Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

domingo, março 30, 2008

Sobre a violência de alguns setores da Gaviões


Pode ir de roxo?
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Autor: André Rizek
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Perfil: Jornalista, 32 anos, desconfiado. Repórter especial da revista Placar e comentarista do SPORTV. "Vida pregressa": Ex-editor especial de Playboy (bons tempos...), repórter da Veja, repórter de esporte do Jornal da Tarde e do Lance!, editor de esportes do Último Segundo.
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Corintianos me procuraram nesta sexta-feira perguntando “se pode ir de roxo” ao jogo domingo, no “dia do roxo”, nova campanha de marketing do clube que inclui um novo terceiro uniforme e até um ônibus roxo para levar o time.
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Como se sabe, os muros (roxos) do Parque São Jorge foram pichados em sinal de protesto por alguns torcedores, que não gostaram da cor.
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A Gaviões da Fiel é contra o uso do roxo.
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Natural que tenha muita gente com medo de sofrer represálias caso vá vestindo a nova camisa 3 corintiana ao jogo com o Marília. O inofensivo futebol virou um programa de risco.
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Não quero discutir a iniciativa do clube. É ação de marketing e deixo isso para quem entende da matéria. Mas é sinal dos tempos as pessoas terem medo de apanhar -- para falar o português bem claro -- ou sofrer constrangimentos no estádio caso queiram aderir.
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Conversei com Eduardo Ferreira, que é assessor de imprensa dos Gaviões e sempre foi muito profissional com este repórter. Eduardo diz que, mesmo que a torcida faça protestos contra o roxo, eles não serão endereçados a quem quiser usar a nova camisa.
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É a palavra oficial da Gaviões e está exposta aqui no blog.
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Mas o conselho que dou a quem pergunta “se pode ir de roxo” é triste. “Eu, no seu lugar, evitaria por enquanto”.
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Dói falar isso. É decretar a vitória do medo, a derrota dos bons. Chega a ser ridículo. Como é ridículo aconselhar as pessoas a não usar a camisa de seu time em dia de clássico.
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Infelizmente, o Brasil é um fracasso retumbante no combate à violência. Já que os governos não fazem sua parte, o coitado do pagador de imposto tem de passar por situações patéticas como esta: usar ou não usar uma simples camisa em jogo de futebol.
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É ridículo. Mas é sério. Isso é São Paulo. Isso é Brasil.
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Benê Lima