Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sábado, novembro 03, 2012

A hora da insurreição dos grandes clubes do Rio de Janeiro

Principais agremiações cariocas precisam reagir, buscar o melhor interesse, lutar contra o arcaico estado de coisas
Luis Filipe Chateaubriand*

Lamentavelmente, o presidente da Federação de Clubes do Estado do Rio de Janeiro, senhor Rubens Lopes, propôs o alargamento do número de datas para a disputa do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, de 21 para 23. Considerando-se que o campeonato já é inchado, com 16 clubes, pode-se constatar que se busca piorar o que já é ruim.

O senhor Rubens Lopes, uma pessoa afável no trato pessoal, defende, contudo, ideias arcaicas para o nosso futebol. É completamente diferente do falecido senhor Eduardo Viana, vulgo Caixa D’Água, na forma, mas absolutamente igual, em relação ao credo professado.

Os grandes clubes cariocas não podem aceitar isso. Os grandes clubes cariocas precisam reagir, buscar o seu melhor interesse, lutar contra este arcaico estado de coisas. Está na hora de os grandes clubes cariocas romperem com a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, a FERJ, para criar uma liga própria.

 

 

A proposta é que seja criada a Liga Carioca de Clubes de Futebol, composta de seis clubes fixos, a saber: América, Bangu, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama. Esses seis clubes, e somente eles, devem disputar o Campeonato da Liga Carioca de Clubes.

Em um primeiro momento, o Campeonato da Liga deve ser disputado em 21 datas, ou rodadas, como é o Campeonato Carioca atual. A forma de disputa pode ser esta:

• Primeiro Turno (Taça Guanabara): Os seis clubes jogam entre si, classificando-se os quatro primeiros para as semifinais (cinco rodadas); nas semifinais, o primeiro colocado da fase classificatória faz dois jogos contra o quarto colocado da fase classificatória, da mesma forma que o segundo colocado da fase classificatória faz dois jogos contra o terceiro colocado da fase classificatória, classificando-se um dos clubes em cada confronto (duas rodadas); nas finais, os dois vencedores das semifinais decidem o título do turno em dois jogos (duas rodadas).

• Segundo Turno (Taça Rio): Os seis clubes jogam entre si (com mando de campo invertido), classificando-se os quatro primeiros para as semifinais (cinco rodadas); nas semifinais, o primeiro colocado da fase classificatória faz dois jogos contra o quarto colocado da fase classificatória, da mesma forma que o segundo colocado da fase classificatória faz dois jogos contra o terceiro colocado da fase classificatória, classificando-se um dos clubes em cada confronto (duas rodadas); nas finais, os dois vencedores das semifinais decidem o título do returno em dois jogos (duas rodadas).

• Se o mesmo clube vencer os dois turnos, é campeão sem haver necessidade de finais. Se cada turno for vencido por um clube, os dois campeões de turnos decidem o título em três jogos (três rodadas).

Essa forma de disputa poderia ser reformulada, ao longo do tempo. Poder-se-ia, por exemplo, no bojo de ampla reformulação do calendário do futebol brasileiro, reduzir o número de datas para disputas estaduais, das 23 atuais (tomando como base o Campeonato Paulista) para 13. Quando isso acontecesse, a nova forma de disputa, em 13 datas, ou rodadas, seria esta:

• Primeiro Turno (Taça Guanabara): Os seis clubes jogam entre si, sendo campeão o que fizer maior número de pontos (cinco rodadas).

• Segundo Turno (Taça Rio): Os seis clubes jogam entre si (com mando de campo invertido), sendo campeão o que fizer maior número de pontos (cinco rodadas).

• Se o mesmo clube vencer os dois turnos, é campeão sem haver necessidade de finais. Se cada turno for vencido por um clube, os dois campeões de turnos decidem o título em três jogos (três rodadas).

Este escriba não é fã das disputas estaduais, mas admite que se elaborar um calendário nacional sem esses certames é pura perda de tempo, algo que não será adotado. Mas reduzir o número de datas destas disputas, de 21 para 13, isso é algo viável. E, no caso específico do Rio de Janeiro, se os grandes clubes jogaram entre si, tanto melhor para seus interesses – sem ficarem a reboque de uma federação estadual que não os representa.

* Luis Filipe Chateaubriand é autor do livro “Futebol Brasileiro: Um Novo Projeto de Calendário”.

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Benê Lima