Mais de 40% dos entrevistados não associou equipe a nenhuma das 13 parceiras da CBF
- Lance!net / Leo Burlá - Rio de Janeiro (RJ)
Uma pesquisa inédita desenvolvida pela Stochos Sports & Entertainment materializou o distanciamento da Seleção Brasileira de seu público.
Questionados sobre qual marca associariam como patrocinadora da Seleção (veja infográfico abaixo), 40,5% dos 8.329 entrevistados foram incapazes de mencionar sequer um dos 13 parceiros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O entrevistado poderia responder até três marcas.
O baixo recall (termo em inglês usado para medir o nível de memorização de uma marca) é significativo se comparado ao alto volume de recursos injetados por estas empresas, mas os resultados, dizem especialistas em marketing, têm relação direta com a performance da equipe e o trabalho de ativação da marca feito pelas empresas.
- Se eu fosse presidente de uma destas empresas, me preocuparia com este resultado. Não existe pensar apenas em visibilidade, é preciso uma estratégia conjunta. A própria CBF precisa de um grande trabalho de marca, a Seleção está muito banalizada ultimamente - opinou José Carlos Brunoro, presidente do Conselho da BSB, empresa especializada em marketing e gestão de negócios do esporte.
De todas as patrocinadoras, as quatro primeiras colocadas no ranking da lembrança abocanharam 104,6% das respostas. O índice superou os 100% porque a pesquisa era de resposta múltipla. Por outro lado, nada menos que sete atingiram menos de 1% das pessoas.
- Muitas empresas são tímidas em relação ao que poderiam fazer. O número de marcas também gera este índice dos que não souberam responder. Quanto mais exclusividade, melhor - disse Cesar Gualdani, sócio-diretor da Stochos.
A carteira de anunciantes da CBF, no entanto, só cresce (em 2011, a entidade faturou R$ 193,1 milhões). Em agosto de 2012, fechou com a Mastercard, e outras cotas deverão ser vendidas.
Mas na contramão do clichê, neste caso a propaganda não tem sido a alma do negócio.
COM A PALAVRA
Mario Andrada, diretor de comunicação da Nike para a América Latina ao LANCENET!
'Prova que a Seleção se distanciou do povo'
"Nós temos um espaço privilegiado na camisa da Seleção Brasileira. Ficamos contentes por termos atingido o topo da pesquisa, mas somos obrigados a reconhecer que ainda não ganhamos nada. Ainda há muito o que fazer para nos posicionarmos enquanto marca. É um consenso de que precisamos estar mais próximos do torcedor. A pessoa que vai ver a Seleção Brasileira não é necessariamente aquela que acompanha futebol cotidianamente.
Temos de aumentar a dose de energia entre o torcedor e a Seleção, este é um trabalho de todos os lados envolvidos. O resultado desta pesquisa é a prova científica de que o torcedor se afastou um pouco da Seleção. Nós precisamos nos conscientizar que o Brasil precisa estar bem preparado para a Copa do Mundo de 2014, nossos torcedores são os mais exigentes do mundo.
Mas esta não é uma equação tão simples assim, não se resolve apenas com uma canetada. Há uma enorme quantidade de coisas sendo feitas antes de entregar a equipe para uma Copa do Mundo, mas a responsabilidade é muito grande, somos o único time que entrará em campo obrigado a ganhar, não apenas para participar da competição."
BATE BOLA
Thiago G. Hackradt, gerente de marketing do guaraná Antarctica, em entrevista ao LANCENET!
Estes números da pesquisa são próximos dos que vocês têm em suas próprias pesquisas?
De números não posso falar, mas em termos gerais, sim. Sempre temos nos visto muito bem posicionados junto à Seleção.
O resultado da sua marca na pesquisa agradou?
É muito positivo. Algo que nos ajuda é a proximidade com o valor do nosso produto, que é uma marca genuinamente brasileira.
O que acha do alto índice dos que não lembraram de nenhuma?
É difícil falar sem conhecer a pesquisa. As empresas elegem um lugar diferente para se associar. Mas de fato parece alto.
Os números servem para uma negociação futura de contrato?
Não, mas ajudam a balizar. Não é isso que determina, mas é importante sabermos.
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Benê Lima