Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Com Pé e Cabeça - 110













(Fotos: DN)

”O futebol cearense existe, e precisa ser reinventado.” (Benê Lima)


EFEMÉRIDES

Fortaleza e Ceará: Pré-jogo
Esperava bem mais do Ceará. Esperava bem mais da partida. Diante das escalas das duas equipes, antecipamos a possibilidade do técnico alvinegro, Heriberto da Cunha, ter-se equivocado. Sentíamos a invisível (até então) presença da vulnerabilidade do seu sistema defensivo. Pelo lado do Fortaleza, seu técnico, Silas Pereira, tratou de fazer o simples; nada de inventar soluções rebuscadas que colocassem em risco a quebra do entrosamento conseguido até aqui. Diante do quadro descrito, imaginávamos um jogo mais agudo desde o seu início, situação que não se confirmou.

O jogo
Os dez primeiros minutos da partida nos deram o desenho de um jogo amarrado, de muita disputa, mas de pouca objetividade das equipes. À medida que o tempo passava a realidade do jogo ia sendo alterada, com o Fortaleza mais desenvolto e técnico, contra um Ceará acossado que, aos poucos revelava que a alternativa de planejamento tático pensada por seu treinador, na prática não preenchia sua expectativa, configurando-se como um grande equívoco. Por isso, consideramos o caráter apriorístico do erro de Heriberto. Aos 23 minutos do 1º tempo o Fortaleza, através de Paulo Isidoro, materializa sua melhor organização tática e seu melhor desempenho técnico. 1 a 0.

O jogo 2
Que não se tome o que foi dito até aqui, sobre o jogo, como verdades definitivas. Longe disto! O que está sendo rascunhado é meramente uma visão do jogo deste domingo p.p., disputado entre ambos, em que o Fortaleza esteve bem melhor que seu rival, o Ceará. E se esteve melhor, o resultado não reflete o que foi a partida – isto quando são considerados os mais confiáveis critérios de mensuração de resultados, que é a mescla da produção e do volume de jogo, aliados à amplitude das jogadas. E por aí, não há como negarmos que o time do Pici superou com sobras o time de Porangabuçu.

O jogo 3
No intervalo da partida, Heriberto conserta alguns dos problemas de sua equipe, embora insista em manter atletas que não rendiam, como Mazinho Lima e Sérgio Manoel. No entanto, fazer entrar Luís Carlos em lugar de Juranilson no intervalo de jogo já foi um bom recomeço. Aos 21 min da 2ª fase, foi a vez de Tiago Almeida ceder seu lugar a Daniel, fazendo predominar uma peça ofensiva com três atacantes: Daniel, Vavá e Luís Carlos. Na prática, o ‘efeito’ Daniel não foi o previsto, uma vez que o mesmo não se encontrou em campo. O Fortaleza, por sua vez, embora se visse um tanto acossado pela pressão do Ceará, continuava a levar perigo para a meta do goleiro Rodrigues.

O jogo 4
Aos 28 min – etapa final, claro – O Ceará perde Claissson, expulso após cometer uma falta que resultou em seu 2º amarelo. Com dez jogadores em campo e mais as limitações nas atuações de Daniel, Mazinho Lima e Sérgio Manoel, tornava-se cada vez mais distante uma reação da equipe de Porangabuçu. Porém, a heterodoxia que tomou conta de Heriberto desde a escala da equipe, manifesta-se outra vez: o zagueiro Leandro Camilo sai para a entrada do meio-campista Flavinho. Foi o suficiente para esquentar mais ainda o jogo. E tome correria pra cima do time do Pici e tome contra-ataque em cima do time de Porangabuçu. Se bem que a eficácia dos contra-golpes do Fortaleza já era de baixo teor. E pela obstinação com que o Ceará perseguiu o seu gol, ele acabou acontecendo, através de Vavá, em um cabeceio fulminante, após um ótimo cruzamento do letárgico Mazinho. Em seguida, Thiago Cardoso, goleiro do Fortaleza, ainda salvou sua equipe de uma ‘tragédia’ pior: uma virada histórica. 1 a 1, desta feita, foi o resultado da batalha de um David não tão David, contra um Golias não tão Golias.

Arbitragem
No aspecto geral Almeida Filho e seus assistentes portaram-se bem, principalmente se levarmos em conta o grau de dificuldade para um árbitro local ‘conduzir’ nosso Clássico-Rei. Quando os assistentes não comprometem o trabalho do árbitro isso já constitui um grande feito. Entretanto, imprimindo-se um pouco mais de vigor em nossa análise, pelo menos duas observações são necessárias.

A primeira delas é quanto à postura disciplinar do árbitro. Não creio que sua indiferença para com os lances faltosos - limitando-se somente a marcá-los - seja um comportamento acertado e producente. Neste sentido, até se admite uma atitude de maior tolerância do árbitro, desde que isso não represente omissão. De outra parte, a omissão do árbitro, não só em relação às advertências previstas nas regras (cartões amarelos e vermelhos), mas também em se tratando das advertências verbais, funcionam como estímulo para que os atletas sintam-se à vontade para praticarem jogadas cada vez mais bruscas. Afinal, sabe-se que as advertências verbais são recursos auxiliares não previstos pelo compêndio de regras, mas que devem ser utilizadas, sobretudo quando o árbitro resolve assumir a condição de ‘administrador e/ou gerente’ do espetáculo.

A observação de número dois tem natureza mais circunstancial, pois se refere a um lance capital em que, a nosso juízo, Almeida Filho cometeu dois erros. O maior deles foi o de retirar a vantagem do atleta Taílson, do Fortaleza, em lance faltoso cometido por Cleisson, do Ceará. A seguir, ainda no mesmo lance, Almeida mostrou o 2º cartão amarelo a Cleisson, demorando-se para apresentar o cartão vermelho. Resultado: uma ligeira confusão estabelecida, iniciada pela cobrança de alguns atletas do Fortaleza sobre o árbitro, situação que poderia ter sido evitada caso ele tivesse agido com a celeridade apropriada.
Tecnicamente, caberia uma nota 9 para o bom árbitro Almeida Filho. Disciplinarmente, não mais que 6, o que lhe garantiria, com todos os rigores, uma média 7,5. Convenhamos, pelas circunstâncias descritas e pelo rigor dos critérios avaliatórios adotados, uma boa média.


BREVES E SEMIBREVES ®

De Natal/RN. “Se Ferdinando Teixeira sustentar até o final do returno do Estadual a invencibilidade que vem mantendo no ABC até agora, poderá quebrar um recorde sem derrota valendo o Campeonato Estadual. Sua estréia à frente do elenco abecedista aconteceu dia 25 de março de 2007 quando, após assumir derrotou o Santa Cruz, no Iberezão por 2x1, após o ABC vir de uma goleada humilhante diante do ASSU, por 5 x 0, no “Maria Lamas”, e a conseqüente queda de Roberval Davino. Ostentando há muito o título de treinador com maior número de títulos estaduais no Machadão, FT já vê bem perto esse novo feito na sua brilhante trajetória.” (Everaldo Lopes)

Do O Povo. Erro crasso do nosso conceituado jornal, em sua edição de sexta, 25, ao publicar uma foto de Marcelo Vilar, ex-técnico do Ceará Sporting Club, como se fora de Heriberto da Cunha, atual técnico.

Detalhe. O palco do jogo – o campo do Castelão – com o piso ruim e com grama alta, dificultou consideravelmente a condução de bola. Quem é dado à observação minudente, ficava evidente a dificuldade de alguns jogadores, notadamente daqueles mais velozes. Quase que invariavelmente eles passavam da bola.

Vale registro... a iniciativa dos que fazem a Apcdec, em ampliar a distribuição de lanches para todos os cronistas que estejam trabalhando, independentemente de suas ligações ou não com emissoras que transmitem as chamadas jornadas esportivas. Parabéns!

Tropicão. O técnico Heriberto desmontou sua defesa e inverteu soluções: criou a avenida Mazinho Lima; inventou a carrapeta Arlindo Maracanã; deu funções a Tiago Almeida que eram de Cleisson; expôs Juranilson aos ‘gladiadores tricolores’.


(85) 8898-5106

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Benê Lima