Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, maio 05, 2008

Uma visão emprestada do Cariocão e do Paulistão







Verde, vermelho e preto

por Lédio Carmona

O Botafogo teve os melhores números do campeonato. Mas faltaram algumas letras na hora do vamos ver. Faltou E de elenco. Faltou P de poder de decisão. Faltou S de serenidade. Faltou V de Vitória. Faltou C de confiança do torcedor.

O Flamengo teve números inferiores ao Botafogo durante o Campeonato Estadual inteiro. Mas os três jogos que valeram taça ele venceu. Todos do Botafogo. Primeiro, na final da Taça Guanabara (2 a1). Depois, na primeira partida da final (1 a 0). E hoje, na finalíssima, quando conquistou o bicampeonato com a vitória de 3 a 1 (dois gols de Obina e um de Diego Tardelli). E venceu todos com justiça. Sem apelação. Hoje, sem contestação até de arbitragem (graças a Deus).

Hoje o Flamengo teve problemas no primeiro tempo. O Botafogo foi melhor, mas ainda longe de ser o time envolvente de outras partidas. Fez o primeiro gol, graças a uma cobrança de falta burocrática de Lucio Flavio, que quicou e fez Bruno falhar. Eram 22 minutos. O Botafogo recuperava a vantagem. Mas não sou aproveitar. Ainda sim, foi melhor. Até porque Ibson, vaiado, jogava mal. Juan e Leonardo Moura subiam pouco. Bem, mesmo, só Ronaldo Angelim, excelente na marcação a Wellington Paulista, Toró na marcação, e Marcinho.

No segundo tempo, Joel Santana arriscou tudo. Tirou Ibson e Cristian e põs Diego Tardelli e Obina. Quatro atacantes. Foi com tudo. Sabia que estaria mais vulnerável na defesa e que poderia ser expor a contra-ataques fatais. Mas, logo aos três minutos, Juan bateu falta, Obina se ajoelhou para cabecear: 1 a 1. O Maracanã, com 70% de rubro-negros, explodiu. A pressão recrudesceu. O Flamengo cresceu. E aí, amigos, o Estadual começava a ter o seu virtual vencedor. Com apenas dois jogadores de marcação, Toró e Jailton, o Flamengo contou com a raça de Diego Tardelli, Obina, Marcinho e Souza. Nunca marcaram. Hoje fizeram. O Botafogo não encaixava nada. O Flamengo tomou conta do jogo. Até que Cuca quis mexer. E olhou para o banco. E, pobre Cuca, lá se foram Fábio e Adriano Felício para campo. Para piorar, o técnico errou ao tirar Zé Carlos. Num elenco limitado, Zé Carlos, sem inspiração, é melhor do que Fábio e Adriano Felício. Para piorar, Wellington Paulista jogou boa parte da partida no sacrifício. Lucio Flavio, também.

Dono do campo e do jogo, o Flamengo parecia que treinara a semana passada no Rio, enquanto o Botafogo, sim , fora ao México. Os rubro-negros sobravam. Contra-contra ataque em cima de contra-ataque. Renato Silva expulso. O segundo gol era questão de tempo. Ou de um enésimo erro de passe de Fábio, Adriano Felício ou Leandro Guerreiro, que ainda não voltou a ser o mesmo jogador de 2007. Pronto: aos 36m, Juan (como joga!) atropelou pela esquerda e fez o passe. O chute seco e rasteiro de Diego Tardelli foi mortal. O Botafogo, o bom time do Botafogo, do bom treinador Cuca, estava batido mais uma vez. De novo pelo gol de Tardelli. E de novo por Obina, que fez mais um gol, aos 46.

O Flamengo mereceu. Foi melhor. É melhor. E agora alcançou o Fluminense em número de títulos estaduais: 30 x 30. Caio Junior, como meu amigo Eric Faria disse na transmissão da TV Globo, vem aí. Bom nome. E terá um elenco de peso para trabalhar. É meio caminho para o sucesso de um treinador. Talvez seja isso que falte a Cuca em General Severiano.
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O título de Marcos
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Não havia como não ser diferente. Apesar da raça, da dedicação e de alguns bons jogadores da Ponte Preta, estava escrito que o Estadual seria do Palmeiras. O oitavo de Luxemburgo. Mais um de Marcos. Talvez o mais emocionado após a decisão no Palestra. O goleiro é um exemplo de dedicação e amor ao clube e ao futebol. E ganhou. Voltou por cima. Esse título é dos palmeirenses. Mais do que tudo, de Marcos.O Palmeiras mereceu muito. E teve uma decisão em ritmo de festa no Palestra Itália super-lotado, com 27.927 pagantes. E teve um placar para não deixar dúvida: 5 a 0, com três gols de Alex Mineiro, sempre eficiente e artilheiro do Paulistão, com 13 gols, ao lado de Kleber Pereira, Valdívia, craque, e Ricardo Conceição, contra.

Foi o oitavo Campeonato Paulista de Vanderlei Luxemburgo.O Palmeiras sobrou no Campeonato Paulista. Ninguém mereceu mais. Ninguém jogou mais. Ninguém quis mais. E prestem atenção: o Palmeiras vai longe no Brasileirão. No mínimo estará na Taça Libertadores da América, em 2009. Me cobrem em dezembro. PS: sobre a rebelião da máquina zero, lamentável. Coisa de criança. Pergunte a Valdívia se ele gostou. Olha só como ele ficou bonito…
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Benê Lima