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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, novembro 09, 2012

Artigo] Os clubes pequenos do Rio de Janeiro

Um clube pequeno deve aspirar ser grande, e não aspirar ser sustentado pelos grandes
 
Luis Filipe Chateaubriand* (Direto do autor)
 
No artigo imediatamente anterior a este, escrevi que o Campeonato Carioca de Futebol deveria ser, na verdade, o Campeonato da Liga Carioca de Futebol, composta de seis clubes fixos: América, Bangu, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco da Gama.
Escrevi, também, que o Campeonato da Liga Carioca de Clubes deveria ser disputado somente por esses seis clubes, os grandes do Estado do Rio de Janeiro.
 
Escrevi, ainda, que a disputa deveria ser confinada a 13 datas, ou rodadas, ao invés das 21 atuais.
 
Para que não haja ruído na interpretação do que proponho, gostaria de esclarecer que concebo duas soluções possíveis para os Campeonatos Estaduais em geral, a saber:
 
a) Os clubes grandes (os que jogam o Campeonato Brasileiro, em alguma de suas três divisões principais) não o disputam. Assim, os Campeonatos Estaduais ficam destinados ao clubes pequenos, correndo paralelamente ao Brasileirão.
 
b) Os grandes clubes o disputam, mas consumindo menos datas que atualmente. Assim, reduz-se de 23 para 13 as datas, ou rodadas, para sua disputa, com enxugamento do número de clubes.
 
Simpatizo mais com a primeira solução, mas proponho a segunda, por considerá-la mais viável de implementação.
 
Então, para muitos, sou considerado elitista, preconceituoso, interessado em prejudicar os pequenos clubes. Na visão simplista de alguns, ao propor o “Cariocão” com seis clubes, “viro as costas aos clubes pequenos”.
 
Gostaria de responder: não sou contra os clubes pequenos, apenas acho que os clubes pequenos devem sobreviver através de seus próprios méritos, e não sendo sustentados pelos clubes grandes. Fora raras exceções, grandes devem jogar contra grandes, e pequenos, contra pequenos, visando tornarem-se grandes pelas “próprias pernas”, e não obrigando os grandes a jogarem deficitários torneios, para subvencioná-los.
 
O que um clube pequeno de futebol precisa? De três proposições:
 
• Um calendário que os mantenha em atividade durante toda uma temporada anual, ao invés de jogarem apenas cerca de três meses por ano, como acontece atualmente.
 
• Mecanismos para, de acordo com méritos próprios, poderem ascender de divisão no Brasileirão.
 
• Uma competição que permita que tenham a chance de, conforme méritos obtidos, disputar uma vaga na Libertadores, chamada Copa do Brasil.
 
A terceira dessas proposições já existe. As outras duas, são perfeitamente factíveis de serem obtidas, conforme demonstro em meu livro “Futebol Brasileiro: Um Novo Projeto de Calendário”.
 
Agora, o que não é possível é submeter os grandes clubes – devedores de milhões, com despesas altíssimas e necessidades de investimentos e, por isso mesmo, carecidos de receitas – a disputarem deficitárias competições, comprometendo ainda mais a sua já combalida saúde financeira.
 
Um clube pequeno deve aspirar ser grande, e não aspirar ser sustentado pelos grandes.
 
* Luis Filipe Chateaubriand é autor do livro “Futebol Brasileiro: Um Novo Projeto de Calendário”.
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Benê Lima