Coluna] Com Pé e Cabeça - Arbitragem

FUTEBOL: ARBITRAGEM CEARENSE EM FOCO

Por Benê Lima

ARBITRAGEM CEARENSE - 1
No futebol cearense, as pessoas costumam enxergar nossa arbitragem pelos erros, pelo desprestígio, pela incapacidade em renovar-se, além de contra ela manter uma desconfiança a priori, condição que contraria um postulado básico do direito, que assegura inocência ao que não se pode provar. Portanto, até que se prove o contrário, em tese nossos árbitros e assistentes são tão competentes como todos os outros dos demais estados da federação.  

ARBITRAGEM CEARENSE – 2
Extra oficialmente há um desejo dos que verdadeiramente se importam com o futebol em seu mais amplo sentido, de conferir prestígio e melhorar o status da arbitragem local. Para tanto, mais que promover os cursos de formação, reciclagem e complementação dessa formação em função das mudanças nas regras, já se pensa em promover acréscimos à grade curricular destes cursos, especialmente no que se refere à formação básica desses profissionais.  

ARBITRAGEM CEARENSE – 3
Uma melhor formação escolar, aliada à diminuição da faixa etária para o início da formação, deverão ser dois dos fatores determinantes para o recrutamento e a seleção dos novos candidatos à carreira. Só assim eles terão chance de planejarem suas carreiras contemplando a oportunidade real de crescimento, sem os impeditivos que uma formação inadequada os submete. Sabe-se que ausência de formação universitária e a inadequação da faixa etária podem representar o tolhimento de suas carreiras.  

 

ARBITRAGEM CEARENSE – 4
Reconhece-se ainda que as mais recentes safras foram incapazes de produzir os frutos sazonados que delas era legítimo esperar-se. Mas vale dizer que se não houver o devido investimento, desde as mudanças na metodologia pedagógica do processo seletivo e formativo destes profissionais, não conseguiremos mudar a presente situação. Tenho a convicção de que até mesmo alguns dos componentes pedagógicos do esporte educacional devem estar presentes na formação do novo árbitro e do novo assistente, a fim de que eles possam contribuir para uma melhor formação dos atletas de base.  

ARBITRAGEM CEARENSE – 5
Um Plano de Carreira claro e factível, que contemple as diferentes fases de evolução da carreira destes profissionais, prevendo inclusive os respectivos acréscimos percentuais em suas remunerações, certamente conferiria mais perspectiva de crescimento a eles, o que, mesmo que subjetivamente, ensejar-lhes-ia o vislumbre de um pouco mais de estabilidade.  

ARBITRAGEM CEARENSE - 6
Com o incremento do produto futebol, naturalmente não só as entidades de prática cresceriam em estrutura, como também a nossa entidade de administração, a FCF. Concomitantemente, a Comissão de Arbitragem (CA) e a própria entidade classista da arbitragem teriam que incorporar ao menos parte desse crescimento, para poderem atender às demandas que lhes sobrevierem. Para que se tenha uma ideia, hoje já se tem que racionalizar o calendário em nosso estado também pela escassez de mão de obra qualificada no reino da arbitragem.  

 

ARBITRAGEM CEARENSE – 7
Em se tratando da promoção dessas mudanças, é importante que se dê destaque ao fato de que, historicamente, não se tem notícia de que tanto se tenha feito para retomar o prestígio da arbitragem cearense quanto agora. Como se não bastasse o repertório de decisões de cunho administrativo, que consubstanciam até mesmo a possibilidade de medidas no âmbito da Justiça Desportiva, incorporou-se no próprio Regulamento Geral das Competições da FCF, medidas protetivas em benefício da política de resgate do prestígio dos que integram a arbitragem.  

ARBITRAGEM CEARENSE – 8
Estabelecer um equilíbrio entre as preceituações democráticas das quais se valem os nossos clubes para a escolha de arbitragem de fora, contrapondo a seus interesses particulares certa dose da reserva de mercado para a arbitragem local, sem dúvida foi tarefa que exigiu esforço e determinação da comissão que teve a incumbência de finalizar o RGC/FCF 2013. Mas assim o fizemos, movidos pela determinação em manter não só o vibratório, mas dotar do necessário pragmatismo o nosso ideal contributivo.