Faz-se mister
um arejamento de idéias
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Já virou lugar-comum a execração dos técnicos de futebol. Tal comportamento quase que invariavelmente se revela como uma atitude inominável tomada contra aquele que, no mais das vezes, é o menos culpado.
Já virou lugar-comum a execração dos técnicos de futebol. Tal comportamento quase que invariavelmente se revela como uma atitude inominável tomada contra aquele que, no mais das vezes, é o menos culpado.
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Injustiças a parte, passemos à análise das mais marcantes atitudes de um deles. Trata-se de Heriberto da Cunha, treinador de reconhecida competência, mas que em termos de futebol cearense tem mostrado uma faceta das mais questionáveis, que pode ser expressada pelo teor conservantista da postura tática das equipes que tem dirigido.
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Sabe-se do trabalho considerado bom que Heriberto andou realizando no Ceará Sporting, sobretudo se considerarmos que ele se viu instado à extrapolação de sua condição de treinador, ao acumular outras funções.
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Em seu atual clube, Heriberto só precisa preocupar-se com sua atividade, situação que facilita sobremodo o desempenho de suas tarefas. Em podendo se voltar unicamente para o cumprimento das atividades inerentes ao cargo que ocupa, o técnico pode investir na elaboração de uma planificação técnico-tática mais minuciosa, que contemple não só a visão tecnicista, mas que também possa incorporar um extrato do empirismo que é característica marcante da transdisciplinaridade.
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Na verdade, o técnico do Fortaleza precisa rever sua atitude excessivamente defensivista, buscando alternativas um pouco mais ousadas para as situações que se lhe apresentem como desfavoráveis.
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Afora os exemplos de sua estada à frente do Alvinegro de Porangabuçu, em que muitas foram as situações onde abriu mão de atacar e acabou perdendo a partida ou cedendo o empate ao adversário, Heriberto continua demonstrando um apego exagerado à concepção defensivista, o que se revela preocupante numa competição com as características do Brasileirão.
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No que pese termos assistido à retórica de Heriberto da Cunha frente ao Bahia, importa dizer que, embora o discurso que veio aos nossos ouvidos não contenha a premissa do defensivismo, o exame das substituições promovidas retrata uma extremada preocupação em não tomar gols, quando isso - ao que se sabe - pode representar um risco muito maior, pela situação de se ter o adversário, predominantemente, muito mais próximo da nossa linha de meta.
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O resultado de empate cedido ao Bahia, representa mais uma oportunidade para que Heriberto repense algumas de suas posições, para o seu próprio bem, e para o bem da torcida tricolor.
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O talento de jogadores como Simão não pode ficar restrito a um ato de 'desobediência civil'. Cabe ao treinador instituir mecanismos táticos para um maior e melhor aproveitamento destes 'sopros e surtos' de criatividade.
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Benê Lima