Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quarta-feira, março 12, 2008

Com Pé e Cabeça 116, a coluna do Benê Lima

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O fim de um carreirista
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O medo do torcedor do Ceará o fez tornar-se refém de uma situação falsa, construída por asseclas do presidente da executiva

Na história da agremiação Ceará Sporting Club, jamais o clube esteve tão acéfalo quanto agora. Entre dirigentes de boa cepa e medianos, os fracos – que foram em pequeníssimo número - constituíram exceções à regra.

O atual presidente, para amargor do torcedor alvinegro, pôs-se na condição de fraquíssimo entre os fracos, por sua deliberada omissão, por sua falta de vontade política, por sua incompetência enfim.

O desgaste a que foi submetido o presidente Eugênio Rabelo por sua própria incapacidade, revela uma das páginas mais negras da história do clube. Afinal, como negar que a própria personalidade do clube tenha sido negativada pela atitude reiteradamente cínica de seu presidente?

Sabemos que o peso das palavras aqui utilizadas pode causar sobressalto a alguns desavisados. Contudo, peso e estrago maiores são o que vem sendo feito com o Ceará ano após ano por dirigentes e ex-dirigentes que, nesta década sem exceção, serviram-se da imagem do clube como nunca antes. E não me venham com conversa de que a coisa não é bem assim, de que ruim com eles pior sem eles porque não aceitamos tais injunções.

Há tempos venho defendendo a tese de que Eugênio deve deixar a presidência do Alvinegro, sob pena do clube já sucateado caminhar para a mais completa insolvência.

Na verdade, temos que reconhecer que o pouco apreço dos cartolas pelo clube que os projeta, é uma das causas da presente situação do Alvinegro de Porangabuçu. Obviamente que não somos ingênuos para acreditarmos no amor desses dirigentes por seus clubes – pelo menos da maneira como se propala. E quanto a isso, os fatos aí estão para corroborar com o que temos dito. Vale dizer também que, outra vez é da regra que estamos falando, não das exceções.

Creio que a administração Eugênio Rabelo não resiste a uma elementar prestação de contas, por isso, talvez, tanto achincalhamento de sua parte para com a reclamada transparência. De forma notória a contabilidade alvinegra – se é que ela existe - não respaldaria o discurso de ‘salvação da lavoura’, e os Rabelo certamente perderiam parte de seu prestígio – se é que isso é possível.

Lastimável ainda a posição genuflexa de certos cronistas, que alheios e indiferentes a seu papel, alistam-se entre os serviçais de causas perdidas, tais quais as dos ‘salvadores da pátria alvinegra’. Como se não bastasse, esses pusilânimes pretendem em nós incutir a mesma debilidade de que são acometidos, ou – quem sabe – nos fazer igualmente marionetes ou agentes passivos de corruptelas.

Como subprodutos de um arremedo de gestão, pululam sucessivas crises e proliferam as iniciativas anti-profissionais em nome de uma inexplicável união. Tudo caminhando na contramão do processo de pós-modernidade que tem tomado conta do futebol. Afinal, a administração empresarial não se coaduna com a paixão oriunda das arquibancadas. Não é por acaso que as iniciativas dos torcedores não têm caráter duradouro. É só percorrermos a história dos nossos clubes para disto nos certificarmos.

Eugênio também se serve da eterna solução Dimas Filgueiras, entrando em cena a cada crise e em seus espectros, e isso é também outro fator artificioso e de mascaramento da realidade do clube. Ademais, a maneira recorrente com que Dimas tem sido elevado (17 vezes) à condição de técnico acabou tornando-o imune aos questionamentos, o que é ruim para o clube. Filgueiras é o protótipo do herói empedernido, que perdendo ou ganhando permanece inabalável. Não tem mais opinião e/ou vontade quanto a querer estar técnico, gerente ou diretor administrativo. Proclama-se um ‘soldado’ do clube, sempre pronto a atender a quaisquer chamados. Por isso, talvez, seja tão temerária a sua presença junto a qualquer comissão técnica.

Se considerarmos como procedente a grita de 2º Vice-Presidente alvinegro, Evandro Leitão, alardeando que gostaria de receber o Ceará através da carta-renúncia de Eugênio Rabelo, e de preferência com a camisa limpa (de patrocínios), estaremos propensos a crer na viabilidade administrativa do clube – apesar dos pesares. A não ser que Evandro esteja blefando, depreende-se de sua coragem que ele vislumbra saídas para o Clube do Povo.

Já que o capital financeiro não tem sido suficiente para encaminhar o Alvinegro de Porangabuçu, que a ele adicionemos o capital intelectual, aquele que os asseclas e apaniguados do poder rechaçam, porque lhes afeta a vaidade e, o bolso.


Veja mais:

Ai, Moreirinha (...) Os sete pecados capitais contra a ‘eugenia’,

em Destaques do Benê Lima, 06 março de 2008

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Benê Lima