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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, fevereiro 24, 2015

O que o novo contrato de TV da Premier League tem a nos ensinar

Desde o nascimento da Liga até os dias atuais, o foco sempre foi transformar a competição em um grande produto televisivo global

 

Amir Somoggi / Academia LANCE!

 

 

Gráfico da Premier League

 

 

 

O mundo do futebol ficou surpreso com o novo contrato assinado pela Premier League pelos direitos de transmissão da competição mais valiosa do futebol mundial. Para quem acompanha o trabalho dos ingleses, não foi tão surpreendente o crescimento de 70% nos valores, um contrato que supera 5 bilhões de libras.

A Liga, criada em 1992 se transformou em uma potência comercial global, com seus jogos assistidos por bilhões de telespectadores todos os finais de semana. Segundo dados da Liga 645 milhões de casas em 175 países do mundo acompanham as partidas, metade dos fãs globais de futebol. 

A Premier League conta com 1,16 bilhão de fãs no mundo e mais de 4 bilhões de telespectadores. O site da Liga tem 13,4 milhões de unique users, conta com 25 milhões de fãs nas redes sociais e seu Fantasy Game  tem 3,2 milhões de usuários.

Desde o nascimento da Liga até os dias atuais, o foco sempre foi transformar a competição em um grande produto televisivo global. Em 1992 o primeiro contrato de TV da Premier League totalizou 15 milhões de libras, para ser dividido entre os 20 clubes. Cinco anos depois já estava em 100 milhões de libras, quase 7 vezes mais. 

O valor não parou de subir e em 2008 deu um grande salto de 64% em comparação com o ano anterior, quando passou de 503 milhões de libras para 825 milhões de libras . Atualmente o valor recebido pelos clubes é 104 vezes maior que o primeiro contrato  assinado 22 anos atrás. E com o novo valor assinado será ainda maior.

Todas as vezes que o contrato cresceu, os novos valores beneficiaram todos os clubes, grandes, médios e pequenos. Os clubes têm o mesmo peso nas decisões da Liga e na discussão sobre a divisão das receitas. Essa  regra criada pelos americanos e seguida pelos ingleses,tem como objetivo a busca por um equilíbrio entre os times, por meio de um justo sistema de divisão das receitas da TV.

Na temporada 2013-14 a Premier League repassou 1,56 bilhão de libras aos clubes pelos direitos de TV. Todos os clubes iniciam a temporada com um mínimo  garantido idêntico de 52 milhões de libras, pelos direitos domésticos, internacionais e patrocínios, que representam  67% do contrato total. Os 33% restantes são os ganhos variáveis.

Do volume total, 433 milhões de libras são referentes aos diretos domésticos e outros 611 milhões pelos direitos internacionais e acordos comerciais da Liga com patrocinadores. Os 519 milhões de libras restantes são repassados como em remuneração variável do contrato pelo desempenho dos times e pelos jogos transmitidos.

O clube que menos recebeu por participar da Premier League  na última temporada foi o Cardiff com ganhos de 62 milhões de libras e o clube que mais recebeu, o Liverpool somou 97,5 milhões de libras. A diferença do que mais recebe para o último é de apenas 1,57 vezes e a cada ano o volume aumenta e esse índice é reduzido, com menos diferenças entre os clubes.

No Brasil o valor passa de 6 vezes e na Espanha quase 8 vezes. A Inglaterra já mostrou que o caminho que o futebol brasileiro está seguindo seguramente é o equivocado.


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Benê Lima