Carlos Teixeira
A popularidade do futebol nas últimas décadas ajudou esse esporte a atrair grande interesse por parte de patrocinadores e mídia, fazendo com que, na atualidade, um grande volume financeiro seja movimentado nesse negócio ao redor do mundo.
Esse fenômeno ficou conhecido como ¨a comercialização do futebol¨, que promoveu, em última análise, sua transformação, de um mero esporte amador, em um verdadeiro ramo de atividade profissional, com diversas frentes de atuação.
Mas toda essa força do futebol não pode resumir-se a isso. Há algo muito maior do que isso. O futebol tem o grande poder de dar à população (que é a grande responsável por esse fenômeno da comercialização) um justo retorno, se não financeiro, ao menos, no âmbito social.
O futebol, se bem administrado, pode efetivamente reinserir indivíduos na sociedade. Pode desenvolver regiões menos favorecidas, alimentar e proporcionar um sonho a um jovem atleta, e, ainda, estampar um sorriso no rosto de cada um de nós. Enfim, não há limites na quantidade de benefícios que o futebol pode proporcionar à população.
Mas essa função social não sai do papel se as pessoas que dirigem o esporte não passem a tomar medidas reais para tanto. Já existem, de fato, diversos programas nesse sentido. Mas hoje, gostaria de sugerir mais um programa para o nosso país, à semelhança do que já acontece em outros países.
Trata-se de um programa para incentivar os torcedores a doarem sangue.
De acordo com o site Filantropia.org, o Brasil necessita de 5.500 bolsas de sangue por dia. São inúmeras as vítimas que precisam de sangue para sobreviver e dependem dessas doações para sobreviverem. Mas a realidade é que ainda não temos doadores em quantidade suficiente para suprir a atual demanda.
Houve em 2003, um projeto de lei que tratou da concessão de livre acesso de doadores em espetáculos, incluindo jogos de futebol, mas que, até onde temos notícia, não foi levado a diante, ou que, de toda forma, não foi devidamente implementado.
Independentemente do esforço legislativo, os clubes e federações poderiam se antecipar ao problema, e promover ¨ex oficio¨ um programa de concessão de determinados ingressos para pessoas que comprovadamente fizeram doações de sangue.
Dentro de seus regulamentos, as federações poderiam repassar essa obrigação aos clubes, que teriam uma quantidade de ingressos separada para ser enviada aos postos de coleta de sangue credenciados. Esses ingressos seriam pessoais e intransmissíveis.
Sabemos que é raro no Brasil termos estádios completamente lotados nos diversos jogos, das diversas divisões, tanto a nível nacional como estadual. Assim, não há dúvidas de que há ingressos de sobra a disposição para essa finalidade.
No âmbito deste programa, os estádios aumentariam seus públicos (em benefício do espetáculo como um todo), bem como teríamos um aumento efetivo do número de doadores de sangue.
É claro que comentamos aqui o programa de forma genérica. Mas a sua implementação poderia ser feita de forma criativa, em que se propicia uma rotatividade na distribuição de ingressos (para que sempre se incentive que um novo torcedor faça doações de sangue), bem como mecanismos para que se evitem desvios na distribuição (e tentativa de comercialização) desses ingressos.
É assim que o futebol pode salvar vidas. Mas essa é apenas mais uma delas.
O futebol pode, e a população brasileira merece.
Sinopse
"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."
CALOUROS DO AR FC
domingo, julho 26, 2009
O futebol pode (e deve) salvar vidas
O futebol tem o grande poder de dar à população um justo retorno, se não financeiro, ao menos, no âmbito social
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