Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, dezembro 08, 2016

Corinthians melhora os números financeiros em 2016


Corinthians publicou recentemente seu balancete referente aos primeiros 9 meses de 2016.
O clube já atingiu a maior receita de sua história e até o momento faturou R$ 425 milhões. Em todo o ano passado as receitas do clube foram de R$ 298 milhões.
Depois de dois anos com grande dificuldade financeira, houve uma melhora em seus números financeiros. Em 2015 e 2014 apresentou déficits muito elevados, em cada exercício de R$ -97 milhões, isso significa perdas acumuladas de R$ -194 milhões em dois anos.
Em 2016 reverteu esse quadro de perdas e até agora apresentou superávit de R$ 69 milhões. As receitas cresceram mais de 40%, três meses antes do fim do exercício.
Um dos principais fatores foi o aumento significativo com transferências de jogadores, que com a investida chinesa apresentaram evolução de 178%. O desmanche corintiano rendeu R$ 144 milhões ao clube.
Outro aspecto foi o crescimento nos recursos com os direitos de TV, em virtude das luvas recebidas da Globo para o período de 2019-2024. Até agora, o clube já arrecadou R$ 196 milhões com TV.  Apenas como comparação, em doze meses de 2015, a TV produziu R$ 122 milhões.
Os patrocínios renderam R$ 49 milhões até agora, valor similar ao registrado em 2015, quando foram R$ 67 milhões. A bilheteria não é contabilizada nas contas do clube, pois fica para o fundo que administra a arena.

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A grande questão é que os custos não foram reduzidos e o clube continua gastando mais e mais. Com altos gastos com futebol não será fácil se equilibrar sem os recursos com jogadores e essas luvas, que não se repetirão tão cedo.
Se, por exemplo, tivesse seguido o modelo adotado pelo Palmeiras em sua arena, já teria ultrapassado os R$ 500 milhões em receitas. Se ficasse com a bilheteria da arena, receberia ao menos R$ 70 milhões líquidos por ano.
No modelo atual, tendo que pagar um estádio de mais de R$ 1,2 bi, vê sua situação bem complicada.
Situação financeira não é tranquila
Os custos com futebol do Corinthians em nove meses de 2016 foram de R$ 242 milhões, contra os R$ 250 milhões de todo o ano passado. Isso significa que esse ano atingirá o maior valor da história do clube.
O clube do Parque São Jorge gastava R$ 21 milhões por mês com seu departamento de futebol e em 2016 essa conta já está em R$ 26 milhões mensais. As luvas estão sendo consumidas com os altos custos. Há dívidas com direitos de imagem de jogadores, que mesmo em queda, somam R$ 36 milhões atualmente.

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Outro ponto sensível na gestão corintiana são os custos com aquisições / transferências de jogadores. Em 2016, dos R$ 144 milhões gerados com as transferências, foram deduzidos R$ 70 milhões, restando para o clube apenas R$ 75 milhões.
Nos últimos cinco anos esses custos com aquisição e transferências já somam R$ 176 milhões, um volume astronômico de recursos.
Com o novo contrato da Globo já contabilizado e a redução das dívidas com empréstimos em mais de 30%, a dívida total do clube caiu 11%, passando de R$ 453 milhões em 2015 para R$ 402 milhões em nove meses de 2016.
Dívida fiscal aumenta
As dívidas fiscais do Corinthians não param de subir. A gestão do clube o transformou em um dos maiores devedores com o fisco do Brasil. Em 2012, as dívidas fiscais do clube eram de R$ 54 milhões.
Após ser autuado pela Receita Federal as dívidas fiscais pularam para R$ 169 milhões em 2013. Até setembro de 2016 os parcelamentos de impostos já estavam em R$ 198 milhões.
Enquanto muitos clubes recolhiam seus impostos, como por exemplo o Flamengo, Corinthians continuou devendo impostos e contribuições sociais, apostando na ajuda do Governo. Com essa estratégia foi duas vezes campeão brasileiro, da Libertadores e do Mundial de Clubes.
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Benê Lima