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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, agosto 08, 2013

Ministro critica preços 'exorbitantes' e defende liga de clubes no Brasil

Para Aldo Rebelo, times precisam manter uma categoria com valores mais acessíveis nos jogos realizados nas novas arenas reformadas para a Copa

Por GLOBOESPORTE.COM / Brasília

Aldo Rebelo Bom dia Ministro (Foto: Elza Fiuza / ABr)Ministro Aldo Rebelo participou nesta quinta de
bate-papo pela internet (Foto: Elza Fiuza / ABr)

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, criticou nesta quinta-feira os altos preços dos ingressos que estão sendo cobrados pelos clubes nos jogos do Campeonato Brasileiro, principalmente nas partidas realizadas nas novas arenas que foram reformadas para a Copa das Confederações deste ano e para o Mundial de 2014. Segundo Rebelo, é necessário que os clubes encontrem uma maneira de manter uma categoria de bilhetes com preços mais acessíveis aos torcedores de baixa renda.

- Os preços são exorbitantes. Teve um jogo entre Santos e Flamengo (no Estádio Mané Garrincha, em Brasília), em que o ingresso mais barato custava R$ 180. Acho que isso é inadmissível. Que haja ingressos mais caros, porque há serviços nos estádios pelos quais os organizadores cobram, mas sou a favor do subsídio cruzado. Ou seja, a parte mais cara dos ingressos ajuda a subsidiar a mais barata, para que o futebol não perca sua essência, sua natureza, que é a ligação com o povo. Se perder isso, perde sua essência - afirmou o ministro durante bate-papo pela internet com blogueiros de futebol e internautas, promovido pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).

Apesar de criticar os preços, Aldo Rebelo refutou a ideia de que as reformas dos estádios, que estão substituindo as famosas "gerais" por setores com cadeiras numeradas, seja uma forma de elitizar o público do futebol.

-  Eu frequentava a geral do estádio Rei Pelé, em Alagoas. Esse glamour que o Canal 100 mostrava, do torcedor desdentado na geral, ouvindo o jogo com um rádio, só fica nas cenas de cinema, porque não é bom ver jogo da geral. Você fica com a visão prejudicada, não existe conforto algum, você vê o jogo o tempo todo de pé. Então, acho que tem de ser relativizado. Geralmente quem fala muito bem da geral nunca viu o jogo na geral. Quem via jogo na geral, sinceramente preferia ver jogo confortavelmente sentado na cadeira. Agora, desde que pudesse pagar por um lugar na cadeira, que não é o que vem acontecendo atualmente.

Liga de clubes e mudanças no calendário

Perguntado sobre a possibilidade de criação de uma liga nacional de clubes, a exemplo do que ocorre em países como Espanha, Inglaterra e Alemanha, Aldo Rebelo se disse a favor do modelo. Para o ministro, seria uma forma de fortalecer os times de futebol no país.

- Sou favorável à criação de uma liga dos clubes. Onde houve a criação, houve um aproveitamento muito melhor das potencialidades dos clubes, das marcas, dos torneios que eles disputam. Acho que os clubes brasileiros deveriam organizar uma liga, lutar pelos seus direitos. A CBF cumpre seu papel de regulamentação do futebol, cuida da seleção brasileira, e os clubes deveriam cuidar melhor dos seus interesses. Acho que uma liga ajudaria a defender e a projetar melhor os interesses dos clubes brasileiros no país e fora do Brasil.

Aldo Rebelo também revelou que o governo tem mantido conversas com a CBF sobre possíveis mudanças no calendário do futebol brasileiro. Segundo o ministro, há várias reclamações por parte dos times e algumas alterações poderiam também ajudar no fortalecimento dos clubes brasileiros.

- Nós conversamos com a CBF sobre isso. Há parte dos clubes que jogam três meses por ano e depois passam nove sem disputar uma competição. Há uma queixa de outra parte dos clubes por conta de um calendário acima do europeu, que expõe jogadores a lesões. Há quem queira folga no calendário para fazer pré-temporada e excursão ao exterior. O governo tem interesse em participar da discussão e racionalizar nosso calendário, para que ele torne a vida econômica e a exposição das marcas de nossos clubes algo mais competitivo em relação ao futebol europeu.

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Benê Lima