Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, março 25, 2008

"Com Pé e Cabeça 118", a coluna do Benê Lima

”O futebol cearense existe, e precisa ser reinventado!” (Benê Lima)

Opinião
A DESAVERGONHADA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


O gestor público, em sua maioria, já nem ruboriza diante de certos descalabros promovidos por uma gestão pública indiferente aos desafios e praticada por verdadeiros amoucos

A administração pública, através de seus representantes, vem progressivamente incorporando as lições do que há de pior no maquiavelismo. Não que esses representantes dêem-se ao trabalho de estudar os pensadores, os filósofos. Na verdade, eles apenas reproduzem o comportamento de suas lideranças políticas, mediante a disposição para assumirem um mimetismo idiota e aviltante.

Despersuadidos e ‘despersonalizados’, os apaniguados do poder conformam-se com o desprestígio de cargos esvaziados pela desídia e pela devassidão que vem acompanhando os governos – se bem que em graus variados.

Sob o domínio do contexto descrito, vemos um segundo escalão que pede a bênção dos superiores hierárquicos e um terceiro nível que se põe genuflexo ao segundo. Portanto, como podemos nutrir uma expectativa reivindicatória por parte de secretarias e ouvidorias que só sabem dizer ‘amém’?

Para quem não sabe, a situação da administração do Estádio Governador Plácido Aderaldo Castelo é caótica. Só não vamos descer a minudências para preservar quem menos tem culpa: seu administrador. E por quê? Porque administrar o Castelão é administrar o caos. Fazer o quê, sem recursos, sem autonomia suficiente? Nada, a não ser dar a cara pra bater.

O gigante que virou elefante branco pelo descaso das sucessivas administrações públicas, é um exemplo flagrante e dos mais eloqüentes da miopia governamental. Ou não é aquela praça esportiva um dos cartões postais da cidade de Fortaleza? Por que, então, não tratá-la pelo que representa?

Um outro aspecto digno de repúdio e reprovação – esse umbilicalmente ligado a nossa (in)cultura -, diz respeito à verdadeira segregação que vem sendo praticada no Castelão contra a crônica esportiva, justo uma categoria que precisaria ser respeitada para aprender a respeitar-se. Os membros da crônica, em regra, principalmente os menos aquinhoados, são tratados como cidadãos de terceira categoria. A cada evento ali realizado se instituem novas regras, novos impedimentos. Melhorias, nenhuma! Facilidades, para quê?

Secretário que não tem tempo para aprender e que não é animado pela vontade política do fazer abundantemente e adequadamente, definitivamente está em posição equivocada. A visão do titular de uma secretaria de estado ou de município deve ter a mesma grandeza, analogamente falando, da extensão geográfica da área representada. Que se deixe de lado, pois, a visão estreita do paroxismo, as ações sub-reptícias – se forem o caso -, e outras práticas inspiradas pela deturpação dos valores.

De outra parte, as pessoas precisam entender que não há discurso - por mais encomiástico e retórico – que sustente a incompetência, a omissão, a ausência de vontade política e a falta de autêntico compromisso.

Que as pessoas readquiram a capacidade de envergonharem-se do que fazem de errado e do que não fazem por absoluta desídia, Assim, ganharemos todos.

* * *



EFEMÉRIDES

Vale controvérsia
Até que ponto podemos considerar ético a um radialista que emite opinião na área esportiva, no exercício de sua profissão assumir um cargo em um clube sobre o qual deverá opinar? Sinceramente, não vejo como podem ser conciliados os interesses do veículo de comunicação e os da entidade de prática desportiva. A não ser através da existência de uma relação promíscua e incestuosa. Em todo caso, como o ambiente do futebol cearense tem sido indutor de criações quasimodescas, nenhuma surpresa nos causa mais essa.

Coisa mais feia
Os microfones das emissoras de rádio são de uma flexibilidade que beira o dantesco. Em vez do debate de idéias, o que mais se coloca é a baixaria dos insultos injustificáveis, de acusações levianas, irresponsáveis e no mais das vezes injuriosas. Apesar de estar incomodado tão-somente pelos companheiros vitimados, quero lembrar aos detratodores - que também parecem ser gente de bem – que rebater uma crítica através de argumentos sem nenhuma qualificação é demonstração plausível de preconceito e de deformação do caráter. Outra: que os ouvidos dos ouvintes não são repositório de excrementos. Lamentamos ter ouvido tais impropérios de dois grandes nomes da nossa crônica. Que reflitam um pouco mais sobre o papel da comunicação social, e, acima de tudo, quanto ao que ambos representam. Tomem tento, gente!


Kramer vs Kramer
Estive fora por mais de uma década. Se não lembro Carlos Kramer não dá para passar despercebida a ótima performance de Kramer Filho. É verdade que Kramer e o saudoso Paulo César Carioca são estilos distintos. Mas, enquanto este ajudou a fundar uma das escolas da radiofonia cearense, aquele vai descobrindo uma vocação itinerante e um estilo próprio, fruto de uma meritória busca pessoal. A verdade é que enxergamos Kramer Filho muito mais adaptado ao estilo ‘cbneano’ da O Povo/CBN, onde, aliás, se faz bom jornalismo esportivo.

Karam vs Karam
O estilo Karam, marcante, às vezes até meio viperino, outras causticante, e no mais das vezes crítico, é imprescindível como um dos elementos indutores de um processo reflexivo sobre o nosso futebol. Felizmente Karam volta ao exercício do rádio, comandando, ao lado do irmão, o seu Karam versus Karam na Cidade AM860, de segunda a sexta, das 17 às 18h.

Defesa do errado
A falta de argumentos dos que fazem a defesa do atleta Erandir só serve para o acirramento da discussão. Assistimos a uma verdadeira inversão de valores. Há os que o defendem acusando os árbitros de perseguirem-no, o que não condiz com a realidade. Na verdade, Erandir construiu para si uma imagem de atleta desleal, algumas vezes violento. Pelo visto faltou-lhe melhor formação até mesmo como atleta, coisa que Heriberto parece estar tentando corrigir. No entanto, é preciso que Erandir encontre resistências, tanto nele quanto nos outros, para que ele possa contribuir para a reorientação de sua formação como futebolista. Lamentavelmente, tanto o presidente Marcello Desidério quanto o diretor de futebol Edílson José insistem num discurso que parece referendar os erros do atleta. O que temos visto é que Erandir e Preto têm sido beneficiados pela miopia e/ou falta de coragem de alguns árbitros e assistentes. O mais não passa de retórica para se desviar o foco do problema. Mas que é visível o esforço de Erandir para jogar um pouco mais, isso tem saltado aos olhos sim.



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Benê Lima