Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, junho 20, 2008

O POLÊMICO LUXA ATACA DE PROFESSOR


Luxemburgo vê ‘regressão’ do futebol brasileiro e cobra ofensividade na base
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Treinador palmeirense entende que há necessidade da revisão de conceitos e planeja conversa com comissão técnica dos times de baixo

O futebol brasileiro está regredindo. A opinião incisiva é de alguém que comandou nos últimos anos equipes vencedoras no cenário nacional e hoje dirige o atual campeão paulista e um dos favoritos para levar o troféu da Série A: Vanderlei Luxemburgo.

O comandante-técnico do Palmeiras entende que, no país, há conceitos enraizados que necessitam passar por uma mudança. De preferência, que acompanhe tendência do esporte no resto do mundo, em que pouco se vê esquemas com três zagueiros, algo recorrente tempos atrás.

“Precisamos fazer algo para resgatar o futebol ofensivo do Brasil. Nos últimos anos, os craques do futebol brasileiro foram o Tevez, que é argentino, e o Rogério Ceni, que é goleiro. Neste ano, o Valdivia, que é chileno, foi o melhor jogador do Campeonato Paulista. Existe algo de errado e precisamos rever conceitos para melhorarmos os clubes e a nossa seleção”, afirmou Luxemburgo.

Para que esse plano prospere, o treinador mira transformações a partir de baixo. Luxemburgo demonstrou preocupação ao ver as categorias de base do Palmeiras, em sua maioria, adotando o esquema tático 3-5-2.

“Eu pedi uma reunião com todas as comissões técnicas. Quero que todo mundo acabe com o 3-5-2 e volte ao 4-4-2 ou a um esquema tático mais ofensivo. Não é possível colocarmos tantos zagueiros e volantes em um time. Precisamos descobrir meias e atacantes de alto nível”, cobrou.

Em meio à Eurocopa, Luxemburgo tece elogios ao comportamento mais ousado da maioria dos times que disputam a principal competição entre seleções do Velho Continente, com atenção especial a Portugal, do compatriota Luiz Felipe Scolari –a formação lusitana conta apenas com um volante de origem, além de dois meias e três atacantes.

“O futebol brasileiro está regredindo. Ninguém percebeu que na Europa quase todo mundo joga com três atacantes, que voltam para ajudar na marcação, e dois meias ofensivos, que marcam e atacam com a mesma eficiência. O que fazíamos bem feito está sendo adotado na Europa, enquanto nós preferimos encher as equipes de volantes e zagueiros”, analisou Luxemburgo.



Fonte: Equipe Cidade do Futebol
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Considerações de Benê Lima sobre o tema e sua personagem

A polêmica sobre o misto de trainer e manager (W)Vanderlei(y) Luxemburgo, está sempre presente nos meios esportivos. Afinal, Vanderlei carrega todo o peso de quem tem pose e discurso de 'professor'. Como se não bastasse, ainda revela uma faceta de sua personalidade que o coloca como um neoprogressista de plantão, afeito a declarações que invariavelmente geram controvérsias e discussões que ultrapassam o campo futebolístico, suscitando apreciações de fundo ético (axiológico).

Luxemburgo é o principal representante de um reduzido grupo de treinadores que extrapola suas funções como integrantes do departamento de futebol profissional dos clubes, colocando-se como gestores de todos os processos e atividades típicas deste departamento. Esse modus operandi 'luxemburgoniano' tem criado sérios problemas aos clubes pelos quais Luxemburgo tem passado, pois além do altíssimo custo de manutenção de sua comissão técnica, não se encontram sucedâneos compatíveis para dar operacionalidade às engenhocas criadas por Vanderlei.

Deixando-se de lado os aspectos acima, por uma questão de justiça devemos reconhecer que esse mesmo Luxemburgo ainda consegue dar contribuições para a discussão que permeia e deve permanentemente permear o futebol brasileiro. É o caso do artigo que aqui lhes trouxemos.

Não resta dúvida que o futebol brasileiro, em termos de desenvolvimento tático, passa por um período de estagnação, se não de retrocesso. E apesar de Vanderlei não estar descobrindo o novo, reconhecemos como inteiramente procedente seu questionamento sobre alguns modelos táticos -- em especial o 3-5-2, com dois volantes.

Nada contra esse ou aquele esquema -- é bom que esclareçamos. Porém, o 3-5-2 nos moldes em que vem sendo utilizado por muitos treinadores, ele acaba privilegiando a mediocridade, em detrimento do estímulo à criatividade e ao talento.

À medida em que se dá atribuições que exigem maior elaboração de laterais e de volantes, e ao tempo em que se vai excluindo das formações das equipes as figuras dos diferentes meias, tanto se mina quanto se mirra a ofensividade, e, por fim, a criatividade das equipes, burocratizando-as e as emburrecendo.

Desse ponto de vista, temos que admitir certa falta de vocação e de aptidão momentânea do futebolista brasileiro, em atender às demandas de uma esquematização tática que dele requer um pouco mais do que ele pode dar.

O reconhecimento da situação ora descrita, implica em uma busca de solução para o problema, caminho esse que passa pela adoção de um sistema tático que estimule o desabrochar da técnica individual, com todos os desdobramentos positivos que tal situação certamente possa produzir.

Paradoxalmente, assitimos, em certa medida e no melhor sentido, a 'sulamericanização' do futebol europeu, enquanto a 'europeização' do futebol brasileiro -- no pior sentido -- segue seu curso inexorável.

Desrobotizar o futebol brasileiro, pois, é tarefa que se impõe.

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Benê Lima