Uma discussão recorrente no meio do futebol é: como devem ser encaradas as categorias de base? Alguns pensam que elas são fases de preparação dos jovens atletas para que, em alguns anos, eles destaquem-se na modalidade, sem se importar muito com os resultados obtidos nos campeonatos. Para outros os títulos são essenciais.
Esse foi um dos temas abordados no II Congresso Brasileiro de Ciências do Futebol, realizado no último final de semana, no auditório do Corinthians. O evento reuniu os principais nomes das áreas ligadas ao futebol como fisiologia, preparação física, direito, marketing, gestão, entre outras.
Em uma mesa redonda composta por Ademir Calovi (coordenador técnico das categorias de base do Internacional), Miguel Arruda (livre docente e doutor em Educação Física pela Unicamp, mestre em Educação Física pela USP e graduado, também em Educação Física pela PUC Campinas), e Sandro Sargentim (preparador físico das categorias de base do Corinthians), o ponto abordado foi como planejar categorias de base de sucesso.
Um dos aspectos mais importantes apontados pelos membros da mesa foi o aspecto de que é essencial que os clubes saibam que as categorias de base são fases de preparação de um grande atleta. Por conta disso, todos afirmaram que os protocolos de cada fase devem ser seguidos à risca para que não se lesione nenhum jovem com potencial de ser uma grande figura do futebol.
“Os objetivos das categorias de base são: formar o atleta para o time profissional; cumprir as etapas sensíveis; e, buscar títulos. Considerando-se isso, o essencial é a formação do jogador. O resto é muito mais maleável e menos importante, nessa fase da carreira do atleta”, disse Sandro Sargentim.
Além dos pontos de preparação dos jovens jogadores, tema mais comum quando se discute a preparação das categorias de base, durante a mesa redonda, discutiu-se a estrutura necessária para que se facilite o sucesso na formação de atletas.
“Nós apostamos muito na continuidade e na motivação dos nossos profissionais da base. Todos estão conosco a mais de 10 anos”, afirmou Calovi, em relação ao que é feito no Internacional. “Para nós, ter sucesso não é necessariamente ser campeão, mas sim cumprir aquilo que foi planejado”, completou.
Para fazer um bom trabalho com jovens atletas, todos ainda em formação corporal, Miguel Arruda deixou clara a importância da participação das universidades no processo de construção do planejamento das categorias de base dos principais clubes do Brasil.
“O que preocupa as agremiações é como elas podem desenvolver os seus jovens jogadores. Uma das vaiáveis mais importantes a ser trabalhada nessa fase é a biológica, a qual está alterando-se nos atletas da categoria de base”, contou Arruda. “Por isso, a importância da universidade. É ela que irá proporcionar os estudos detalhados sobre cada atleta, o que poderá conduzir o clube por caminhos mais seguros”, explicou.
Sendo assim, além da preocupação em relação a como treinar os atletas das categorias de base no que se refere à parte técnica, tática e física, é essencial que os clubes preocupem-se em organizar suas estruturas logísticas e de profissionais envolvidos, além de manterem o contato direto com os centros de formação do conhecimento.
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Benê Lima