Três atacantes é novidade só no Brasil
Eugenio Goussinsky
O técnico Cuca, do Botafogo-RJ, é um dos poucos no Brasil a compreender que o sistema 4-3-3 não necessariamente é arcaico. Contra o Fluminense ele utilizou três atacantes, observando, após a partida, que não fez isso apenas porque enfrentava um rival que não atuava com seus titulares. O time de Cuca venceu por 3 a 1 e o treinador garantiu que utilizará esse esquema sempre que necessário. Sem dogmas.
A Eurocopa de 2008, por exemplo, promete ter no 4-3-3 uma espécie de “revival” das melhores épocas do futebol brasileiro. E justamente no Brasil tal sistema está sendo colocado como “coisa de ingênuo”.
Holanda, Portugal, Itália e Espanha, utilizam como base um tripé de atacantes. Na Holanda isso se tornou marca. Desta vez a equipe laranja deverá iniciar seus jogos com um poderio ofensivo invejável, formado por Van Persie, Van Nistelrooy e Robben. Os volantes que se virem para recuar e marcá-los.
A Itália, que muitas vezes foi injustamente estigmatizada por atuar apenas com o “catennaccio”, sua retranca famosa, também tem como expediente a utilização de três atacantes, no caso Di Natali, Inzaghi e Toni.
Portugal, do antes retranqueiro Felipão, não fica para trás. Com Cristiano Ronaldo, Postiga e Hugo Almeida na frente, pode dar o que falar. O mesmo vale para a Espanha, que desde o Mundial de 2006 vem ousando com seu trio ofensivo, formado por Raúl, Fernando Torres e David Villa.
Enquanto isso, aqui nos campeonatos regionais, alguns técnicos e jornalistas consideram um atentado à razão a utilização de esquema “tão ousado.” Como se tudo na história tivesse como núcleo o nosso país tropical, desde o Iluminismo no pensamento até o Impressionismo nas artes, passando pelo Renascimento, pelo Realismo e pelo Romantismo.
Essa gama de opções, que deveria pautar o futebol, chegou aqui, tempos depois da Europa.
No caso do futebol, ocorre o contrário. Embelezamos o jogo com intuição e ousadia para oferecermos nossos segredos táticos àqueles que nos invejavam. E depois, caímos no conto do vigário, abrindo mão desses esquemas em função deles, que se diziam defensivistas. E por não sairmos desse aprisionamento mental, mantendo - com raras exceções como Cuca - sempre enraizados dogmas preconceituosos, o futebol brasileiro, tão criativo, permanece na Idade Média em termos de idéias.
http://www.NAAREA.com/
Eugenio Goussinsky
O técnico Cuca, do Botafogo-RJ, é um dos poucos no Brasil a compreender que o sistema 4-3-3 não necessariamente é arcaico. Contra o Fluminense ele utilizou três atacantes, observando, após a partida, que não fez isso apenas porque enfrentava um rival que não atuava com seus titulares. O time de Cuca venceu por 3 a 1 e o treinador garantiu que utilizará esse esquema sempre que necessário. Sem dogmas.
A Eurocopa de 2008, por exemplo, promete ter no 4-3-3 uma espécie de “revival” das melhores épocas do futebol brasileiro. E justamente no Brasil tal sistema está sendo colocado como “coisa de ingênuo”.
Holanda, Portugal, Itália e Espanha, utilizam como base um tripé de atacantes. Na Holanda isso se tornou marca. Desta vez a equipe laranja deverá iniciar seus jogos com um poderio ofensivo invejável, formado por Van Persie, Van Nistelrooy e Robben. Os volantes que se virem para recuar e marcá-los.
A Itália, que muitas vezes foi injustamente estigmatizada por atuar apenas com o “catennaccio”, sua retranca famosa, também tem como expediente a utilização de três atacantes, no caso Di Natali, Inzaghi e Toni.
Portugal, do antes retranqueiro Felipão, não fica para trás. Com Cristiano Ronaldo, Postiga e Hugo Almeida na frente, pode dar o que falar. O mesmo vale para a Espanha, que desde o Mundial de 2006 vem ousando com seu trio ofensivo, formado por Raúl, Fernando Torres e David Villa.
Enquanto isso, aqui nos campeonatos regionais, alguns técnicos e jornalistas consideram um atentado à razão a utilização de esquema “tão ousado.” Como se tudo na história tivesse como núcleo o nosso país tropical, desde o Iluminismo no pensamento até o Impressionismo nas artes, passando pelo Renascimento, pelo Realismo e pelo Romantismo.
Essa gama de opções, que deveria pautar o futebol, chegou aqui, tempos depois da Europa.
No caso do futebol, ocorre o contrário. Embelezamos o jogo com intuição e ousadia para oferecermos nossos segredos táticos àqueles que nos invejavam. E depois, caímos no conto do vigário, abrindo mão desses esquemas em função deles, que se diziam defensivistas. E por não sairmos desse aprisionamento mental, mantendo - com raras exceções como Cuca - sempre enraizados dogmas preconceituosos, o futebol brasileiro, tão criativo, permanece na Idade Média em termos de idéias.
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Benê Lima