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Comemorar o quê?
Constituiria imenso egocentrismo de minha parte, pretender um mundo só pra mim. Para aplacar uma possível pretensão dessa natureza, fico com o meu egoísmo de apenas querer um mundo melhor, a partir de seres humanos de melhor qualificação moral, ética e espiritual.
A sensação de alheamento em relação à espécie humana que vez ou outra me sobrevém, ou revela que sou um arrogante empedernido e incorrigível, ou por outra que não aderi à ‘filosofia do desvalor’.
Compareço esporadicamente às reuniões sociais, por elas em mim não despertarem nenhum atrativo significante. Assim, mais uma vez cedi ao ‘sacrifício’ de comparecer a uma delas. O que a motivou foi o Dia do Radialista, uma categoria que não tem o que comemorar – essa é que é a verdade.
Mas não é para se estranhar que em contexto tão desfavorável não haja uma boa produção, e menos ainda conquistas ou mesmo mera manutenção de benefícios. Afinal, um rádio que se transvia de sua missão, que aceita a cooptação de uma segmentação aviltante e perniciosa, e que não constitui organismos de controle de qualidade e de proteção dos direitos de sua classe, de fato não tem o que comemorar.
Concordo que a validade desta apreciação crítica muito mais se coaduna com o rádio esportivo, que consegue bater recordes de falta de qualidade. E no bojo dessa primeira hora de indigência, observam-se pedintes, mercenários, além de analfabetos e semi-alfabetizados.
Quando passamos para o campo dos valores humanos mais exponenciais, aí é que a situação piora. Pois, submetermos nossas famílias a uma tão cruel ‘práxis social’ representa nos expormos aos mais diferentes agentes do desconceito. E, em se tratando dessas reuniões ditas sociais, pelo ambiente próximo da fornicação, com direito a fofocas e futricas maledicentes, podemos parafrasear Nelson Rodrigues: “Família? Melhor não levá-la!”
Hão de dizer que me rendi ao mais completo pessimismo; há quem possa imaginar que eu seja um anti-social recalcitrante. Mas, quem sabe, também podem me ver como um realista que se serve de saudáveis doses de ceticismo. Esta, portanto, parece ser a opção que melhor reflete a realidade dos fatos, bem como aquela que nos dá certa proteção nas relações interpessoais.
Diante do que expomos, creio que fica mais fácil entendermos que o tipo de rádio esportivo que tem sido feito, não condiz com os mais elevados objetivos da comunicação social. Mas ainda é racional compreendermos que a nossa imprensa, assim como a nossa classe política, não deve ser vistas nem como casta, nem como escória. Na verdade, elas são um reflexo da nossa sociedade e, por isso, são, a um só tempo, indutoras e catalisadoras dos diversos comportamentos dos chamados atores sociais que somos todos nós.
Que tal buscarmos alterar para melhor a presente realidade?
Constituiria imenso egocentrismo de minha parte, pretender um mundo só pra mim. Para aplacar uma possível pretensão dessa natureza, fico com o meu egoísmo de apenas querer um mundo melhor, a partir de seres humanos de melhor qualificação moral, ética e espiritual.
A sensação de alheamento em relação à espécie humana que vez ou outra me sobrevém, ou revela que sou um arrogante empedernido e incorrigível, ou por outra que não aderi à ‘filosofia do desvalor’.
Compareço esporadicamente às reuniões sociais, por elas em mim não despertarem nenhum atrativo significante. Assim, mais uma vez cedi ao ‘sacrifício’ de comparecer a uma delas. O que a motivou foi o Dia do Radialista, uma categoria que não tem o que comemorar – essa é que é a verdade.
Mas não é para se estranhar que em contexto tão desfavorável não haja uma boa produção, e menos ainda conquistas ou mesmo mera manutenção de benefícios. Afinal, um rádio que se transvia de sua missão, que aceita a cooptação de uma segmentação aviltante e perniciosa, e que não constitui organismos de controle de qualidade e de proteção dos direitos de sua classe, de fato não tem o que comemorar.
Concordo que a validade desta apreciação crítica muito mais se coaduna com o rádio esportivo, que consegue bater recordes de falta de qualidade. E no bojo dessa primeira hora de indigência, observam-se pedintes, mercenários, além de analfabetos e semi-alfabetizados.
Quando passamos para o campo dos valores humanos mais exponenciais, aí é que a situação piora. Pois, submetermos nossas famílias a uma tão cruel ‘práxis social’ representa nos expormos aos mais diferentes agentes do desconceito. E, em se tratando dessas reuniões ditas sociais, pelo ambiente próximo da fornicação, com direito a fofocas e futricas maledicentes, podemos parafrasear Nelson Rodrigues: “Família? Melhor não levá-la!”
Hão de dizer que me rendi ao mais completo pessimismo; há quem possa imaginar que eu seja um anti-social recalcitrante. Mas, quem sabe, também podem me ver como um realista que se serve de saudáveis doses de ceticismo. Esta, portanto, parece ser a opção que melhor reflete a realidade dos fatos, bem como aquela que nos dá certa proteção nas relações interpessoais.
Diante do que expomos, creio que fica mais fácil entendermos que o tipo de rádio esportivo que tem sido feito, não condiz com os mais elevados objetivos da comunicação social. Mas ainda é racional compreendermos que a nossa imprensa, assim como a nossa classe política, não deve ser vistas nem como casta, nem como escória. Na verdade, elas são um reflexo da nossa sociedade e, por isso, são, a um só tempo, indutoras e catalisadoras dos diversos comportamentos dos chamados atores sociais que somos todos nós.
Que tal buscarmos alterar para melhor a presente realidade?
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Texto e fotos: Benê Lima
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Benê Lima