Lei permitirá que pessoas físicas e jurídicas destinem recursos para projetos esportivos
A manhã desta quinta-feira (20/11), entra para a história do esporte cearense como o dia em que foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (ALCE) a Lei Estadual de Incentivo ao Esporte.
A votação que foi acompanhada de perto pelo Secretário do Esporte do Estado do Ceará, pelo Conselho do Desporto e por dirigentes de diversas federações esportivas, cria a Lei Nº 97/14 que dispõe sobre a concessão de incentivo fiscal para fomentar projetos de caráter desportivo e paradesportivo, mediante patrocínio ou doação de contribuintes do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).
Desta forma, a Lei Estadual de Incentivo ao Esporte deve fortalecer as atividades de caráter desportivo ao permitir que pessoas físicas e jurídicas destinem parte dos tributos para projetos esportivos, em especial, as modalidades já trabalhadas pela Sesporte como, por exemplo, o esporte educacional, de rendimento e de participação.
A aprovação da lei foi saudada pelos deputados presentes na Casa, dentre eles os deputados estaduais Gony Arruda (PSDB), Lula Moraes (PCdoB) e Deputado Estadual Mauro Filho (PROS) que, em fala, ressaltaram o papel da iniciativa de democratização para a promoção do esporte como ferramenta de inclusão.
Para o Secretário do Esporte, Gilvan Paiva, o esporte cearense ganha um importante instrumento legal de fortalecimento da política pública, democratizando os investimentos para atletas, possibilitando assim o fortalecimento do deporto através da formação de toda uma nova geração de esportistas.
Saiba mais
A Secretaria do Esporte do Estado do Ceará (Sesporte) e o Conselho do Desporto realizaram uma série de atividades para discutir a Lei Estadual e a Lei Nacional de Incentivo ao Esporte com o intuito de demonstrar a importância deste instrumento legal para os atletas cearenses.
Informações à imprensa:
Marina Valente
Assessoria de Comunicação da Secretaria do Esporte do Estado do Ceará
Sinopse
"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."
CALOUROS DO AR FC
quinta-feira, novembro 20, 2014
Dia histórico: aprovada Lei Estadual de Incentivo ao Esporte
quinta-feira, agosto 22, 2013
Resultado versus produção: o dilema da análise do desempenho
Por: Benê Lima
A rigor, a produção do time do Fortaleza emperrou
O Fortaleza, do ponto de vista de seu comando técnico, vivencia as idas e vindas de um processo danoso de reconstrução de seu padrão tático. Mas o que mais nos impressiona são as visões díspares entre seu técnico atual, Luís Carlos Martins, o LCM, e o anterior, Hélio dos Anjos.
Enquanto Hélio via Lazaroni mais como lateral, Luís o vê como meia; Dos Anjos sonhava com Jackson Caucaia como segundo volante, já Martins o vê somente como meia de armação; Hélio enxergava Esley como grande 'carregador de piano', Luís o percebe como meia-atacante, sentindo-se incomodado em utilizá-lo como primeiro ou mesmo segundo volante.
Hélio tratava a plataforma tática 3-5-2 como meramente emergencial e circunstancial, adotando-a como busca de maior garantia de solidez de seu sistema defensivo, e o fazia por não haver encontrado o equilíbrio da transição defensiva da equipe. Mas, mesmo jogando fora de casa, costumava modificar a plataforma tática e suas dinâmicas, variando preferencialmente para o 4-4-2 em losango ou diamante. Em situações pontuais de desvantagem no placar, também usava a ‘inicial’ 4-3-3.
☛Não é de agora que temos mostrado os problemas de transição da equipe do Fortaleza. Nesta foto , vê-se uma investida ofensiva do Fortaleza contra o Treze, em que um atacante (Assisinho) aparece na imagem, enquanto os outros dois são os zagueiros Charles e Fabrício. Este é um exemplo típico de transição deficiente: sete defensores do Treze contra três jogadores com função de ataque do Fortaleza. ✔
O que vemos hoje, sinceramente, consideramos, pelo menos até aqui e pelo que nos é dado observar para além do resultado (placar, escore), é uma situação de retrocesso tático da equipe, haja vista ter-se transferido parte da criação para laterais que pouco rendem e para zagueiros de ofício, como é o caso do Charles. Atente-se para o fato de equipes da baixa envergadura de um Rio Branco não mais haver nenhuma no grupo do Fortaleza, o que nos faz supor que tal solução não tenha a funcionalidade de ontem.
Defendo a tese de que o balanço intersetores da equipe tricolor se dará a partir do meio-campo, que tanto proverá a consistência defensiva da equipe, quanto proporcionará uma maior profundidade ofensiva. Portanto, trabalhar as transições (defensiva e ofensiva) e alguns dos subprincípios do jogo e promover a análise retrospectiva dos jogos, no sentido de suas decomposições, são tarefas inadiáveis, e que devem ser feitas com dados palpáveis, feedbacks consistentes e baixa margem de erro.
Ademais, Luís Carlos Martins precisa dar-se conta de que não está trabalhando na A2 ou A3 paulista, dirigindo equipes com perfil de cobrança bem diferente e com visão gerencial dos dirigentes em que o aspecto emocional pouco representa.
Preocupa-nos o que possam estar pensando os que pretendem fazer aporte no Tricolor de Aço. Afinal, o atual técnico saberá como utilizar os reforços que possivelmente lhes serão colocados à disposição? Terá, LCM, o perfil do técnico requerido para fazer essa transição do Fortaleza, da Série C para a B?
Na verdade, a expectativa do sim é nutrida. Mas só o tempo dirá se ele terá a capacidade de se reinventar como técnico e como liderança, para levar o Tricolor ao ‘porto’ da subdivisão de elite do futebol brasileiro – a Série B.
Mas, para tanto, ele precisa romper com sua postura franciscana e corporativista, tendo a coragem de enfrentar os desafios de uma firme liderança, além de assumir alguns arroubos de um saudável visionarismo.
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domingo, julho 21, 2013
Padrão tático e cultura tática
Veja <COMENTÁRIOS>
O padrão tático é a fotografia de uma equipe, e sua leitura depende fundamentalmente da cultura tática de quem o lê, assim como na fotografia
Tenho resistido em ceder ao impulso de escrever sobre o tema, primeiro porque não me considero a pessoa ideal para sobre ele ditar cátedra, depois pela descrença da maioria das pessoas sobre o tema. Os mais velhos porque não possuíram nem viveram o boom da cultura tática, os mais jovens porque a veem como mero exercício de dissuasão da complexidade, querendo torná-la a todos acessível e usando-a para tentarem abalar a importância dos técnicos de futebol, desse modo mantendo a ideia vigente de que a onda mudancista que sobrevive em torno da troca do técnico, sustentará os times e suas direções, salvando também os jogadores.
Padrão de jogo
É o mais geral e abrangente modelo de uma equipe, visto que representa o seu todo, englobando tanto o padrão tático quanto o padrão técnico. Portanto, desse ponto de vista, não é aceitável confundi-lo com padrão tático, embora seja este o que mais influencia o padrão geral de jogo das equipes.
Padrão técnico
O padrão técnico, em tese, é o que menos depende da atuação do treinador, em razão de boa parte dele ter origem na formação do atleta e especialmente na sua capacidade individual de habilidade e talento, bem como da compreensão do aspectos técnicos de sua expressão com a bola. Ele pode ser melhorado, posto que passes, chutes, recepção e condução de bola, drible e finta, todos estes elementos da técnica podem ser aperfeiçoados.
Padrão tático
Aqui é onde o técnico exerce maior influência coletiva sobre a operacionalização do jogo e sobre o desempenho coletivo da equipe. É nesse estágio que o planejamento de jogo, como um dos pressupostos da formação do padrão tático entra em cena, mas muito mais como modelagem do padrão tático e não a ele se sobrepondo.
É ainda neste estágio que identificamos mais facilmente a plataforma estática de jogo com suas dinâmicas e variações, onde podemos também observar as transições defensivas e ofensivas, o nível da compactação, a geometria no desenvolvimento das jogadas, a profundidade ofensiva de seu jogo, entre outras situações.
Aqui também, desde que o observador possua acuidade e sensibilidade em sua cultura tática, pode-se ter vislumbres até mesmo do tipo de periodização tática utilizada, bem como lampejos dos elementos do plano tático maior, aquele que contempla princípios, subprincípios e sub-subprincípios e seus derivativos.
Com o objetivo de facilitar o entendimento e propor uma compreensão de modelos de padrão tático, tratamos aqui de uma questão pungente para uma de nossas equipes cearenses – o Fortaleza –, cujo comandante técnico é Hélio dos Anjos, experiente e detentor de inegáveis conhecimentos. Claro que ele pode discordar de alguns elementos que aqui propomos, e terá dupla autoridade para isso. Primeiro porque é o autor da “fotografia” que sua equipe nos passa; depois porque pode ter a sua mercê maiores melhores elementos do tecnicismo e do cientificismo que nós. Natural.
Na figura abaixo, podemos observar um instantâneo da plataforma tática do Fortaleza, que principia o funcionamento de seu padrão tático. Na figura há uma disposição um tanto frouxa dos jogadores, mas cada um deles cumpre funções e posicionamentos que se complementam e se completam entre si, por isso preferi não dispo-los em figuras geométricas perfeitas, exatamente para lembrar que cada um deles tem funções similares, mas também distintas a cumprir.
Outro fator que merece ser observado com atenção, são as peculiaridades relativas a determinados jogadores, como um meia canhoto que se posiciona mais pela direita (Guaru), são volantes que usualmente não jogam em linha (Jaílton e Esley), é um meia híbrido que tem de meia e de volante (Jackson) e que transita da esquerda para o meio, é um segundo volante que tanto faz a sobra quanto sai para dar apoio ao ataque como armador (Esley), são atacantes que se alternam como referência e que também jogam abertos, enfim.
A imagem meramente ilustrativa abaixo, no que pese sua singeleza, creio que expressa uma ideia da dinâmica da movimentação da equipe do Fortaleza, donde podemos inferir certos elementos do plano tático e de algumas estratégias de jogo. É evidente que nenhuma equipe consegue tamanha compactação em circunstâncias normais de jogo, mas esta é a figura idealizada de uma situação pontual que assistimos neste domingo (21) frente ao Brasiliense, embora os jogadores envolvidos já não tivessem exatamente esta numeração.
Nesta situação típica de uma potente transição ofensiva, observamos não o pressing (coisa rara entre nossos times), mas uma pressão vertical e certa pressão na recuperação da bola, o que permitiu posse e domínio.
O que muitas vezes as pessoas se perguntam, é por que tal situação não se traduz em gols. Mas não vejo dificuldade em compreendermos essa questão. Afinal, como um processo de interação, o jogo precisa de um encaixe em suas diferentes fases (construção, elaboração, semifinalização e finalização), sem o quê o adversário assimila a pressão e consegue fazê-la eficiente, mas sem eficácia. Hoje vimos isto.
A questão aqui proposta é mais de valorizar o aspecto tático do futebol, e menos de provar a competência ou incompetência de quem que seja. Sem presunção alguma, seria fácil apontar alguns equívocos do técnico Hélio dos Anjos, mas não vejo relevância nisto pela consciência que tenho da importância de seu trabalho.
Como disse noutro artigo, Ceará e Fortaleza precisam encarar suas situações contraproducentes e tentar interagir com elas e com seus responsáveis, a fim de que suas equipes possam incorporar um melhor padrão técnico, tático e de jogo.
(Ilustração do 4-4-2 diamante, também conhecido como 4-1-2-1-2)
(Não há bibliografia a citar, haja vista que nada do que aqui está é fruto de pesquisa.)
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sábado, julho 20, 2013
Os prós e contras de Sérgio Guedes
Por Benê Lima
O respeito ao trabalho dos técnicos e comissões técnicas e seus treinadores deve fazer parte da análise de qualquer cronista
Evito o expediente de atribuir nota ao trabalho do técnico de futebol , visto que isso nos coloca, pelo menos aparentemente, numa desconfortável condição de pretendermos saber mais que eles. E isto nem condiz com nossa pretensão nem reflete a realidade dos fatos. Afinal, o mais natural é que mesmo teoricamente os técnicas saibam mais que nós. Portanto, separemos aqui o que é a seara do técnico do que é a do analista. Neste ponto, vale dizer que não é lícito exigir de nós cronistas que concorramos com os técnicos e treinadores na aplicação dos treinamentos. Afinal, não é esta nossa missão. O exercício do nosso papel portanto, restringe-se a tentarmos identificar as nuances daquilo que pode ou não resultar do trabalho da comissão técnica. Nada mais.
O que pode ser acrescentado a essa análise, provém da condição do analista de possuir em sua formação uma bagagem de conhecimento que perpasse diferentes aspectos culturais e intelectuais, o que lhe permite uma mais rica abordagem do futebol, à luz das ciências humanas.
Considero irrelevante determinadas preferências do técnico – seja ele quem for - por esse ou aquele jogador. O que me parece relevante é se as atribuições confiadas ao atleta foram por ele cumpridas no limite de sua capacidade. A propósito, sabe-se que Sérgio Guedes há demonstrado, pelo menos por enquanto, preferência pelo atacante Macena em detrimento a Lulinha. Do ponto de vista da confiança, não vejo dificuldade em compreender a posição do técnico. O que é inaceitável é que não se tente integrar Lulinha por inteiro ao bloco dos essenciais ao grupo, a fim de torná-lo verdadeiramente uma opção tática relevante.
É líquido e certo que Sérgio Guedes equivocou-se em suas opções para enfrentar o Bragantino. Havíamos alertado em nosso programa diário de rádio – o Companhia do Esporte - para o fato de que Benazzi havia dado a este time a característica da pegada. Outra característica usual às equipes de Benazzi é a preferência por três zagueiros. Levados estes dois fatores na devida conta, o que se viu foi o poder de fogo do Ceará praticamente anulado pelo adversário. Portanto, eis a caracterização do erro conceitual de Guedes.
Todavia, vendo cair por terra seu planejamento tático, Sérgio Guedes teve o mérito de uma reação imediata, não esperando sequer o intervalo da partida para promover a primeira substituição em sua equipe. Sacou o meio-campista Eusébio, completamente perdido e inoperante em campo, colocando o atacante Adriano Pardal em seu lugar. Em tese, isso tornaria a equipe mais ofensiva, além de modificar sua estrutura tática e sua dinâmica, passando de uma plataforma tática 1-4-3-1-2 para 1-4-2-1-3. Outra providência que havia sido tomada foi a mudança de posicionamento entre João Marcos e Diogo Orlando, em razão do gol sofrido pelo setor direito da defesa alvinegra. Diogo não dava conta da velocidade do armador Thiaguinho, apoiado pelo lateral Rafael Costa. Como João Marcos tem mais velocidade e consegue diminuir os espaços e fazer uma marcação mais próxima, passou a cair pelo setor.
(A imagem abaixo ilustra a facilidade do sistema de marcação do Bragantino até a saída de Eusébio.)
Após a entrada de Adriano Pardal, o Ceará passou a jogar com três atacantes, desse modo eliminando a sobra da zaga do Bragantino, que teve de recuar um volante para voltar a ter o homem da sobra. Isso também equilibrou a disputa no meio-campo e o Ceará pode transitar com um pouco mais de desenvoltura naquele setor, transferindo um pouco mais de força ofensiva à equipe.
(Veja na imagem abaixo o quanto o Ceará ganhou taticamente em seu repertório de jogadas, em profundidade e na amplitude das mesmas.)
Podemos dizer portanto, que o equívoco em sua atitude proativa tirou pontos do desempenho do técnico Sérgio Guedes, sobretudo pelo gol sofrido antes que a correção viesse. No entanto, temos que considerar a atitude reativa relativamente rápida do técnico, que ainda na primeira etapa, por volta dos 35 minutos, trocou uma peça, mudou o esquema tático e reposicionou sua equipe.
Vale registrar que fora da alçada do técnico alvinegro, o grosso do desempenho técnico individual da equipe ficou abaixo da média e do potencial dos jogadores, situação que, ao contrário de maximizar o trabalho do técnico, acabou por minimizar seus efeitos.
ENTENDA A FUNÇÃO TÁTICA DE UM JOGADOR
Tem a função de puxar os contra-ataques, ajudando a fazer a transição ofensiva pelo setor direito; marcar a saída do zagueiro da esquerda e do volante do mesmo lado; dar apoio defensivo ao lateral-direito na ausência do volante e com ele (lateral) dialogar na jogada ofensiva, além de fazer a aproximação com o Magno.
Autor: Benê Lima
sexta-feira, julho 12, 2013
Sapesp, Fenapaf e FiFPro avaliam impacto do calor sobre jogadores profissionais
Por Benê Lima
As entidades sindicais nacionais e internacionais, provocadas pela representação sindical do estado do Ceará, motivaram a realização dos chamados jogos simulatórios
Doutor Turíbio Leite no PV (foto: Benê Lima)
Revelando capacidade de mobilização e preocupação com o impacto das altas temperaturas sobre os atletas profissionais, o Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Ceará, Safece, através de seu presidente, Marcos Gaúcho, conseguiu mobilizar as entidades sindicais que congregam a categoria dos jogadores de futebol, a fim de que elas produzissem dados cientificamente comprováveis para consubstanciar os efeitos negativos do calor sobre os jogadores profissionais, sobretudo em jogos realizados sob altas temperaturas e horários considerados impróprios para a atividade esportiva de alto rendimento.
Safece e Ceará Sporting foram objeto das observações científicas (foto: Benê Lima)
A etapa de Fortaleza foi realizada nesta sexta (12), tendo início às 13 horas no Estádio Presidente Vargas, com o jogo simulatório entre a equipe do Safece e o time sub20 do Ceará Sporting. O jogo teve duração de noventa minutos, com dois tempos de 45 minutos cada e intervalo de 15 minutos. Na primeira etapa observou-se uma paralisação de cerca de três minutos, a fim de que se pudesse observar os resultados advindos da pausa e da hidratação sobre os atletas e também sobre árbitros e assistentes.
O estudo terá como finalidade levantar dados que comprovem o efeito benéfico das duas paralisações que serão propostas à FIFA, sendo uma em cada tempo, entre 22 e 23 minutos de jogo de cada um deles. A duração de cada uma das paralizações, segundo o professor e doutor Turíbio Leite, deve ser de três a cinco minutos, o que com a adequada e individualizada reidratação seria uma intervenção muito positiva para os jogadores.
Medição antes da reidratação (foto: Benê Lima)
Metodologia
As entidades sindicais envolvidas na avaliação investiram em aparelhagem e tecnologia capazes de possibilitar a medição dos impactos do calor sobre os atletas profissionais durante as partidas de futebol. O projeto prevê a realização de quatro partidas simulatórias nas cidades de Manaus, Fortaleza, Brasília e São Paulo. Nelas, os atletas envolvidos no projeto ingerem uma cápsula igual a um remédio comum, mas que leva em seu interior um sensor térmico. Um aparelho projetado para medir a temperatura térmica do corpo do jogador faz a medição da temperatura térmica e repassa a um computador, onde será feito o relatório final das avaliações.
Aferição das condições climáticas (foto: Benê Lima)
Perfil: Dr. Turíbio Leite Barros
Mestre e doutor em fisiologia do exercício pela EPM. Foi membro do ACSM, professor da UNIFESP (35 anos), coordenador do Curso de Especialização em Medicina Esportiva da UNIFESP (20 anos), fisiologista do SPFC (25anos) e coordenador do Departamento de Fisiologia do E.C. Pinheiros. Foi colunista do JT (5 anos) e publicou mais de 100 artigos científicos em revistas nacionais e internacionais do segmento esportivo. Publicou 7 livros, entre eles "O Exercício - aspectos especiais e preventivos", pelo qual ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura Científica. Sua experiência de mais de 35 anos na área da fisiologia do exercício é voltada principalmente para atividade física, esportes, consumo de O2, aptidão e avaliação física, qualidade de vida e orientação à atletas, não atletas e iniciantes..
segunda-feira, junho 13, 2011
O uso da neurolinguística no treinamento de futebol
Com tanta preocupação com a integração, muitos deixam fora um dos componentes mais importantes do treino: a mente
Nicolau Trevisani Frota
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No futebol de hoje, fala-se muito de treino integrado, entre os quatro componentes do jogo. São eles: o físico, o técnico, o tático e o psicológico. Entretanto, quando se observa as periodizações de treinamento, nota-se uma preocupação muito grande com a integração de somente três dos componentes: o físico, o técnico e o tático, deixando o componente “psicológico” fora do contexto das atividades.
A maioria dos treinadores está preocupada em melhorar o físico, o técnico e o tático, objetivando, assim, a melhora do rendimento da equipe. O aspecto mental muitas vezes é deixado de lado.
Todos sabem que o lado mental pode – e muito – ajudar na melhora do rendimento da equipe. Neste sentido é que acreditamos que o uso da neurolinguística pode ajudar muito.
A neurolinguística é definida como a relação da linguagem com os neurônios. Mas como esta técnica ajuda o treinamento no futebol?
Através dela, é possível “entrar” na mente do atleta. Através dela é possível acelerar muito o aprendizado de algo através do pensamento, pois com esta técnica é possível “fazer o cérebro acreditar em algo”.
É possível também visualizar algo ainda não realizado. Aplicado ao futebol, estes estímulos permitem fazer com que a mente vivencie situações que aceleram muito o processo de treino, melhorando a qualidade de desempenho de forma mais rápida.
Em palestra realizada recentemente, durante o Curso Master em Técnica de Campo da Universidade do Futebol em parceria com a Federação Paulista de Futebol, o fisiologista do Corinthians, Antonio Carlos Gomes, ao demonstrar a utilidade da biomecânica, citou o exemplo de um lateral que não conseguia cruzar com eficiência. Com a ajuda da biomecânica, Gomes procurou descobrir a deficiência do lateral.
Particularmente, acredito que se no caso em questão fosse feito um trabalho com a neurolinguistica, o processo seria acelerado e o problema do lateral poderia ter sido resolvido com maior eficiência e velocidade. Desta forma, o jogador poderia acelerar o processo de aprendizagem. E isto se justificaria até pelo pouco tempo que temos para treinar e qualificar equipes.
Porém, o uso da neurolinguística não se resume a isto. Ela pode também ser usada para acelerar o entendimento de situações táticas e também para a recuperação de algumas lesões.
É preciso, entretanto, ressaltar que o trabalho com a neurolinguística deve ser realizado por um profissional especializado que esteja presente no dia a dia do clube. Outro aspecto a se destacar é que a neurolinguística não é tudo; não substitui nenhum outro trabalho. Ela deve ser considerada apenas como mais uma ferramenta a ser utilizada em busca do alto rendimento.
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