Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sábado, junho 01, 2013

Diane Sousa e Thalía Torres, do Instituto Formação

Jovens falam sobre futebol de rua, inclusão social e direito de jogar da mulher

Equipe Universidade do Futebol

Poucos. Uma dezena de pessoas, praticamente. Todas elas maranhenses, com atuação profissional ligada às mais diversas áreas, incluindo aí cultura, esportes e lazer. Juntas, compõem o Instituto Formação, organização criada a partir do compromisso desses cidadãos com o desenvolvimento sustentável das regiões daquele estado, empobrecidas pela ausência de políticas públicas estruturantes.

Agentes e beneficiados. Em um processo integrado e em via dupla. Nesse contexto, duas personagens muito especias: Diane Sousa, coordenadora da Incubadora de Esporte e Cidadania do Instituto Formação, e Thalía Amorim, uma das atletas que participam das atividades promovidas.

Natural de Olinda Nova, no Maranhão, onde mora até hoje, Thalía cursa o segundo ano do Ensino Médio. O projeto chegou até ela pelas ações que eram desenvolvidas dentro da própria cidade – geralmente relacionadas ao teatro, à dança, ao futebol e à comunicação.

“Esporte é um laço que fez a minha família se sentir melhor. Quando chegava em casa, me sentia em outro lugar. Ficava com vergonha de dizer o que se passava dentro de mim. Lá, em quadra, todos jogamos. Todo mundo se mistura e brinca. E assim é”, revelou a jovem de 15 anos, em entrevista concedida durante o II Encontro Brasileiro de Mediação em Esportes Educativos.

No evento, realizado pelo Instituto Formação, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Streetfootballworld, quem também bateu um papo com a equipe de midialogia daUniversidade do Futebol foi a outra ponta desta corrente da sociabilização: Diane Sousa.

Apenas cinco anos mais velha que Thalía, a mulher nascida em São Bento, na Baixada Maranhense, vive na capital e é acadêmica de Direito, no UNICEUMA.

Moldada pelo Formação, entrou na empreitada com 13 anos, na cidade dela, passou cinco anos como jovem atendida, e aos 16 participou do Sul-Americano de Futebol de Rua no Chile com uma equipe representada por vários jovens do Nordeste.

Em 2010, ela fou indicada para participar de um intercâmbio na Alemanha, fruto do Program ASA, do Ministério daquele país europeu, do Kick Fair, órgão germânico que é parceiro da entidade brasileira.

Diane passou quatro meses por lá, e fez parte da cooperação internacional de aprendizagem global que coordenou a mediação dos jogos que aconteceram em paralelo à Copa do Mundo de 2014 na África do Sul – o Festival For Hope.

“Você não joga sozinho. Sempre está em contato com o outro, trocando ideia. Seja dando um saque, fazendo um drible ou uma cesta. Não dá pra ser individual, na essência. Crianças e adolescentes devem, sim, fazer esporte. E só assim saberemos se esta é uma ferramenta para o desenvolvimento humano e social”, acredita ela.

“Nosso país é do futebol, mas poderia ser de todos os esportes. Mas a gente não consegue ter isso na base para as pessoas escolherem o que elas querem. O que te apetece pode ser todos os esportes”, acrescenta a musicista, condição mais do que meramente profissional – “é algo que me completa e que nao me deixa esquecer de mim”.

A jovem questiona o fato de não haver no mercado, por exemplo, uma camisa com o nome de Marta, principal jogadora de futebol da história do Brasil, para vender nas lojas especializadas. E também a razão de não sabemos quando e onde sera o próximo Mundial da categoria.

“A prática das mulheres é retraída. A ideia de trabalhar gênero é que não queremos dizer exclusivamente que a mulher é uma pessoa frágil e que precisa de um apoio. Entendemos que ela passou por um processo histórico que não favoreceu o seu desenvolvimento da autonomia e emancipação. E queremos que ela, com o apoio do outro sujeito, de maneira autônoma, consiga o seu espaço”, concluiu.


O esporte como ferramenta de inclusão 


O direito da mulher de jogar futebol



 

Superando preconceitos pela prática do futebol de rua 


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Benê Lima