Será que queremos continuar com “novos estádios velhos”, pois é assim que se tornarão muitos deles ao seguirem as cartilhas de alguns organismos (in)competentes?
Geraldo Campestrini
Acho engraçado ler e ouvir comentários sobre as tais “exigências da Fifa” sobre a construção e o formato dos estádios para a Copa do Mundo, que são (os comentários), invariavelmente, acompanhados de inúmeras contradições e incongruências.
Explico: existe um discurso quase que unânime de que os estádios brasileiros precisam melhorar em termos de segurança e conforto para o torcedor. Esta retórica vem de longa data, muito antes da Copa, e associa ainda a ausência de público nas arenas esportivas com a inadequação destes equipamentos, sob uma ótica moderna de concepção dos mesmos. Nesta mesma linha, diz-se que há uma enorme perda de receitas para os clubes por conta do sucateamento das praças esportivas.
Ora, se os cadernos de encargos da Fifa para a construção e concepção de estádios nada mais trata do que o conforto, a acessibilidade, a segurança, a limpeza, a salubridade, a adequação de iluminação e posicionamento de áreas específicas de forma clara, sucinta e precisa, qual o problema em se adaptar a estes parâmetros? Será que queremos continuar com “novos estádios velhos”, pois é assim que se tornarão muitos deles ao seguirem as cartilhas de alguns organismos (in)competentes?
A reflexão serve simplesmente para pensarmos criticamente a respeito de alguns comentários da imprensa especializada e da opinião pública em geral, que tendem a tratar a Fifa como grande vilã e colocar os demais poderes tupiniquins como vítimas de uma grande armadilha.
Lembro, por fim, que quem decidiu, de livre e espontânea vontade, se candidatar a sede da Copa foi o próprio país....
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Benê Lima