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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, abril 13, 2017

Corrupção afetou as finanças da FIFA

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A FIFA acabou de publicar seu balanço financeiro de 2016. O documento apresentou inúmeros reflexos de uma entidade atolada em denúncias de corrupção e com inúmeros ex dirigentes presos e/ou afastados.
Segundo o balanço, a entidade apresentou o maior prejuízo de sua história, com perdas de US$ -369 milhões. Nos últimos dois anos os prejuízos chegaram a US$ -422 milhões.
Situação bem diferente de anos anteriores quando somente acumulava lucros e mais lucros. A realidade atual é bem complicada, embora a própria entidade tente mostrar que a situação é absolutamente tranquila.
Nenhuma entidade que apresente perdas de US$ 369 milhões e tenha faturado US$ 502 milhões vive um bom momento. Essa é a realidade atual da FIFA, mesmo que tente mostrar o contrário. As perdas são muito altas e isso nunca tinha ocorrido antes.
FIFA
Em toda a sua história recente esse é disparado o seu pior momento. Por exemplo, em 2012, dois anos antes da Copa de 2014 a entidade apresentou receitas de US$ 1,2 bilhão, praticamente o mesmo valor de 2010, ano da Copa do Mundo na África.
O que mais chama a atenção é a sequência de quedas nas receitas com patrocínios, uma grande indicio de como essa onda de denúncias de corrupção afetou a entidade. Nunca isso aconteceu antes. Mesmo em anos sem Copa do Mundo, os patrocínios sempre cresceram, bem diferente da realidade atual.
Em 2016 as receitas com patrocínios atingiram um valor irrisório para os padrões da FIFA de US$ 115 milhões e em 2015 US$ 157 milhões. Em 2014 esse montante era de US$ 465 milhões.
Essa queda acentuada nunca foi verificada em nenhum outro momento, mesmo em anos sem Copa. Portanto a única justificativa plausível para essa queda abrupta é o impacto de tudo de errado que ocorreu com a entidade nesses últimos dois anos.
A justificativa da FIFA é que alterou radicalmente a forma de contabilizar suas receitas, seguindo novos padrões contábeis. Portanto, fica claro que a realidade da FIFA era muito pouco aceitável, o que comprometeu todos os balanços da entidade até 2015.
Portanto fica difícil acreditar em tudo que foi publicado até esse novo balanço de 2016.
A partir de agora as receitas de cada ano que não há Copa do Mundo são baixíssimas e somente no ano do mundial serão elevadas.  A expectativa da entidade é faturar US$ 5,6 bilhões com a Copa da Rússia, crescimento de apenas 5% em relação ao mundial no Brasil.
Mas os patrocínios, segundo meus cálculos com os dados da própria entidade apresentarão uma queda de mais de 10%.
Lembrado que tudo isso é expectativa da FIFA, e não realidade.  O mundo real é bem mais feio e mostra como a corrupção e más práticas afetaram e muito suas finanças.
Gastos ligados à corrupção afetaram os números
Não foi apenas a queda nas receitas que afetaram as finanças da FIFA. O aumento dos gastos com custos legais e advocatícios impactaram negativamente os números.
Em 2016, somente por conta do processo em curso nos EUA, realizado pelo FBI foram consumidos US$ 50 milhões. Em 2015 a entidade já havia gasto outros US$ 20 milhões.
Em quatro anos a FIFA gastará US$ 92 milhões com esse processo nos EUA. Outros custos legais consumiram US$ 12 milhões no ano passado e em quatro anos ultrapassarão US$ 52 milhões.
Nada menos que US$ 144 milhões em quatro anos serão gastos com advogados. Esse valor é maior que todos os custos com os congressos técnicos realizados pela FIFA, ou os gastos da entidade com comunicação.
São ainda quase duas vezes maiores que os gastos com tecnologia da informação ou quatro vezes mais elevados que os gastos de manutenção da entidade.
Não há dúvidas que a corrupção corroeu as finanças da entidade, mesmo que tentem negar, inclusive alguns no Brasil.
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Benê Lima