Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quarta-feira, dezembro 14, 2016

A fotografia da desigualdade de cotas no futebol brasileiro

A distribuição dos milhões das cotas de televisão nas Séries A e B de 2017

por Cassio Zirpoli 

As cotas de TV do Campeonato Brasileiro da Série A em 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A volta de Vasco e Bahia, tendo como contrapartida, entre os cotistas, a queda do Inter, impulsionou a receita com televisão do Brasileiro de 2017 (acima). Ao todo, considerando apenas a cota fixa, pay-per-view à parte, a Série A irá distribuir quase R$ 1,3 bilhão. De maneira bem desigual, como se sabe. Apenas Fla e Timão representam 26,2%. São sete subdivisões, com a última reservada aos aos clubes sem contratos para o triênio 2016-2018 – a Rede Globo, detentora dos direitos assinou com apenas 18, independentemente da divisão.
Entre os cotistas está o Sport, com contratos do tipo desde 1997. Já o Santa Cruz, que em 2016 ganhou R$ 23 milhões pela participação na elite, volta à segunda divisão ganhando o mesmo que outros 18 times não-cotistas. Ou seja, R$ 5 milhões. Uma queda de 78%! Se os corais devem ter dificuldades financeiras, o Colorado, rebaixado pela primeira vez em sua história, mantém o montante recebido na primeira divisão (presente na 5ª subdivisão criada pela emissora responsável). Por sinal, o clube gaúcho, sozinho, representa 32,4% de toda a verba a ser repassada aos vinte times da segundona de 2017 (abaixo).
2017 (contrato 2016-2018)
Série A – R$ 1,297 bilhão (com 16 cotistas e 4 não-cotistas)
Série B – R$ 185 milhões (com 2 cotistas e 18 não-cotistas)
A segunda divisão representa 14,2% da primeirona 
2016 (contrato 2016-2018)
Série A – R$ 1,240 bilhão (com 15 cotistas e 5 não-cotistas)
Série B – R$ 255 milhões (com 3 cotistas e 17 não-cotistas)
A segunda divisão representa 20,5% da primeirona
2015 (contrato 2012-2015)
Série A – R$ 923 milhões (com 15 cotistas e 5 não cotistas)
Série B – R$ 150 milhões (com 3 cotistas e 17 não-cotistas)
A segunda divisão representa 16,2% da primeirona
Essa situação, sem amparo financeiro aos rebaixados, vai continuar até 2018, no último ano do contrato vigente. A partir de 2019, entram em vigor dois acordos distintos, um com a Globo (tevês aberta e fechada, PPV, sinal internacional e internet) e outro com o Esporte Interativo (tevê fechada), com períodos até 2024. Neste caso, alvirrubros e tricolores já têm contratos firmados com a Globo – espera-se verbas maiores em caso de campanhas na Série B.
Lembrando que esse levantamento apresentado pelo blog se refere apenas às cotas fixas. Ainda há o rateio de meio bilhão de reais no PPV, através do Premiere, calculado de acordo com o número de assinantes apurado em pesquisa do Datafolha, ampliando a disparidade. Em 2015, o Sport, com 1,4% dos assinantes, ganhou R$ 6,75 milhões. O Fla, com 19,2%, recebeu R$ 68 mi.

As cotas de TV do Campeonato Brasileiro da Série B em 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP
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Benê Lima