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Formação ou deformação?por Universidade do Futebol / Filipe Pereira* |
Nos dias que correm, é consensual a importância do futebol, como um meio de proporcionar aos jovens um desenvolvimento/formação multilateral e harmonioso, bem como um modo de os afastar de determinados malefícios bem presentes no nosso cotidiano.
Mas a prática do futebol, não é suficiente para termos no futuro homens bem formados, sociáveis, cumpridores e respeitadores das leis e regras da sociedade. A um jovem praticante de futebol, não é apenas necessário ensinar-lhe as regras, os gestos técnicos e as ações táticas, é necessário sobretudo incutir-lhe valores que o orientem e auxiliem na sua própria vida.
Em suma, o desporto deve ser utilizado como uma forma de educar e formar.
Contudo, assistimos por vezes à desvalorização desse caráter educativo e formativo do desporto, onde observamos atitudes pouco abonatórias para essa mesma formação. E são essas atitudes que irão ser consideradas como padrão por esses mesmos jovens, quer no futebol, quer no seu dia-a-dia.
É por esta razão que quando ouço falar em formação, ou conceitos associados, opto por uma postura renitente, pois por vezes assistimos não à formação mas sim à “deformação” de jovens atletas.
É com a constatação destas situações, que julgo que a palavra formação, tem sido utilizada de forma muito leviana. Formação é muito mais que um “chavão” bonito de aplicar, é um conjunto de princípios a que todos os agentes desportivos terão que obedecer. Entre os quais se destacam:
- O jovem atleta não é um adulto em miniatura, sendo errada na maioria das vezes comparações, adaptações e transferes do desporto sênior para atividade desportiva do jovem;
- Não colocar os “interesses” dos dirigentes/treinadores/pais à frente dos objetivos e motivações do jovem;
- No processo de formação do atleta, há que respeitar e conhecer o seu processo de maturação, pois existem fases ideais para o desenvolvimento de determinadas capacidades e habilidades;
- Todo o processo de treino, deverá ser orientado pela diversidade de estímulos e experiências, evitando deste modo a especialização precoce;
- Promover os valores do espírito desportivo e fair-play, respeitando as regras, os árbitros, os colegas e os adversários;
- Incutir o gosto e o prazer de praticar uma atividade desportiva;
Com estas pequenas observações e princípios, pretendo deixar um documento orientador para uma formação correta e equilibrada dos nossos jovens, homens do amanhã.
Formação sim! Mas com qualidade.
*Professor de Educação Física/ Treinador de Futebol
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Benê Lima