Time sisudo; futebol triste
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O futebol brasileiro é mesmo cheio de contradições. Uns poucos times grandes - times mesmo - se agigantaram, criando um fosso entre eles e os demais. Alguns pequenos se apequenaram ainda mais. E, uns médios há, que estão assumindo a pecha de pequenos. Entre eles a Ponte Preta, já que seu maior rival, o Guarani, virou nanico.
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A decepção do futebol pontepretano só não foi maior que a do futebol não apresentado pelo Vozão. O Ceará foi um time sisudo ao extremo, com a tristeza estampada no semblante de seus jogadores.
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Futebol, no Brasil, tem de ser praticado de forma alegre, jamais irresponsável. Até mesmo os atletas que pouco ganham devem praticar o futebol com alegria. Afinal, há nesta prática um aspecto lúdico que lhe é inerente, e que não deve ser esquecido. Jogar futebol deve ser encarado como privilégio, por mais que o desporto tenha assumido ares de um negócio gigantesco.
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Vendo esse time do Ceará jogar, é como se fôssemos conduzidos a uma repartição pública dentre as muitas espalhadas Brasil afora, deparando-nos com servidores insatisfeitos, alheios à missão para a qual foram contratados. Quanta burocracia, quanto 'carimbador'!
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Ai do Ceará, se o adversário não ajudar. Como é difícil vermos inventividade, improviso, ou mesmo espasmos que seja de alguma criatividade. Mais parece um time de soldados, de operários, e todos 'marxistas'. Isso é grave!
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Entre outras, falta ao time do Ceará um líder positivo dentro de campo. Que tenha um discurso motivante, que injete nos campanheiros a alegria pelo jogo, que quebre a pachorra de uma equipe com perfil de perdedora. O time alvinegro está sem identidade, e isso representa séria ameaça. Lula Pereira precisa distribuir atitudes e decisões carregadas de justiça, escalando os melhores, sendo coerente e cotejando a confiança de seus comandados.
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Tomemos o exemplo de Dedé. Este atleta foi eleito com folga o melhor volante do futebol cearense. De repente o 'professor pardal lula' passa a enxergá-lo como meia. Ora, ora! Isso dá margem pra que pensemos, numa visão extremada, que se quer 'rifar' o garoto. Amigos, temos pugnado por darmos asas à criatividade, não por invencionices extemporâneas e estapafúrdias. Isso para não levantarmos suspeição quanto à lisura de tal atitude.
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Sabemos que o ataque começa na marcação. Porém, a marcação não é auto-suficiente para produzir por si e de per si ofensividade. Logo, as equipes precisam ter começo, meio e fim. Temos, pois, que romper com esse 'protetorado' do operariado nos nossos times. Do contrário, não teremos chances reais de disputarmos uma vaga para integrarmos a divisão de elite do futebol nacional.
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Estamos falando sobre o time do Ceará, mas não podemos esconder que, embora o time do Fortaleza nos pareça neste instante bem mais qualificado, nele também há a mesma visão 'protetoral', sobretudo no setor de meio-campo - setor onde costumeiramente habitam os brucutus. Não digo que a 'inspiração' seja a mesma - isso não posso afirmar. Até creio que de Heriberto não haja dolo.
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Mas a boa nova para a torcida alvinegra é que a diretoria promete contratações. Que estas representem efetivo acréscimo ao time, e não só ao elenco e à folha de pagamento.
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Benê Lima
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Benê Lima