Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, agosto 12, 2013

Mesmo com desfalques, Sampaio Corrêa mostrou por que é um dos candidatos ao acesso à Série B

Sampaio Corrêa de Flávio Araújo no 4-3-1-2(3-4-3).

Contra o Fortaleza, em São Luís-MA, o Sampaio Corrêa entrou em campo com seis desfalques importantes, porém, conseguiu uma vitória por 2 a 1, desenvolvendo um futebol aplicado taticamente, com muita organização em vastos aspectos. O time maranhense é o líder do Grupo A do Brasileirão Série C e na última partida, mostrou porque está na liderança e é um dos fortes candidatos ao acesso pra Série B. É um time que já vem mantendo uma base nos últimos anos, tem um padrão tático bem definido e bom entrosamento entre os seus jogadores. Ano passado, foi campeão invicto da Série D e este ano, está com uma ótima campanha, tendo apenas duas derrotas. O sistema de jogo da “Bolívia Querida” é um 4-3-1-2, que apresenta desdobramento em 4-1-2-1-2, já que os volantes não ficam alinhados. Diante do Fortaleza, apresentou variação pro 3-4-3, com Jonas fazendo o papel de terceiro-zagueiro, soltando os laterais, enquanto que Douglas Silva encostava nos ataques e circulava por zonas mais avançadas.

A transição ofensiva era executada com muita velocidade e intensidade. Na saída de bola, Jonas aprofundava a movimentação, se aproximava dos zagueiros pra receber a bola e distribuir o primeiro passe. Um dos volantes recuava para o campo de defesa, fazia a recepção da pelota para iniciar as transições, seja pelos lados ou por dentro. O papel de Jonas liberava os laterais Toti e Deca para o apoio no campo de ataque e dava mais segurança no combate aos contra-ataques adversários. A saída pro jogo também era segura pelos flancos, já que os laterais não se mandavam imediatamente e ficavam na linha que divide o gramado, dando opções para iniciar jogadas mais abertas. Arlindo Marcanã e Eloir também caíam pelos flancos, davam auxílio aos seus companheiros ou faziam a cobertura durante seus avanços, que ocorriam alternadamente, assim como a cobertura. Eloir e Arlindo, que funcionavam como “carrilleros”, sempre davam opções de passes para Douglas Silva, este que abria espaços na meia-cancha adversária para a penetração dos mesmos. Ambos transitavam com agilidade entre as intermediárias e invertiam o posicionamento por dentro da cancha.

No ataque, a movimentação era frenética. O veloz, letal e talentoso Pimentinha, o principal jogador da equipe, se posicionava a partir da ponta-direita, mas sempre migrava para a ponta-esquerda, entrava em diagonal, buscava a linha de fundo pra cruzar na direção do centroavante Célio Codó e tentava investidas mais pelo centro, principalmente com tramas perigosas e aproximações com Douglas Silva, em regiões próximas da grande área. Douglas partia da cancha central, acionava o pivô de Célio Codó, carregava marcadores para abrir brechas para as projeções de Arlindo Macaranã e Eloir, além de ter participação intensa nos espaços entre os zagueiros e volantes adversários, buscando tabelinhas e triangulações por ali. Célio Codó, que ficava mais na referência, tinha pouca mobilidade, porém, fazia bem a parede, protegendo para as diagonalizações de Pimentinha e as chegadas de Douglas Silva ou de um dos volantes. Também mostrou ser um centroavante perigoso na bola aérea, com boas infiltrações no miolo de zaga adversário, levando perigo nas conclusões.

Na prática, o Sampaio era um time que sempre acelerava suas transições, como já é característico com o time principal, pois na verdade, só mudaram as peças do xadrez, porém, ambas com características técnicas e táticas muito semelhantes, principalmente porque os principais desfalques foram no sistema defensivo. Na frente, apenas duas mudanças, já que Cleitinho é o meia de criação e o centroavante é Tiago Cavalcanti. Quanto à proposta de jogo, poucas alterações. Foi basicamente o que se vê com a equipe completa.

Sem a bola, o Sampaio procurava adiantar suas linhas, na tentativa de executar a marcação em blocos altos, de modo que estes tivessem boa compactação e proximidade entre si, encurtando os espaços do campo. Os “carrilleros” recuavam e se alinhavam com Jonas. Douglas Silva combatia em áreas próximas ao grande círculo central e buscava a roubada de bola para tentar ligar o contra-golpe com lançamentos em profundidade para Pimentinha. A estratégia funcionava e fluía naturalmente, pois os volantes tinham boa recuperação e retomada de bola, com muita atenção ao desarme e a transição defesa-ataque era feita com rapidez, sem dar tempo para a recomposição do adversário. Pimentinha, a “válvula de escape”, ficava livre de grandes esforços nas tarefas defensivas. Desta forma, tinha liberdade para desenvolver um trabalho melhor com jogadas individuais e arrancadas nos contra-ataques. Com certeza, esse trabalho do técnico Flávio Araújo é de chamar a atenção e o Tubarão deve dar muito trabalho, se passar para a fase final da Série C.

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seu comentário.
Em breve ele será moderado.
Benê Lima