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O artigo de hoje identifica as exigências que as Federações Nacionais membras da UEFA impõem para um profissional adquirir habilitação para trabalhar dentro do campo de jogo como treinador de futebol. Diferente do que é praticado no Brasil, as regras para um profissional trabalhar como treinador são rígidas e contribuem para o desenvolvimento do esporte.
Como base para o nosso artigo vamos nos aprofundar na Espanha, Alemanha e Inglaterra, países com uma cultura de formação de treinadores sólida e bem estruturada. É bom salientar que a todas as Federações têm certa autonomia para modificar alguns parâmetros nas regras para obtenção de licença de treinador, porém devem respeitar o Reconhecimento Mútuo de Habilitações dos Treinadores, ocorrido em 2008 e que envolveu todas as Federações e padronizou alguns critérios para a formação de profissionais.
A formação de treinadores da UEFA é divida em 4 tipos de licenças, conforme quadro abaixo.
Como percebemos no quadro explicativo a Federação Inglesa utiliza o mesmo tipo de formação que a UEFA. Porém outras Federações fizeram algumas adaptações no modelo mas respeitando o padrão básica de formação.
Na Alemanha por exemplo, a Federação exige que para treinar algum clube da Bundesliga o treinador passe por 4 etapas de formação e não 3 como na UEFA e Inglaterra e também faz com que as Federações Regionais participem desse processo de formação, conforme mostra o quadro abaixo.
Na Espanha existem apenas 3 níveis de formação para os treinadores, conforme quadro abaixo, porém a carga horária é extensa e as atividades práticas são mais exigidas que nas demais federações.
O que fica claro é que a formação dos treinadores na Europa é um ponto chave para o sucesso do futebol daquele continente, é uma vantagem competitiva em relação ao Brasil, que conta com um programa de formação de treinadores da CBF de boa qualidade porém sem carácter obrigatório, o que torna a profissão de treinador de futebol no Brasil uma mera ocupação.
A qualidade do futebol apresentado por nossos clubes e recentemente pela seleção está fortemente ligada ao processo de formação de treinadores, não são coisas desconexas. Contamos hoje no Brasil com inúmeros treinadores que não tiveram formação na profissão, normalmente ex jogadores que tiveram uma carreira vitoriosa como atleta mas que sãotreinadores de forma empírica e não conseguem mais participar e contribuir de forma efetiva na formação e na extração do melhor potencial de nossos atletas.
Para ilustrar essa discrepância trazemos o exemplo do ex jogador Zidane, um jogador fora de série, um dos melhores da história do futebol mundial que foi suspenso por 3 meses pela Federação Espanhola por treinar a equipe do Real Madrid B sem estar com as exigências de formação devidamente cumpridas. É possível imaginar um ex jogador desse porte ser suspenso pela CBF por não ter licença de treinador compatível com o cargo que exerce ? Talvez essa diferença de tratamento e exigência seja um dos fatores para o momento ruim do futebol brasileiro como um todo.
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Benê Lima