”Por existir e para continuar existindo, o futebol cearense precisa ser reinventado.” (Benê Lima)
Para reflexão
A INCOMPETÊNCIA QUE FAZ CALAR O URRO DO LEÃO
Maniqueísta, não o sou. Dualista é minha condição mínima para considerar uma situação. Ser afeito à visão holística me permite aprofundar as análises, seccionando-as para identificar as causas dos fracassos, e, quando possível, buscando vislumbrar uma cadeia de medidas que representem alternativas de reconstrução.
O futebol possui um elemento complicador em suas crises, que é o combustível da emoção. A emoção que atropela planejamento, queima etapas, deprecia a razão, decepciona a lógica, que serve de pretexto para o irracionalismo.
Tenho acompanhado a eterna e recorrente discussão sobre a incompetência dos treinadores, que em muito ultrapassa a discussão acerca da incompetência dos cartolas, quando a ordem crescente deveria ser proposta de forma inversa. Ou seja: antes, deveríamos questionar a incompetência dos cartolas, que, em geral, supera em muito a dos técnicos.
O futebol evoluiu para o desvendamento dos conceitos que lidam com a complexidade, em substituição à tendência de vê-lo pela ótica da fragmentação do conhecimento. Em outras palavras, como diria um filósofo do futebol:
- Como acreditar que o treinamento em partes pode resolver problemas do todo? Como acreditar que em uma atividade que trabalhe conceitos táticos não contenha elementos técnicos, exigências físicas, controles mentais que se inter-relacionam? Como acreditar que um treinamento técnico isolado possa se transferir para as infinitas situações-problema do jogo tático-técnico-físico-mental em que a “técnica” é exigida?
Outro equívoco monumental, em se tratando da compreensão das massas e da de alguns profissionais da imprensa (inclua-se rádios, jornais e televisões), no que concerne a treinamentos desportivos, diz respeito à disjunção entre teoria e prática. No futebol, “uma só faz sentido pela existência da outra, atuando ao mesmo tempo, sem fronteiras visíveis”, asseguram os estudiosos.
A ‘descoberta’ de que Heriberto da Cunha pouco realiza o já anacrônico treino-coletivo, no fundo não representou descoberta alguma. Na verdade, a isso podemos considerar um ato de auto-descoberta, pois o que se descobriu foi a ignorância futebolística dos pretensos ‘descobridores’. É evidente que falamos do velho ‘coletivo’ que reproduz o jogo. Ora, a mera reprodução do jogo não constitui acréscimo lauto em eficácia, até porque o jogo representa muito mais a possibilidade da avaliação que propriamente uma oportunidade de evolução.
Portanto, enganam-se os que imaginam o conceito de ‘entrosamento’ como mero conhecimento recíproco acerca do automatismo dos movimentos dos atletas. No âmbito do futebol, a verdadeira definição de entrosamento pode ser representada, fundamentalmente, pela capacidade inata e principalmente a adquirida que os jogadores venham a assimilar acerca de suas funções no contexto de uma dada plataforma tática, bem como de toda a dinâmica dos esquemas.
Abaixo, trago algumas impressões de nossa cepa, que podem auxiliar na compreensão de muitos dos nossos leitores.
Sobre sistemas e/ou esquemas táticos
1- A discussão sobre sistemas táticos é de somenos importância, em razão deles representarem matematicamente apenas uma configuração inicial estática do que verdadeiramente importa, que são as estratégias que dão dinâmica a esses sistemas.
2- Os sistemas quando em movimento não podem ser expressos com exatidão descritiva, haja vista operarem dentro de uma dinâmica de permanente transformação.
3- Uma vez que os técnicos, por razões óbvias, não expõem suas estratégias táticas, quaisquer considerações feitas ‘a priori’ assumem caráter meramente especulativo.
4- Já as considerações formuladas ‘a posteriori’, devem implicar para os comentaristas na leitura das principais estratégias identificadas, bem como na análise da eficácia e ineficácia de cada uma delas. E, se for o caso, até propor alternativas.
5- Os sistemas táticos são por demais conhecidos em teoria e em seus estados de inércia (não-movimento). O desafio é desenvolver as suas dinâmicas e aplicá-las às equipes.
6- Já a assimilação dessas dinâmicas pode ser facilitada pelo maior grau de cultura tática dos atletas. Outros fatores facilitadores são a versatilidade técnica e o disciplinamento tático.
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EFEMÉRIDES
Clube e time
Estabelecermos a diferença óbvia entre clube e time numa mesma agremiação é tarefa básica, mas de capital importância. O Ceará-clube vai relativamente bem, experimenta evolução administrativa extraordinária, tanto do ponto de vista filosófico quanto do operacional. Enquanto isso, o Ceará-time tem conseguido uma média de desempenho apenas regular, mercê de uma boa campanha na primeira fase do Brasileirão, contra uma campanha pífia na segunda metade da competição.
Time e tabu
Tabu como condição ‘a priori’ é algo que não existe. Tabu como causa é coisa que não resiste ao mais elementar raciocínio lógico. Tabu é mera peça de retórica, e não passa da catalogação de alguns efeitos, aos quais se atribui falsamente uma relação de coerência que na verdade não existe. Por isso o problema alvinegro não é o de ter um tabu a ser quebrado, mas sim o de ter uma limitação a ser superada, qual seja: ganhar uma única partida que seja fora de casa.
Vitória histórica
Vencer o São Caetano representou para o Leão do Pici muito mais do que a possibilidade de permanecer na Série B. É a chance de voltar a trilhar o caminho da normalidade, de reconstrução de um ambiente respirável e produtivo, de encaminhamento de ao menos um esboço de planejamento para o próximo ano, de produção de uma fé fundamentada em substituição a uma fé cega.
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BREVES E SEMIBREVES ®
Não à idolatria
Dizem que IWL é também a sigla que se traduz por Investir em Wanderley Luxemburgo. Luxa tem sido alvo de fortes críticas dos jornalistas independentes deste país, que assim como nós não reconhece no ‘estilo luxemburgo de ser’ um modelo aceitável para o futebol brasileiro.
Ponto de partida
Um bom mote para reflexão, é imaginarmos que um time campeão ou uma boa campanha não começa com um bom treinador, mas com uma boa diretoria, que não seja refém nem de técnico, nem de patrocinador, nem de torcida, nem de cronistas...
Líder nato ou líbero?
Longe, mas longe mesmo da elegância técnica e da inteligência e eficiência de um Franz Beckenbauer ou de um Franco Baresi, dois dos maiores líberos que o mundo já viu, o zagueiro Juninho, do Tricolor de Aço, teve papel relevante como terceiro zagueiro do time tricolor diante do São Caé. Pontualmente, portou-se como um líbero à frente da zaga, acumulando tanto funções defensivas como algumas ofensivas.
Realidade
A queda de produção da equipe do Ceará, no que concerne a resultados, deveu-se e deve-se à baixa produção de seus atacantes e meias-atacantes, tendo em Lúcio e Sérgio Alves os principais representantes dessa baixa produtividade.
Mentira ou verdade?
É impossível a comprovação objetiva de qual plataforma tática se mostra mais eficiente, e menos ainda a mais eficaz. Contudo, matematicamente, é inegável a razão do grande treinador e estudioso português José Mourinho, quando afirma que o 1-4-3-3 possui a mais equilibrada distribuição espacial por setores do campo, permitindo uma maior aceleração da recomposição e reconstrução das dinâmicas dos sistemas.
Futebol feminino – 1
A Liga Cearense de Futebol Feminino (LCFF) tem feito um extraordinário trabalho de divulgação desta modalidade em nosso estado. Está em curso a Copa Cidade de Fortaleza, em sua etapa semifinal, sendo que os quatro times credenciados são: Arte de Amar, Assoceaman, de Maracanaú, Fortaleza, e o atual campeão cearense, o Caucaia.
Futebol feminino -2
Sérgio Ricardo da Silva, Presidente da LCFF, está trabalhando para o sucesso da entidade que dirige, que tem por objetivo mais que a mera difusão do desporto. Sérgio faz questão de ressaltar o aspecto educacional que inspira todas as ações daquela entidade de administração do desporto, conforme preconiza a Lei Pelé.
Agradecimentos
Somos gratos a todos quantos têm manifestado seu apoio e seu reconhecimento, pelo esforço que temos feito para manter uma programação esportiva local de bom nível nas tardes de domingo, através da Rádio Metropolitana AM930. Em meu nome, em nome de Assis Pereira e todos que têm participado, nosso muito obrigado.
Bola murcha
Para a atual administração do município de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, pelo descaso com que tem tratado a agremiação de futebol representante daquele município, atual campeã cearense na modalidade futebol feminino. Lamentável mesmo! Dos políticos não se quer benesses, mas o cumprimento das promessas e o respeito para com seus munícipes.
Exemplo
Bem que os prefeitos e prefeitas dos municípios cearenses poderiam buscar inspiração, para a área do esporte, nas ações do atual prefeito de Horizonte, Chico César. Os bons exemplos devem ser seguidos, sobretudo quando se conjugam ações desenvolvimentistas e bom trato para com a mídia.
É bom e faz bem
A se manter a atual tendência em relação ao processo sucessório federacionista, o futebol cearense só terá a ganhar. Uma disputa entre Mauro Carmélio e seguidores versus Chico César e Walmir Araújo, dá-nos o vislumbre de um ar menos rarefeito no ambiente da FCF.
Sérgio Ricardo da Silva, Presidente da LCFF, está trabalhando para o sucesso da entidade que dirige, que tem por objetivo mais que a mera difusão do desporto. Sérgio faz questão de ressaltar o aspecto educacional que inspira todas as ações daquela entidade de administração do desporto, conforme preconiza a Lei Pelé.
Agradecimentos
Somos gratos a todos quantos têm manifestado seu apoio e seu reconhecimento, pelo esforço que temos feito para manter uma programação esportiva local de bom nível nas tardes de domingo, através da Rádio Metropolitana AM930. Em meu nome, em nome de Assis Pereira e todos que têm participado, nosso muito obrigado.
Bola murcha
Para a atual administração do município de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, pelo descaso com que tem tratado a agremiação de futebol representante daquele município, atual campeã cearense na modalidade futebol feminino. Lamentável mesmo! Dos políticos não se quer benesses, mas o cumprimento das promessas e o respeito para com seus munícipes.
Exemplo
Bem que os prefeitos e prefeitas dos municípios cearenses poderiam buscar inspiração, para a área do esporte, nas ações do atual prefeito de Horizonte, Chico César. Os bons exemplos devem ser seguidos, sobretudo quando se conjugam ações desenvolvimentistas e bom trato para com a mídia.
É bom e faz bem
A se manter a atual tendência em relação ao processo sucessório federacionista, o futebol cearense só terá a ganhar. Uma disputa entre Mauro Carmélio e seguidores versus Chico César e Walmir Araújo, dá-nos o vislumbre de um ar menos rarefeito no ambiente da FCF.
Benê Lima
benecomentarista@gmail.com
www.blogdobenelima.blospot.com
(85) 8898-5106
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olá benê!
ResponderExcluirgostaria de saber se tem como vc enviar algumas fotos da semifinal da copa fortaleza para o e-mail
lucas_mattosd@hotmail.com
obrigado!