Análise sobre o histórico da função e suas peculiaridades
Rodrigo Grassi Martins*
No livro “Evolução Tática e Estratégias de Jogo”, Carlos Alberto Parreira define o líbero como sendo o ponto de equilíbrio do time, dando segurança aos defensores de saírem para acompanhar a marcação. Na figura abaixo extraída do livro, Parreira aborda uma das funções do líbero, fazendo a “sobra” da defesa. Ou, em outras palavras, atuando como o último homem de linha a defender.
Parreira destaca ainda que o líbero clássico é um jogador que se sobressai pela qualidade técnica e inteligência tanto para o jogo defensivo, quanto para o ofensivo. Cabendo ao líbero a função de organizar o time, atuando na armação de jogadas, dando consistência ofensiva à equipe, observe a imagem abaixo, também extraída do livro “Evolução Tática e Estratégias de Jogo”. É o jogador que normalmente inicia as jogadas, é o responsável pelo primeiro passe, a exemplo do que ocorre no vôlei.
Na Europa, a posição de líbero sempre foi bastante explorada, e vários jogadores se destacaram atuando nesta função. O alemão Franz Beckenbauer foi um dos grandes nomes do futebol europeu na década de 70. Jogando pelo Bayern de Munique, foi tricampeão da Liga dos Campeões em 74/75/76. Pela seleção, foi campeão do mundo em 74.
Beckenbauer atuava como líbero à frente da defesa. Sua elegância e técnica refinada, aliada à grande visão de jogo, permitia que ele armasse o jogo. A visão de jogo privilegiada também permitiu que ele repetisse o sucesso que obteve como jogador, como treinador. Como técnico da seleção alemã, foi campeão do mundo em 90.
Outro grande jogador que obteve muito sucesso atuando como líbero foi o italiano Franco Baresi. Em vinte anos de carreira como jogador, Baresi vestiu apenas duas camisas – a do Milan e a da seleção italiana. Pelo Milan, ganhou tudo: foram seis campeonatos italianos e três copas da Uefa. Uma grande história que terminou com o Milan aposentando a camisa número 6, com a qual Baresi atuava.
Pela seleção italiana, um título mundial como reserva em 82 e um vice-campeonato em 94, quando, para nossa alegria, chutou para o espaço sua penalidade na decisão por pênaltis contra o Brasil. Após essa partida, Romário chegou a declarar que foi a marcação mais implacável que sofreu em toda carreira. Diferente de Beckenbauer, Baresi atuava atrás da linha de defesa. E é considerado por muitos, especialmente na Itália, como o maior líbero da história do futebol.
No Brasil, existe um certo preconceito com a posição de líbero. A maior causa disso talvez seja o fracasso da seleção brasileira na copa de 90. O então técnico da seleção, Sebastião Lazaroni, armou o time no 3-5-2, tido como muitos por aqui como um esquema defensivo. No esquema adotado por Lazaroni, o Brasil jogava com três zagueiros e Mauro Galvão foi o escolhido para exercer a função de líbero. A fraca participação na copa não só derrubou o técnico da seleção, como também serviu para “queimar” alguns jogadores que fizeram parte daquele grupo.
Mauro Galvão nunca mais teve seqüência na seleção e só conseguiu apagar a imagem ruim que ficou, anos mais tarde, quando formou ao lado de Odvan a dupla de zaga campeã do Brasileirão em 97 e da Libertadores em 98, ambos pelo Vasco da Gama. Jogando um grande futebol, Mauro chegou a ter o nome pedido pela torcida para disputar a Copa de 98, mas acabou preterido pelo técnico Zagalo.
Mauro Galvão superou o trauma de 90 e voltou a jogar seu melhor futebol. Mas e o líbero? O que aconteceu com essa posição? Continua a ser utilizada no futebol brasileiro? Será que ainda existem líberos no nosso futebol ou é seria essa uma “espécie extinta” por aqui?
Beckenbauer atuava como líbero à frente da defesa. Sua elegância e técnica refinada, aliada à grande visão de jogo, permitia que ele armasse o jogo. A visão de jogo privilegiada também permitiu que ele repetisse o sucesso que obteve como jogador, como treinador. Como técnico da seleção alemã, foi campeão do mundo em 90.
Outro grande jogador que obteve muito sucesso atuando como líbero foi o italiano Franco Baresi. Em vinte anos de carreira como jogador, Baresi vestiu apenas duas camisas – a do Milan e a da seleção italiana. Pelo Milan, ganhou tudo: foram seis campeonatos italianos e três copas da Uefa. Uma grande história que terminou com o Milan aposentando a camisa número 6, com a qual Baresi atuava.
Pela seleção italiana, um título mundial como reserva em 82 e um vice-campeonato em 94, quando, para nossa alegria, chutou para o espaço sua penalidade na decisão por pênaltis contra o Brasil. Após essa partida, Romário chegou a declarar que foi a marcação mais implacável que sofreu em toda carreira. Diferente de Beckenbauer, Baresi atuava atrás da linha de defesa. E é considerado por muitos, especialmente na Itália, como o maior líbero da história do futebol.
No Brasil, existe um certo preconceito com a posição de líbero. A maior causa disso talvez seja o fracasso da seleção brasileira na copa de 90. O então técnico da seleção, Sebastião Lazaroni, armou o time no 3-5-2, tido como muitos por aqui como um esquema defensivo. No esquema adotado por Lazaroni, o Brasil jogava com três zagueiros e Mauro Galvão foi o escolhido para exercer a função de líbero. A fraca participação na copa não só derrubou o técnico da seleção, como também serviu para “queimar” alguns jogadores que fizeram parte daquele grupo.
Mauro Galvão nunca mais teve seqüência na seleção e só conseguiu apagar a imagem ruim que ficou, anos mais tarde, quando formou ao lado de Odvan a dupla de zaga campeã do Brasileirão em 97 e da Libertadores em 98, ambos pelo Vasco da Gama. Jogando um grande futebol, Mauro chegou a ter o nome pedido pela torcida para disputar a Copa de 98, mas acabou preterido pelo técnico Zagalo.
Mauro Galvão superou o trauma de 90 e voltou a jogar seu melhor futebol. Mas e o líbero? O que aconteceu com essa posição? Continua a ser utilizada no futebol brasileiro? Será que ainda existem líberos no nosso futebol ou é seria essa uma “espécie extinta” por aqui?
*Rodrigo Grassi Martins é mestre em Ciência da Computação e responsável por projetos da ScoutOnline
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Benê Lima