Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quarta-feira, maio 15, 2013

Ideias] Não adianta perfumar o cocô

Não, você não leu errado. Mas não se assuste, caro leitor. Este é um texto para quem gosta de pensar

Shutterstock

Muitos enxergam a vida sob a ótica do fatalismo. Ou seja, segundo esta corrente, seríamos todos nós meras vítimas do meio em que vivemos, do sistema político, econômico, de decisões unilaterais tomadas por Deus ou de qualquer outro fator externo alheio a nossa vontade.

A verdade é que ou acreditamos que somos autores de nosso próprio destino ou somos apenas uma latinha de Coca-Cola jogada de um lado para o outro, navegando à deriva ao sabor do vendo e das ondas do fatalismo determinista.

Não costumo falar de religião por aqui, mas como o próprio conceito desta corrente exige, peço licença para falar sobre Deus. Respeito os que se posicionam como ateus e, mesmo não sendo esta a minha posição pessoal pelas evidências, crenças e experiências vividas, não vou abrir esta discussão neste post, mas sim me dirigir aos que como eu também acreditam em Deus como arquiteto do Universo.

Estudado pela filosofia, psicologia, física quântica, dentre outras fontes de conhecimento científico e religioso, o livre arbítrio é a matéria prima que combate de forma veemente os argumentos fatalistas. Segundo o livre arbítrio, somos autores de nossas decisões e estas desencadeiam suas respectivas consequências. Causa e efeito, ação e reação, planta e colhe... Ou seja, segundo esta corrente, acreditar em Deus e ao mesmo tempo pressupor um controle totalitário e fatalista seria no mínimo associar a Ele a responsabilidade por todas as nossas falhas e fracassos. Um enorme paradoxo.

No meio religioso, é muito comum associar o fatalismo com a chamada vontade de Deus, dando ênfase a afirmação de que "nenhuma folha cai sem que haja a permissão de Deus", porém deixando de lado o fato de que, segundo os próprios religiosos, a condição para se tornar um adepto de sua religião seja necessariamente tomar uma decisão pessoal e intransferível de crer e seguir a sua doutrina. Logo, se esta decisão é personalíssima e considerada fundamental, do que seríamos vítimas a não ser de nossas próprias escolhas? Sendo assim, a existência de uma vontade divina em nenhuma hipótese anularia a capacidade e autonomia que os seres humanos têm de cometerem acertos e erros.

Fazemos escolhas e colhemos as consequências de cada uma delas, somos autores e não vítimas. Temos a liberdade de escolher e a responsabilidade de arcarmos com as suas respectivas consequências. Escolhemos no presente e colhemos no futuro. Assim, você pode prever o seu futuro, olhando para o que você está plantando agora. Você pode mudar o seu futuro, mudando as suas escolhas neste exato segundo.

Pra não ficarmos apenas na filosofia, vamos para algo um pouco mais concreto:

Qual tem sido a sua escolha, MELHORAR de vida ou MUDAR de vida?

MELHORAR é manter-se conectado a um conceito antigo, apenas criando melhores condições para continuar vivendo no mesmo status quo. 

MUDAR é romper com o velho em busca do novo. É colocar o insatisfatório a perder em troca da satisfação futura, porém sem garantias.

MUDAR é a essência do empreendedorismo. Já que não somos vítimas, temos escolha e o livre arbítrio para conquistarmos o que desejamos, quem quer algo novo, precisa ter a coragem de colocar em jogo o velho. Eu disse CORAGEM!

Neste quesito, não dá pra ficar em cima do muro. Agarrar-se ao velho seria sinônimo de abrir mão do novo. E a consequência dessa escolha acarretaria passar toda a vida na mesma condição, lamentando-se porque não ousou, não correu riscos e não rompeu com o velho, porque fez concessões quando ainda era jovem e acabou dando no máximo uma melhoradinha, uma perfumada no cocô. Diga-se de passagem, quanto mais se perfuma o cocô, mais ele fica fedorento...

Mas o que é ainda mais nojento do que o próprio cocô fedorento é o péssimo hábito de fazer-se de vítima, depois de todas as escolhas equivocadas feitas durante toda uma vida, dizer que viveu de forma medíocre porque essa foi a vontade de Deus...

Isso eu chamo de fatalismo místico, conveniente e hipócrita.

Pense com carinho.

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seu comentário.
Em breve ele será moderado.
Benê Lima