planilha e estamos redimensionando os custos", conta.

O campeonato conheceu dois Ferroviários distintos, um em cada etapa da competição. O da primeira fase, do artilheiro da competição Giancarlo, com superávit de arrecadação em todos os jogos; o de média de público acima de mil torcedores por partida, e que finalizou os oito jogos como mandante com R$ 50.945 em caixa - dinheiro provindo exclusivamente da presença da torcida no estádio. E conheceu um outro Ferroviário extremamente distinto na etapa atual. O de arrecadações pífias, dos resultados negativos, da fraca presença de público. O time chegou a pagar para jogar, salvo raras exceções como o jogo contra o Ceará, onde levou pouco mais de R$ 25 mil para a Barra do Ceará.

No último jogo, por exemplo, quando perdeu para o Guarany de Sobral por 2 a 1 na Arena Castelão, apenas 200 pessoas foram ao estádio, sendo que 12 eram sócio-torcedores e 81 entraram com cortesia.

Perguntado sobre a possibilidade do contrato com o Castelão ter sido um erro, o presidente do clube considerou que não foi essa a razão do recuo na receita. "Os gastos são equivalentes. Foi futebol dentro de campo que resultou nisso. Se a equipe tivesse ido bem, seria diferente".

Futuro em 2013

Segundo ele, o Tubarão vai passar a equilibrar ainda mais as duas folhas de pagamento (a do passado e a do presente) até o fim do ano. "Fizemos uma opção, de honrar os compromissos passados e investir menos, buscando um equilíbrio. Vamos continuar até o fim do ano com uma despesa mensal entre R$ 45 mil a R$ 50 mil até novamente ter capacidade de investir".






 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Equilibrar custos e investir na prata da casa

O presidente do Ferroviário, Edmilson Júnior, acredita em duas saídas para o clube. Segundo ele, ambas já estão sendo feitas. "A primeira é fazer duas planilhas de custos, como já fizemos. Uma do presente e outra do passado. Já renegociamos 50% das 158 dívidas trabalhistas fora os demais compromissos", conta. Ele revela que, no início deste ano, a cada R$ 3 arrecadados pelo clube, R$ 2 eram destinados para dívidas antigas, e sobrava apenas R$ 1 para por no time.

A segunda providência, conforme Edmilson, é investir na prata da casa. "O Ferroviário voltou a ter divisões de base. A única saída nossa é formar jogadores, gerando ativos para depois negociá-los", confessa, ressaltando que, quando assumiu o clube, não existia categorias anteriores ao profissional. "Só havia dois jogadores e ainda estavam com os salários atrasados", conta.

Segundo ele, não dá para manter o clube apenas com renda de estádio. "Temos de gerar nossa própria renda e resgatar essa tradição do Ferroviário de revelar jogadores", observa.

Ilo Santiago Jr.
Repórter 

Um comentário:

  1. Caro cronista, o FAC tem quase todos os jogos transmitidos pela TV para o local do jogo tirando a torcida do estadio. Nesse ano foi mudado o mando de campo para único mandante nos jogos dos clubes da capital para atender os interesses de fec e csc (com jogos não transmitidos quando são mandantes), o da televisão (transmitindo jogos do fec e csc quando não são mandantes) e FAC e Tiradentes ficam com o prejuízo de terem esses jogos transmitidos para o local do jogo. Não é assim que se faz futebol!!!! Alias, Vamos fazer um FUTEBOL forte e não apenas dois times.

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Benê Lima