Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

domingo, outubro 29, 2017

As razões da queda de desempenho do Corinthians no 2º turno

Leonardo Miranda 

0x0, primeiro tempo. A Ponte Preta se posiciona de forma muito compacta em seu campo, com 2 linhas de 4 e os dois atacantes fechando junto aos volantes do Corinthians. O time paulistano está pensando em como começar mais um ataque, tentando construir suas jogadas. Bola com Gabriel, que só vê Maycon perto dele como uma opção de passe. Os laterais estão distantes, os pontas estão presos no lado e Rodriguinho vira o corpo, mas muito longe. Toquinho de lado, outro toque de lado e…nada acontece.A imagem que você vê acima representa o que foi boa parte do jogo contra a Ponte Preta - 1x0, gol de Lucca - e o que vem sendo o desempenho do Corinthians no 2º turno. São 3 vitórias, 3 empates e 6 derrotas - um aproveitamento de 30% dos pontos, comparável apenas ao lanterna Atlético-GO. A gordura na liderança, que já foi de 10 pontos, pode diminuir a 3 se o Palmeiras vencer o Cruzeiro.

São muitas as razões que explicam a queda de desempenho corinthiana. Em recente entrevista, Jô disse que vinha sentindo dificuldade de se concentrar nos jogos com a vantagem garantida. O efeito psicológico de um 1º turno tão perfeito pode ter sido um relaxamento natural no 2º. Outra questão é o desempenho individual de alguns jogadores (desempenho esse afetado pelo coletivo), como Rodriguinho e Arana.

Partindo para as razões táticas, a questão se desdobra mais. O Corinthians continua sendo uma equipe organizada e com um modelo de jogo claro. O que acontece é que esse modelo de jogo não vem atingindo os objetivos que ele propõe tanto na equipe como no adversário. Pense no futebol como um jogo de escolhas e ação-reação: escolho jogar de determinada maneira para que o adversário se desorganiza de tal jeito e eu consiga fazer o gol de x jeito.

Pegando como exemplo a construção ofensiva do Corinthians, talvez o que mais piorou de alguns meses pra cá, aquela saída lateralizada com os laterais e pontas vem resultando em vários nadas. Observe como o Corinthians faz a mesma coisa, mas a Ponte se organiza para evitar que Arana ou Fágner flutuem por dentro e infiltrem junto aos pontas e Jô, que caiu demais de rendimento precisando ficar mais estático e fazendo menos o pivô que tanto armava as jogadas.Tudo está conectado. Se o ataque vai mal, a defesa vai mal. O Corinthians vem sendo muito lento em suas ações, inclusive no “volta” para a defesa quando perde a bola. Aqui, Jadson retorna para proteger Wagner, mas Romero não faz o mesmo lá no lado oposto. Rodriguinho também não. Veja como a linha de defesa, ponto máximo da organização no 1º turno, está mais espaçada, sujeita a desencaixes como o gol de Lucca.Ação, reação e o título do Corinthians já não depende mais só dele. Se o Palmeiras vencer o Cruzeiro e o Corinthians no próximo domingo, assume a liderança. A hora é de repensar o modelo de jogo que não vem surtindo mais efeito e cobrar mais atitude - sim, ela interfere diretamente no desempenho em campo. Atitude de querer vencer, de obedecer o que é treinado e executar mais rápido. É uma das maneiras de não transformar em fiasco o que vinha sendo uma maravilha…

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seu comentário.
Em breve ele será moderado.
Benê Lima