Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, setembro 22, 2017

"Esporte sofre com a falta de projetos de longo prazo", afirma Bernardinho

Por

"Esporte sofre com a falta de projetos de longo prazo", afirma Bernardinho   Leo Munhoz/Diário Catarinense
Para Bernardinho, todas as modalidades esportivas passam por momento de dificuldade
Foto: Leo Munhoz / Diário Catarinense

Mais profissionalismo, gestão, projetos de longo prazo. É o que defende o ex-técnico da seleção brasileira de voleibol Bernardo Rocha de Resende, o Bernardinho, para que o vôlei de Santa Catarina volte a brilhar no cenário nacional. Antes de palestrar em evento da CDL Florianópolis, no Centrosul, na noite desta quinta-feira, o agora empresário que tem dedicado mais tempo para a família, como faz questão de dizer, salienta que todos os esportes vivem um momento difícil. 
— Acho que enquanto não tivermos projetos, no que diz respeito a planos de longo prazo, a formas de você atrair efetivamente e criar condições para que os empresários possam estar mais ligados a isso, um profissionalismo maior, plano de ação mais efetivo, nós vamos sempre viver de fases. Alguém vem, abraça um projeto, caso da Cimed aqui em Floripa, que foi sucesso. O empresário, por alguma estratégia de marketing, vai embora — diz.
A Cimed foi a última equipe masculina de Santa Catarina a disputar a Superliga. A derradeira temporada foi a de 2012/2013. O projeto comandado pelo hoje técnico da seleção brasileira Renan Dal Zotto teve sustentação por sete anos. Nesse período chegou a cinco decisões nacionais e conquistou quatro títulos, além de um Sul-Americano. Atualmente, a equipe feminina de Rio do Sul é a representante de Santa Catarina na Superliga. Muito pouco para um Estado que já foi a casa de atletas olímpicos e por anos referência na modalidade.
Bernardinho frisa que a situação em Santa Catarina não é diferente de outros Estados, e citou o caso da equipe do Rio de Janeiro, que perdeu o principal patrocinador após 20 anos. Ele entende que a crise leva a corte de verbas, mas crítica a forma como o esporte é tratado, principalmente pelo poder público. 
— Apenas demonstra o quão não prioritário é o esporte na cabeça dessas pessoas. Eles não veem o esporte como elemento de transformação, de educação. Eles veem como um momento de interesse, vamos lá e carregamos a bandeira do Brasil, como se não fosse necessário o investimento permanente — reclama.
Para Bernardinho, soou o sinal de alerta o fato de as seleções de base do Brasil não terem conquistado medalhas este ano. Gerações podem ser perdidas sem a devida atenção, sem investimentos.
— Precisamos de mais eficiência na gestão esportiva, nas confederações, em federações. Isso de uma certa forma é um complicador para o desenvolvimento do esporte. E com a pouca eficiência desses entes, desses dirigentes, torna-se mais difícil a captação de recursos — analisa.  
Saudades do trabalho na seleção
Longe da seleção brasileira desde o início do ano, Bernardinho disse que sente falta do ambiente da equipe, dos treinamentos, dos jogos, mas não pensa em voltar. Elogiou o trabalho do sucessor e os atletas. Para ele, não é uma geração tão talentosa quanto a passada, mas tem capacidade de resiliência e vontade de vencer.
— A seleção está 100%. O ciclo começou muito bem, com a confiança e a moral de uma medalha no Brasil, com pessoas lúcidas e que sabem o que tem de ser feito — enfatiza.
Bernardinho salienta que se pudesse faria tudo de novo na seleção, mesmo sabendo que a dedicação ao esporte lhe tiraria momentos em família, como acompanhar o crescimento dos filhos. 
— Eu fazia aquilo que eu amava. Não é porque nós ganhamos o ouro ou fomos tantas vezes campeões, sabe o que me faz falta? Não é a final. Renan, que agora é o treinador, disse "você vem aqui e vai treinar a seleção de segunda a sexta, eu vou lá dirigir no jogo". Fechado. Não vou nem dar entrevistas. Vou ficar treinando o time. Isso é o que me move. Essa é minha paixão — resume.
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seu comentário.
Em breve ele será moderado.
Benê Lima