Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Revisão

O Scout no futebol

Leandro Zago, Futebol Tático

Pela competitividade e equilíbrio que caracteriza o futebol atualmente, o técnico deve sempre buscar diferenciais que agreguem positivamente ao seu trabalho, transformando-os em resultados. Scout é uma palavra da língua inglesa que traduzida para o português significa explorador. E esse é o principal objetivo de um trabalho de Scout, explorar todas as possibilidades das equipes analisadas, encontrando pontos fortes e fracos nas mesmas.

Para montarmos um modelo de Scout devemos levar em conta três dimensões básicas:

- temporal: refere-se aos períodos de ocorrências dos eventos no jogo, tempo de realização das ações, tempo de posse bola, enfim, tudo que possa ser caracterizado em função do tempo;

- espacial: relacionar os eventos às regiões do campo, posicionamento das equipes com e sem bola, ou seja, todas as ações que possam ser relacionadas com o espaço de jogo;

- tarefa: tipo de ação ou fundamento realizado em determinada jogada, quantificando e qualificando os eventos ocorridos, caracterizando-os.

Devemos considerar também os padrões coletivos e a proposta de jogo da equipe analisada para podermos contextualizar os dados e compreendê-los de uma forma global.

O Scout também pode ser realizado de forma longitudinal (quando o realizamos analisando nossa própria equipe ao longo de uma seqüência de jogos numa temporada, por exemplo) ou transversal (quando é feita a análise do nosso próximo adversário baseado em um jogo). Temos que nos atentar para isso, pois são dois tipos de análises diferentes que possuem seus prós e contras.

Vejamos duas situações distintas para ilustrar os pontos contras:

- análise longitudinal: caso eu me baseie pela boa média de desarmes da minha equipe por partida, posso não reparar que ela diminuiu sua capacidade de desarme nos últimos cinco jogos;

- análise transversal: no jogo em que analiso meu adversário, não necessariamente ele realizará todos os movimentos coletivos que está habituado, ou então, jogará de acordo com aquele adversário do dia.

O trabalho de Scout é de grande valia para o treinador, mas este não pode se deixar enganar pelos números, e para isso devem estar montados de acordo com as necessidades e com a capacidade de intervenção dele no aspecto tático da equipe.