Estado de emergência
Os campeonatos estaduais lutam hoje para sobreviver, pois não conseguem fazer um
planejamento pelo fato da maioria não ter um calendário anual de jogos
Carlos Pereira
Os campeonatos estaduais chegam a sua fase final
cercados de grandes dúvidas sobre a qualidade e
interesse do consumidor em relação ao seu produto.
cercados de grandes dúvidas sobre a qualidade e
interesse do consumidor em relação ao seu produto.
O campeão estadual não tem sido, por lógica,
elevado a favorito para o campeonato nacional. Não
podemos nos esquecer, por exemplo, que o campeão
mineiro de 2016 foi o América Mineiro, que acabou
rebaixado no Brasileiro. O campeão gaúcho foi o
Internacional, também rebaixado no Brasileiro. Em
2015, o Vasco sagrou-se campeão carioca e, no final
do ano, amargou um novo rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro.
elevado a favorito para o campeonato nacional. Não
podemos nos esquecer, por exemplo, que o campeão
mineiro de 2016 foi o América Mineiro, que acabou
rebaixado no Brasileiro. O campeão gaúcho foi o
Internacional, também rebaixado no Brasileiro. Em
2015, o Vasco sagrou-se campeão carioca e, no final
do ano, amargou um novo rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro.
É fato que algumas medidas foram adotadas para que os torneios estaduais reduzissem a sua
duração de tempo e número de jogos, após manifestações realizadas pelo movimento Bom Senso
F.C.. Porém, o impacto para a geração de maior qualidade ainda não prosperou.
duração de tempo e número de jogos, após manifestações realizadas pelo movimento Bom Senso
F.C.. Porém, o impacto para a geração de maior qualidade ainda não prosperou.
Estádios vazios, jogos cansativos, clubes priorizando outras competições e poupando seus principais
atletas até mesmo em grandes jogos. Esse é o cenário dessas competições locais. Os clubes que
disputam a Libertadores, como Botafogo e Atlético Paranaense, têm jogado grande parte dos jogos
do Carioca e Paranaense com suas equipes reservas ou mistas. Claro que para o clube e para
a torcida, é sempre legal ser campeão, mas é praticamente unânime que ambos preferem priorizar
outras competições, mesmo que isso acarrete em campanhas medíocres dentro de seus Estados.
atletas até mesmo em grandes jogos. Esse é o cenário dessas competições locais. Os clubes que
disputam a Libertadores, como Botafogo e Atlético Paranaense, têm jogado grande parte dos jogos
do Carioca e Paranaense com suas equipes reservas ou mistas. Claro que para o clube e para
a torcida, é sempre legal ser campeão, mas é praticamente unânime que ambos preferem priorizar
outras competições, mesmo que isso acarrete em campanhas medíocres dentro de seus Estados.
O calendário brasileiro e sul-americano permanece muito inchado e desorganizado. Somente por
aqui os clubes realizam jogos durante as datas FIFA, destinadas aos confrontos entre seleções. Na
última janela de jogos FIFA, inclusive clássicos foram disputados. Em São Paulo, houve a disputa entre
São Paulo x Corinthians e, no Rio, Botafogo x Fluminense.
aqui os clubes realizam jogos durante as datas FIFA, destinadas aos confrontos entre seleções. Na
última janela de jogos FIFA, inclusive clássicos foram disputados. Em São Paulo, houve a disputa entre
São Paulo x Corinthians e, no Rio, Botafogo x Fluminense.
Como passar credibilidade ao seu público consumidor, se os times correm o risco de estarem
desfalcados de seus principais atletas? O resultado não pode ser diferente, é fracasso na certa. Nesse
clássico carioca, o público presente foi de 6 mil torcedores, gerando o maior prejuízo do campeonato,
no total de R$ 370 mil.
desfalcados de seus principais atletas? O resultado não pode ser diferente, é fracasso na certa. Nesse
clássico carioca, o público presente foi de 6 mil torcedores, gerando o maior prejuízo do campeonato,
no total de R$ 370 mil.
Os estaduais merecem o nosso respeito. Durante décadas, foram aclamados e elevados ao mesmo
patamar de importância do campeonato brasileiro. Os times do interior eram mais fortes e
apresentavam ao país novas promessas. Hoje lutam para sobreviver, sem conseguir se planejar
pelo fato da maioria não ter um calendário anual de jogos, mantendo seus times durante apenas um
semestre.
patamar de importância do campeonato brasileiro. Os times do interior eram mais fortes e
apresentavam ao país novas promessas. Hoje lutam para sobreviver, sem conseguir se planejar
pelo fato da maioria não ter um calendário anual de jogos, mantendo seus times durante apenas um
semestre.
É essencial que uma nova fórmula seja encontrada, tanto para gerar interesse dos grandes, como
também para dar vida aos pequenos. Alguns consideram até mesmo a hipótese de extinção dos
estaduais. Acredito que haja espaço para enxugar um pouco mais a participação dos grandes nos
torneios, beneficiando a qualidade do espetáculo e entregando um produto melhor para os torcedores e
amantes do bom futebol.
também para dar vida aos pequenos. Alguns consideram até mesmo a hipótese de extinção dos
estaduais. Acredito que haja espaço para enxugar um pouco mais a participação dos grandes nos
torneios, beneficiando a qualidade do espetáculo e entregando um produto melhor para os torcedores e
amantes do bom futebol.
POSTS DO AUTOR
Sobre Carlos Pereira
Sócio-diretor da Campo de Ideias, consultoria em marketing esportivo.
Profissional formado em Publicidade pela Universidade Metodista de São Paulo
e MBA em Negócios do Esporte pela ESPM. Possui uma visão ampla sobre as
potencialidades e fraquezas de cada parte envolvida na área, pela experiência
adquirida em diferentes setores, atuando em empresas de consumo, pesquisa,
eventos, consultoria e clube de futebol.
Profissional formado em Publicidade pela Universidade Metodista de São Paulo
e MBA em Negócios do Esporte pela ESPM. Possui uma visão ampla sobre as
potencialidades e fraquezas de cada parte envolvida na área, pela experiência
adquirida em diferentes setores, atuando em empresas de consumo, pesquisa,
eventos, consultoria e clube de futebol.
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