Uma cartilha para cada dirigente
Fico a me perguntar por que por aqui é mais difícil administrar a relação entre clube e jogador de futebol. As respostas que me sobrevêm apontam para dois caminhos. O primeiro deles é o da característica da nossa Cidade, que para quem vem de fora representa um convite permanente para a curtição. O outro perpassa pela postura do dirigente local, que insiste em não agir com profissionalismo, preferindo reproduzir o mesmo comportamento comezinho e provinciano de outrora.
Sabe-se que os clubes que já alcançaram um estágio mais adiantado de profissionalismo, instituem cartilhas para orientar o comportamento de seus atletas, embora isso nem sempre se dê de forma explícita. Porém, o aconselhável para um clube que ainda não formou sua personalidade nesses novos tempos, é desenvolver uma cartilha que ajude a regular a conduta de seus atletas, a fim de desencorajá-los dos excessos, animando-os para a disciplina.
No tocante aos deveres do atleta, a Lei Pelé, embora que de maneira um tanto inespecífica, faz menção a eles em seu Artigo 35. Lamenta-se que os clubes não se orientem pelo texto que lá está, preferindo deliberadamente continuarem sob o jugo de alguns maus caracteres, que vivem a explorar essa condição de desequilíbrio na relação clube/atleta.
O exemplo mais próximo que temos e que nos alcança, é o do Fortaleza Esporte Clube e alguns de seus atletas. Simão e Erandir são os exemplos mais marcantes. Erandir nem bem chegou e já foi expulso em duas oportunidades, não o sendo em pelo menos outras duas por tibieza dos árbitros. E o que é pior: se o fosse, a tipificação do ato poderia ser como agressão física e não como jogada violenta, o que acarretaria ao atleta, uma vez julgado e condenado, o cumprimento de pesada pena em dias e não em partidas.
Quanto ao atleta Simão, este deveria ser multado pelo clube em face dos prejuízos que tem dado causa. Na mesma Copa do Brasil, só que no ano passado, Simão apensou a seu histórico de indisciplina mais uma expulsão, deixando seus companheiros em maus lençóis. Sua equipe privou-se parcialmente de seu concurso no jogo de ida, em Goiás frente ao Atlético, bem como integralmente na partida de volta no PV, ocasião em que o time do Fortaleza acabou sendo eliminado daquela competição.
É preciso que as comissões técnicas dos nossos clubes cobrem de seus atletas uma atitude de seriedade, profissionalismo e ética, para que não continuemos a escorregar no provincianismo de uma violência estúpida e contraproducente.
Na falta de uma melhor formação dos dirigentes para lidarem com as corruptelas inerentes à gestão do futebol, a eles é cabível o arquétipo da cartilha, para tornar as suas atitudes mais congruentes e adequadas ao mundo do futebol.
O dirigente é o torcedor não manifesto que pensa como torcedor, mas que deve agir como gestor. Por isso não pode se permitir o excesso da parvoíce. Da Cartilha do Dirigente deve constar, entre outras assertivas, o termo correto para referir-se ao maior rival, sem conjuro, sem pejorativos, sem escárnio.
Para ser dirigente de um Ceará e de um Fortaleza há que se ter equilíbrio, bons modos, bom-senso, tanto para dignificar a tradição dos clubes, quanto para representar a estatura das duas maiores torcidas do Estado.
A atualização dos conceitos e conhecimentos sobre o futebol deve constar da Cartilha do Dirigente, exortando-o a propagar uma boa retórica, nos limites do seu saber e animada pelos melhores valores.
É importante o dirigente saber que para ele o futebol é trabalho e não lazer. Diante desta perspectiva, ou se terceiriza os ‘fazeres’ – nem tanto os ‘haveres’ – ou se profissionaliza o dirigente.
Tem-se conhecimento de dirigentes que se multiplicam para darem sua contribuição, conquanto seja ela insuficiente em todos os casos e, além de insuficiente, inócua em outras circunstâncias. No primeiro caso pela total falta de recursos, sejam os de natureza monetária, sejam os de cunho intelectual; nas demais circunstâncias, somem-se a elas a falta de uma visão profissional do dirigente, que interfere não só em suas crenças, mas na sua prática como gestor do futebol.
Observemos, pois, que não basta trabalhar; é necessário fazê-lo com sabedoria, delegando, construindo novas lideranças, investindo em suas formações como gestores esportivos, transmitindo os valores inerentes ao clube.
Mãos à obra senhores, pois o que nos espera – lhes mais do que a nós – é tarefa para alguns anos de trabalho árduo e incessante.
http://www.naarea.com/
Fico a me perguntar por que por aqui é mais difícil administrar a relação entre clube e jogador de futebol. As respostas que me sobrevêm apontam para dois caminhos. O primeiro deles é o da característica da nossa Cidade, que para quem vem de fora representa um convite permanente para a curtição. O outro perpassa pela postura do dirigente local, que insiste em não agir com profissionalismo, preferindo reproduzir o mesmo comportamento comezinho e provinciano de outrora.
Sabe-se que os clubes que já alcançaram um estágio mais adiantado de profissionalismo, instituem cartilhas para orientar o comportamento de seus atletas, embora isso nem sempre se dê de forma explícita. Porém, o aconselhável para um clube que ainda não formou sua personalidade nesses novos tempos, é desenvolver uma cartilha que ajude a regular a conduta de seus atletas, a fim de desencorajá-los dos excessos, animando-os para a disciplina.
No tocante aos deveres do atleta, a Lei Pelé, embora que de maneira um tanto inespecífica, faz menção a eles em seu Artigo 35. Lamenta-se que os clubes não se orientem pelo texto que lá está, preferindo deliberadamente continuarem sob o jugo de alguns maus caracteres, que vivem a explorar essa condição de desequilíbrio na relação clube/atleta.
O exemplo mais próximo que temos e que nos alcança, é o do Fortaleza Esporte Clube e alguns de seus atletas. Simão e Erandir são os exemplos mais marcantes. Erandir nem bem chegou e já foi expulso em duas oportunidades, não o sendo em pelo menos outras duas por tibieza dos árbitros. E o que é pior: se o fosse, a tipificação do ato poderia ser como agressão física e não como jogada violenta, o que acarretaria ao atleta, uma vez julgado e condenado, o cumprimento de pesada pena em dias e não em partidas.
Quanto ao atleta Simão, este deveria ser multado pelo clube em face dos prejuízos que tem dado causa. Na mesma Copa do Brasil, só que no ano passado, Simão apensou a seu histórico de indisciplina mais uma expulsão, deixando seus companheiros em maus lençóis. Sua equipe privou-se parcialmente de seu concurso no jogo de ida, em Goiás frente ao Atlético, bem como integralmente na partida de volta no PV, ocasião em que o time do Fortaleza acabou sendo eliminado daquela competição.
É preciso que as comissões técnicas dos nossos clubes cobrem de seus atletas uma atitude de seriedade, profissionalismo e ética, para que não continuemos a escorregar no provincianismo de uma violência estúpida e contraproducente.
Na falta de uma melhor formação dos dirigentes para lidarem com as corruptelas inerentes à gestão do futebol, a eles é cabível o arquétipo da cartilha, para tornar as suas atitudes mais congruentes e adequadas ao mundo do futebol.
O dirigente é o torcedor não manifesto que pensa como torcedor, mas que deve agir como gestor. Por isso não pode se permitir o excesso da parvoíce. Da Cartilha do Dirigente deve constar, entre outras assertivas, o termo correto para referir-se ao maior rival, sem conjuro, sem pejorativos, sem escárnio.
Para ser dirigente de um Ceará e de um Fortaleza há que se ter equilíbrio, bons modos, bom-senso, tanto para dignificar a tradição dos clubes, quanto para representar a estatura das duas maiores torcidas do Estado.
A atualização dos conceitos e conhecimentos sobre o futebol deve constar da Cartilha do Dirigente, exortando-o a propagar uma boa retórica, nos limites do seu saber e animada pelos melhores valores.
É importante o dirigente saber que para ele o futebol é trabalho e não lazer. Diante desta perspectiva, ou se terceiriza os ‘fazeres’ – nem tanto os ‘haveres’ – ou se profissionaliza o dirigente.
Tem-se conhecimento de dirigentes que se multiplicam para darem sua contribuição, conquanto seja ela insuficiente em todos os casos e, além de insuficiente, inócua em outras circunstâncias. No primeiro caso pela total falta de recursos, sejam os de natureza monetária, sejam os de cunho intelectual; nas demais circunstâncias, somem-se a elas a falta de uma visão profissional do dirigente, que interfere não só em suas crenças, mas na sua prática como gestor do futebol.
Observemos, pois, que não basta trabalhar; é necessário fazê-lo com sabedoria, delegando, construindo novas lideranças, investindo em suas formações como gestores esportivos, transmitindo os valores inerentes ao clube.
Mãos à obra senhores, pois o que nos espera – lhes mais do que a nós – é tarefa para alguns anos de trabalho árduo e incessante.
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Benê Lima