Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, dezembro 08, 2016

O Grêmio campeão da intensidade e estratégia

Blog Painel Tático 

O futebol é um lugar diverso e por muitas vezes incerto. Há quem diga que o papel do treinador é “construir” uma forma de jogo que aproxime das vitórias. Há quem ache que o papel do técnico é “não atrapalhar” e controlar o vestiário para que os talentos resolvam. O eterno confronto entre o treinador “estudioso” e o “boleirão”.

O Grêmio campeão da Copa do Brasil é um ótimo exemplo de como as duas coisas não são excludentes e, se combinadas, podem elevar o trabalho a um novo patamar. O Tricolor de Roger Machado era um time moderno, intenso e que prezava por jogadas construídas, passes curtos e deslocamentos rápidos com Luan saindo da referência.

https://youtu.be/frXM3qAU0vg

O agora campeão é tudo isso, mas com alguns ingredientes que Roger não conseguia mais cobrar do grupo: intensidade, vontade, superação, comprometimento…e também mudanças na forma de jogar sem a bola: sai a defesa por zona, um conteúdo mais complexo para jogadores pressionados por um dia-a-dia entender, entre uma marcação mais individual, de “cada um pega o seu”.

Nem melhor, nem pior. Complementares, já que o futebol é um esporte tático e também psicológico. O grupo conseguiu entender melhor algumas coisas e passou por jogos difíceis até adotar a estratégia de ficar sem a bola e tirar os espaços do Atlético, muito mais organizado em um 4-3-2-1 que procurava a flutuação de Luan e Robinho por dentro, mas pecava demais em concluir as jogadas.
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Renato foi contratado para ganhar um título. Cobrá-lo por algo a mais que isso é cobrar por algo fora de seu objetivo. Priorizar taças nem sempre significa deixar a parte tática de lado, mas quase sempre significa priorizar um jogo de intensidade, encurtamento de espaços e contra-ataques, como esse Grêmio. Não é fácil, pelo contrário. E existem méritos nisso. O fim do jejum de 15 anos é também a confirmação que só o Grêmio é mais copeiro que nunca: é o Rei das Copas. 
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Benê Lima