Fábio Sormani trabalhou na Placar, Folha de S.Paulo, TVs Record, Bandeirantes, ESPN Brasil, SporTV, BandSports, e rádios Bandeirantes e Jovem Pan. Atualmente trabalha para a Fox Sports Brasil.
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E a Pluri Consultoria segue prestando serviços inestimáveis ao futebol brasileiro. Desta vez a empresa solta relatório falando sobre o percentual de ocupação dos estádios no Brasil e no mundo.
E o resultado é alarmante!
Alemanha e a Inglaterra encabeçam a lista de ocupação dos estádios. Sabem qual é o país que aparece em terceiro lugar? Os EUA.
O Brasil ocupa a 38ª posição no ranking que contém 25 países. E deles, apenas cinco não estão na Europa: além dos EUA, o Japão é 11º, Argentina é o 20º, México 22º e Austrália 25º.
Aí eu pergunto: não somos o país do futebol? Talvez sejamos, não sei, mas o fato é que o brasileiro não vai ao estádio.
A ocupação dos estádios na Alemanha é de impressionantes 97,7%. Na Inglaterra é de 97,5%. Nos EUA, 90,7%.
Sabem qual é o percentual aqui no Brasil? Ridículos 38,6%.
Segundo a Pluri Consultoria, isso significa nove milhões de ingressos encalhados no Campeonato Brasileiro! Se esses ingressos fossem vendidos (como ocorre na Alemanha e na Inglaterra), gerariam uma receita de R$ 468 milhões aos clubes brasileiros.
A empresa de consultoria esportiva leva em consideração os números do Campeonato Brasileiro de 2013.
Diz o relatório: “Em 2014 os resultados tendem a piorar, já que o público médio do Brasileirão está abaixo de 2013 e a capacidade média dos estádios aumentou, com a entrada das novas arenas”.
O público atual que vai aos estádios no Brasil está estagnado. Não se tem mais de onde tirar gente desta camada social.
O que os clubes têm que fazer é cativar torcedores que aparecem de vez em quando nos estádios, especialmente nos dias de jogos importantes, como decisões de campeonatos.
Ontem, em Belo Horizonte, por exemplo, nada menos do que 54.786 torcedores pagaram ingresso e proporcionaram uma renda de R$ 5.732.930,00 na vitória do Atlético sobre o Lanús por 4-3. A média do ingresso no Mineirão foi de quase R$ 105,00.
Segundo dados da Fifa, a capacidade do estádio é de 58.180. Houve, portanto, ocupação de 94,3% de seus assentos do Mineirão.
Onde fica esse torcedor nos dias de jogos ordinários? Por que eles aparecem apenas nos extraordinários?
Os clubes deveriam buscar resposta para esta pergunta.
Elucidada, os clubes deveriam ir atrás desse torcedor e mostrar para ele que ver o jogo no estádio é um grande barato.
Mas será um grande barato se houver a mesma segurança e organização da Copa do Mundo, por exemplo. No Mundial, o torcedor ia aos estádios em segurança, via as partidas em paz, pois ninguém estava ocupando seu lugar e ninguém via as partidas em pé. Voltava para casa em segurança — e seu automóvel estava onde ele deixou parado, pois bolsões foram criados para isso.
É esse torcedor que os clubes têm que procurar e depois cativar. São os chamados “coxinhas”, apelido jocoso dado por parte da mídia patrulheira e populista.
Encontrado esse torcedor, os clubes têm que fatiar os estádios. Como eles vão fatiar eu não sei, mas sugiro que ingressos a preços populares sejam poucos, equivalente exatamente a média de público das equipes atualmente.
Como diz um trecho do relatório da Pluri Consultoria, “a alta taxa de ocupação dos estádios é fundamental para a viabilidade financeira das arenas e, portanto, do futebol”.
Óbvio; não vê quem não quer ou quer fazer populismo barato às custas da debacle dos clubes e, consequentemente, do futebol brasileiro.
* A foto acima do Maracanã é de Jamie Squire/Getty Images.
Sinopse
"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."
CALOUROS DO AR FC
sexta-feira, julho 25, 2014
Torcedor “COXINHA” é a salvação do futebol brasileiro
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Benê Lima