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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, outubro 22, 2012

Estudo aponta para risco de legado negativo pós-2014

ERICH BETING
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

O Brasil precisa, urgentemente, aumentar a frequência de torcedores nos estádios se quiser ter um impacto positivo com a realização da Copa do Mundo no país. Esse é o principal resultado de um estudo inédito feito sobre os 12 estádios que abrigarão os jogos do Mundial.

 

O relatório faz parte do levantamento “World Stadium Index”, criado neste ano pelo Instituto Dinamarquês de Estudos do Esporte (IDAN ) para mapear o uso de arenas esportivas após os megaeventos. O Brasil foi alvo de um estudo à parte que será apresentado na próxima quarta-feira, durante uma conferência que será realizada no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, e organizada pela entidade dinamarquesa Play The Game, que defende a transparência no esporte.

 

Segundo o relatório enviado com exclusividade à Máquina do Esportepelos pesquisadores Jens Alms e Jens Sejer Andersen, o Brasil corre sério risco de ter 12 “elefantes brancos” após a realização da Copa do Mundo. A perspectiva, aliás, é de que os estádios brasileiros fiquem abaixo do índice médio obtido no relatório mundial do IDAN.

 

Segundo os pesquisadores, nenhum estádio brasileiro alcançará a média internacional de 13.4 pontos do ranking, o que significa que, durante um ano, o estádio só receberá o número de torcedores que corresponde a 13,4 vezes a capacidade total dele.

 

“Para evitar o aparecimento de mais elefantes brancos, deveria ter sido previsto o uso de mais estádios já existentes para a Copa do Mundo. Na África do Sul o mesmo erro foi cometido pela Fifa, que priorizou a construção de novas arenas”, dizem os autores do estudo.

 

Uma vez que boa parte das arenas construídas para a Copa de 2014 são novas (apenas Beira-Rio e Arena da Baixada foram reformadas, sendo que o Maracanã e o Mineirão só preservaram as fachadas). Para chegar ao número, os pesquisadores basearam-se na média de público dos clubes que deverão usar os estádios após o término da Copa do Mundo.

 

Na visão de Alms e Andersen, as situações mais preocupantes são da Arena da Amazônia (Manaus), da Arena Pantanal (Cuiabá), do Estádio das Dunas (Natal) e do Estádio Nacional de Brasília.

 

“As regras estabelecidas pela Fifa não estão em harmonia com a demanda futura dos estádios assim que a Copa do Mundo acabar. A base de audiência desses estádios é muito pequena. Os clubes-âncoras são equipes nas séries B, C e D, com média de público de 2 mil a 4,5 mil torcedores por partida. Mesmo em casos em que o estádio é dividido com outros clubes, é impossível que eles terão público suficiente”, afirmam os autores do estudo.

 

O caso do estádio de Brasília é, para os autores, o mais emblemático:

 

“Mesmo que ele foque em shows e eventos culturais, são poucos os eventos que levarão de 60 a 70 mil pessoas semanal ou mensalmente”.

 

Alms e Andersen ressaltam que o estádio com maior chance de ter um bom legado depois da  Copa é a Arena Corinthians, em Itaquera. Por conta da alta média de público do clube em 2011 (cerca de 30 mil torcedores), a expectativa é de que o novo estádio consiga ter sua taxa de ocupação mais alta.

 

Veja a seguir o ranking dos estádios brasileiros:

 

Ranking

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Benê Lima