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Essa
semana circularam duas notícias que mostram claramente a realidade do futebol
brasileiro na comparação com o que ocorre na Europa.
A marca norte-americana Under
Armour decidiu rescindir o contrato de patrocínio com o São Paulo.
Na mesma semana foi divulgado o
novo contrato bilionário do Real Madrid com seu parceiro de material esportivo,
a adidas.
O tricolor
do Morumbi vai perder o apoio de uma das marcas que mais crescem no mundo do
esporte. O atual patrocinador do clube que pagava cerca de R$ 16 milhões por
ano em dinheiro e outros R$ 12 milhões em material esportivo está decepcionado
com as vendas de camisas do time.
Ao que
parece a conta não fecha.
A empresa americana fatura mais
de US$ 5 bilhões globalmente e cresceu demais. Seu faturamento em 2010 era de
apenas US$ 1 bilhão.
Acredito
que além da baixa venda de camisas, que pode ser explicado pelo péssimo momento
esportivo do time, a desorganização do clube e a falta de gestão profissional
pode ter acelerado a decisão em deixar o clube.
Afinal uma empresa dessa não ia
abandoar seu maior investimento assim.
É sempre
bom lembrar que o SPFC é a terceira maior torcida do Brasil e tem forte
participação em todas as classes sociais e faixas etárias.
Entre os torcedores mais ricos
do país, o clube inclusive se aproxima do número de torcedores que Flamengo e
Corinthians tem.
Parece que
a decisão da empresa está muito mais associada ao baixo nível de gestão
são-paulina, que qualquer outro fator.
Já em
Madrid as coisas são bem diferentes. As notícias sobre o novo contrato entre
Real Madrid e adidas falam de um contrato global de 1,5 bilhão de euros em 10
anos, o que garantiria para o atual bicampeão da Champions League 150 milhões
de euros anuais.
Similar ao
que a Nike paga ao Barcelona.
Ao que parece os valores
subiram em função do interesse da Nike e da própria Under Armour de vestirem o
Real.
Enquanto o
São Paulo não gera interesse, o Real fatura alto com a disputa entre as
concorrentes globais de material esportivo.
Um claro
sinal da fraqueza do nosso mercado.
As marcas
de material esportivo ou technical
sponsor, são fundamentais para o desenvolvimento de clubes em todos
os mercados do planeta.
Marcas
como Nike, adidas, Puma, Under Armour, New Balance, utilizam clubes europeus
como plataformas globais para seus negócios. E pagam caro para explorar essa
relação.
A decisão
da Under Armour em rescindir com o São Paulo é um péssimo sinal para todo o
mercado.
São
Paulo está muito atrás de seus rivais
A
comparação do São Paulo com o Real Madrid é impossível, já que o time espanhol
é um gigante global que fatura mais de R$ 1 bilhão em receitas de marketing.
Mas mesmo entre os times brasileiros o tricolor está mal, muito mal.
Segundo meu estudo sobre as
finanças dos clubes brasileiros em 2016, o São Paulo faturou R$ 35,3 milhões
com patrocínios, pouco à frente do Internacional.
Ficou atrás do Grêmio que
faturou R$ 35,5 milhões, Flamengo 63,4 milhões, Corinthians R$ 71,4 milhões e
Palmeiras R$ 90,7 milhões.
Em 2015,
as receitas de patrocínio do clube do Morumbi foram de insignificantes R$ 19,9
milhões. Em 2012 chegaram ao fundo do poço, quando atingiram ridículos R$ 11,1
milhões.
Naquele
ano foi apenas o 12º do país.
O clube
tem uma péssima gestão de sua marca, viveu anos de patrocínios pontuais e sem o
apoio de empresas que pudessem construir uma nova realidade mercadológica.
O tricolor parou no tempo e
hoje vive esse drama de ser preterido por uma empresa estrangeira, que via na
relação com o clube o seu crescimento no Brasil.
O clube
tem um potencial mercadológico enorme, mas precisa de um departamento de marketing
competente e uma gestão muito mais profissional que a atual.
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Benê Lima