Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, maio 04, 2009

COM PÉ E CABEÇA – ANO IV – Nº150

“Estudo de forma multidisciplinar; ajo de modo interdisciplinar e penso pela ótica transdisciplinar.” (Benê Lima)

"Parabéns aos que fazem o Fortaleza Esporte Clube, legítimo Tricampeão Cearense, pelo exemplo de superação e trabalho dado dentro da competição." (Benê Lima)

Opinião
A FINAL, AFINAL, DEU-NOS UM ‘PADEDÊ’

Um ‘grande finale’ recuperou parte do prestígio de um campeonato fadado ao fracasso


Uma transmissão televisiva ruim da primeira partida da final, aliada a um público sempre decepcionante como resultante de uma fórmula pretensamente inteligente, acabaram por dar um toque espetaculoso à verdadeira final que acabamos de assistir.

Críticas a parte, a televisão que mostrou uma fotografia subexposta (imagem escura) na primeira das partidas finais, certamente por descuido do diretor de imagens, recuperou-se na segunda e última chance oferecida pelo calendário do Campeonato Cearense, se bem que contando com a ajuda de uma luz natural menos dura e intensa, portanto mais difusa e uniforme, com significativo equilíbrio entre as baixas e altas luzes.

Uma cobertura de gente grande se fez ver, com imagens ainda um tanto conservadoras, mas suficientes para configurarem uma boa cobertura. Os estilos médio e grande angulares se fizeram notar, além de um bom plano geral. Faltaram, talvez, as ‘zoommadas’, ao estilo tele-objetivas, tipo Canal100.

Quanto à transmissão dos jogos pela televisão, não há como deixarmos de render homenagens às tevês Diário e Verdes Mares. Uma cobertura ampla, cuja amostra propiciou a nós, cronistas, compilarmos dados para nossas análises e avaliações.

E para não discrepar da boa média da cobertura, Fortaleza e Ceará fizeram um jogo com cara de finalíssima, em que as nuances foram plurais, até que se chegou àquela fase decisiva da partida, em que predominam as estratégias simplistas da superação para atacar de um lado, contra a superação para defender do outro, porque o jogo é de final de campeonato.

E neste diapasão, o tricampeonato tricolor tem um nome especial: chama-se Douglas. Mas que isso não venha em demérito do time do Pici, porque Douglas é jogador tricolor e, portanto, fez valer essa condição. Afinal, é para fazer o que fez que ele é pago.


EFEMÉRIDES

A métrica do jogo


Início de um Fortaleza igual nas ações em relação ao Ceará, mas sobrepondo ao Alvinegro uma maior agudez ofensiva.

Essa situação durou até a marcação do gol de Arlindo, em jogada pré-anunciada de Vidal para Geraldo, com a subserviência do noviciado de Bismarck.

A vantagem alvinegra fez a maior dose de confiança mudar de lado.

O Ceará adiantou a marcação a fim de não sofrer pressão tricolor. Os volantes Michel e Chicão adiantaram-se e Maracanã era um autêntico meia avançado. Fábio Vidal fazia sua melhor partida deste ano, e Geraldo voltava a jogar bem.

Enquanto isso, os laterais e os volantes tricolores não conseguiam ser construtores, omitindo-se ofensivamente. Somente aos 27 minutos de jogo é que o Fortaleza conseguiu trocar o maior número de passes em toda a partida: um total de 12 passes corretos ininterruptos.

Em relação ao jogo anterior entre ambos, o Fortaleza teve o ‘algo’; o Ceará, o ‘algo mais’.

Um segundo tempo de certo equilíbrio até o empate tricolor. A partir daí, uma pressão alvinegra crescente, que só não se materializou em efetiva vantagem, pelas defesas do goleiro Douglas.

Apreciação de alguns quesitos

- Gramado: Ruim

- Destaques do Fortaleza: Douglas, Edson e Vanderlei.

- Destaques do Ceará: Arlindo, Michel, Geraldo e Misael.

- Aplicação das equipes: Ceará 8/10; Fortaleza 6/10.

- Disposição tática: Ceará 9/10; Fortaleza 8/10.

- Marcação: Ceará 9/10; Fortaleza 7/10.


BREVES E SEMIBREVES ®

Armando Júnior

Lamentável que mais uma vez o ex-dirigente tricolor tenha usado o microfone para dar um péssimo exemplo de deselegância e desequilíbrio. Se pudermos falar em denúncia, o ex-diretor de finanças do Fortaleza não sei se acusa ou assaca contra Alberto Damasceno, o ‘historiador’ das causas oportunistas. No confronto de Maquiavel (vilão?) contra Rapunzel (vítima?), deu zero a zero, pois não validarei os gols que ambos marcaram contra.

Da coluna do Abidoral
URNA 2010. Êta briga absurda nos bastidores do time do Ceará. De um lado, o deputado estadual Gomes Farias (PSDC), que fará dobradinha com o deputado federal e ex-presidente alvinegro, Eugênio Rabelo (PP), em 2010. Do outro, o ex-dirigente do clube, André Figueiredo, candidato a deputado federal pelo PDT e que caiu nas graças do dirigente Evandro Leitão. Nessa história toda, o único santo é o torcedor iludido.

Concorrência
Se a cidade de Natal estiver entre as sedes da Copa 2014, o Castelão de lá será demolido, surgindo em seu lugar a moderna Arena das Dunas. Isso porque os equipamentos esportivos daquela natureza se tornaram completamente anacrônicos. A arquitetura utilizada nas atuais arenas precisa contemplar a multifuncionalidade desses espaços, a fim de que eles próprios ajudem a se pagarem.

Sucessão I
Mauro Carmélio, em companhia de Mário Degésio, estiveram com o Presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e na oportunidade veio à tona o assunto sucessão na FCF. Carmélio terá apoio dos dois mandatários, do de lá e do de cá, o que, convenhamos, é perfeitamente compreensível.

Sucessão II
Além da lealdade de Mauro Carmélio para com seus pares, ressalte-se sua incontestável experiência, acumulada ao longo de dezoito longos anos servindo à Federação, e por extensão ao futebol cearense. De gandula a Procurador do TJD-CE, de Assessor Jurídico a Vice-Presidente da FCF, Mauro busca inscrever em alto relevo seu nome na ‘calçada cearense da fama’.

Sucessão III
É de se lamentar que em nosso futebol a maioria dos cartolas ainda se rende às facilidades de um populismo imbecilizante, portando-se mais como procuradores-laranjas que como dirigentes-timoneiros. Para eles, fazer média com torcedores retrógrados é o que importa. Falta-lhes a personalidade dominante, por isso desenvolvem uma dupla personalidade: reconhecem Mauro Carmélio como o melhor candidato, mas não têm coragem de assumir.

Sucessão IV
Se Mauro Carmélio não insculpir seu nome entre os grandes presidentes da nossa entidade de administração do futebol, estarei entre os grandes decepcionados, pois minha crença em seu sucesso tem ido um pouco além da defesa dos melhores propósitos para o futebol cearense. Anima-me a convicção íntima de que Mauro quererá agregar valor a uma sua administração. Isso para ficarmos no mínimo.

Proposta I
O candidato oficial da FCF, Mauro Carmélio, possui um discurso antenado com as mudanças que vem sendo processadas no ambiente do futebol. Sua proposta de interiorização do futebol pode ser muito bem aproveitada, desde que caminhe em consonância com o projeto que se quer colocar em curso em nosso estado, para o desenvolvimento do futebol amador, colocando-o na base da pirâmide do futebol profissional.

Proposta II
Muito provavelmente por razões políticas, desconfio que haja uma proposta engavetada, esperando a hora para fazer soprar seu vento modernizante. Não esperem revoluções que se originem nas mudanças de pessoas, mas alimentem a esperança de mudanças nas pessoas. Logo, a leitura cabível é, antes, a da reciclagem e da capacitação.

Festa no interior
No Rio Grande do Norte Assu e Potyguar de Currais Novos decidiram o título daquele estado. O Assu ganhou a primeira partida por 4 a 1, enquanto o Potyguar ganhou a segunda por 2 a 1. Com o saldo favorável, o Assu levou o título, diante de um público de apenas 1.456 pagantes. Por aqui, só o que passou de 50 mil dobrou o público de lá. Tivemos um público de 53.754 pessoas.

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Benê Lima