A Fifa não gostou da maneira como os jogadores da seleção brasileira comemoraram o título da Copa das Confederações de 2009, disputada na África do Sul. De acordo com a entidade, os atletas estariam usando o futebol como palco religioso.
Por isso, a principal instituição da modalidade no planeta enviou um comunicado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) alertando para que haja moderação na atitude dos jogadores mais religiosos.
No entanto, a Fifa disse, também no seu comunicado, que, por enquanto, não puniria os jogadores brasileiros, uma vez que as demonstrações de simpatia pelas religiões aconteceram após o término da partida final contra os EUA.
Quando o juiz apitou o fim do jogo, os atletas brasileiros reuniram-se no centro do gramado, fizeram uma roda e rezaram. De acordo com a Associação Dinamarquesa de Futebol, a Fifa deveria ter uma posição mais firme para impedir que isso voltasse a acontecer.
Tanto a Fifa quanto os europeus concordam que não querem que o futebol se transforme em um palco para disputas religiosas, um tema sensível em várias partes do mundo.
Com centenas de jogadores africanos, vários países europeus temem que a falta de uma punição por parte da Fifa abra caminho para extremismos religiosos e que o comportamento dos brasileiros seja repetido por muçulmanos que estão em vários clubes da Europa.
Jim Stjerne Hansen, diretor da Associação Dinamarquesa de Futebol, não gostou da oração promovida pelos jogadores brasileiros após a conquista do título da Copa das Confederações de 2009. Para ele, “a religião não tem lugar no futebol”.
"Misturar religião e esporte daquela maneira foi quase criar um evento religioso em si. Da mesma forma que não podemos deixar a política entrar no futebol, a religião também precisa ficar fora", comentou o dirigente ao jornal Politiken, da Dinamarca.
De acordo com as regras da Fifa não são permitidas mensagens políticas ou religiosas em campo. A entidade prevê punições em casos de descumprimento. Mas, por enquanto, a Fifa não tomou nenhuma decisão e insiste que a manifestação religiosa dos atletas do Brasil ocorreu após a partida.
Essa não foi a primeira vez que os membros da seleção brasileira envolveram-se em uma polêmica referente ao tema. Após a conquista da Copa do Mundo de 2002, a comemoração dos brasileiros foi recheada de mensagens religiosas. Na ocasião, a Fifa mostrou-se descontente com a situação, mas disse que não poderia punir uma equipe que havia acabado de vencer uma Copa do Mundo de comemorar da maneira como achava conveniente.
A principal entidade do futebol mundial disse que irá ficar atenta para o tema. Como a atitude dos jogadores brasileiros na final da Copa das Confederações de 2009 ocorreu após a partida, a Fifa se diz impossibilitada de realizar punições, uma vez que as regras estabelecem condutas para a situação de jogo.
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Benê Lima