Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, outubro 12, 2012

Paulo André, jogador do Corinthians (parte I)

Profissional fala sobre formação, responsabilidade social da classe e qual é o modelo de treinador ideal
Equipe Universidade do Futebol

Um bom atleta necessita de muitas capacidades para ser inteligente. Conhecer o próprio corpo, as deficiências e virtudes, por exemplo, são alguns dos requisitos. Fora isso, ele deve se relacionar bem com todos os integrantes de um departamento de futebol para sobreviver em uma comunidade que muitas vezes não é tão amistosa e receptiva.

Para se chegar a tal ponto, o profissional deve ser moldado desde cedo para potencializar as qualidades e desenvolver novas valências. A avaliação é de um jogador que antes dos 30 anos parece ter encontrado uma maturidade que o diferencia da média e lhe rende frutos positivos dentro de um dos maiores clubes do país.

Nascido em 20 de agosto de 1983, Paulo André Cren Benini iniciou a carreira como infantil do São Paulo Futebol Clube, em 1998, onde permaneceu até 2001, conquistando dois títulos paulistas de categoria de base. No fim do ano em questão, o então aspirante foi transferido para o CSA, de Alagoas, por quem atuou por apenas três meses.

Ao regressar para o estado de São Paulo, em março da temporada seguinte, Paulo André apenas encontrou espaço para atuar no Águas de Lindóia Esporte Clube. Lá, foi campeão paulista de juniores da Série A-2 e teve a primeira oportunidade como profissional, ajudando o clube a subir da quinta para a quarta divisão estadual.

Em janeiro de 2003, transferiu-se para os juniores do Guarani, onde foi promovido aos profissionais. Mas uma lesão no pubis, um ano e meio mais tarde, viria a deixar o jogador afastado dos gramados por um semestre.

Recuperado, Paulo André foi negociado com o Atlético Paranaense, onde se consagrou como um dos cinco melhores zagueiros do Brasil, em eleição realizada pela Revista Placar. O ano seguinte ratificou a nova condição do defensor: título de Melhor Zagueiro do Estado, pela Federação Paranaense de Futebol.

Então com 22 anos de idade, em junho de 2006, Paulo André ruma para o exterior para viver uma experiência que seria preciosa para a formação como ser humano – e consequentemente como esportista. O contrato de quatro anos com o Le Mans Football Club conferiu ao brasileiro um aprendizado social, administrativo, cultural e de campo que ele provavelmente não alcançaria em território brasileiro.

Em julho de 2009, observado pela comissão técnica chefiada por Mano Menezes, atual treinador da seleção brasileira principal, Paulo André foi apresentado como nova contratação do Corinthians, em um empréstimo que iria até agosto de 2010.

Opção de banco em princípio, por conta da parceria formada por William e Chicão na zaga, Paulo André destacou-se quando foi requerido, marcando inclusive alguns gols. Ele teve os direitos econômicos comprados pelo time paulista, firmando novo contrato que foi renovado recentemente até o fim de 2014.

Nesta entrevista em vídeo concedida à Universidade do Futebol, direto do Centro de Treinamento Doutor Joaquim Grava, que será publicada em duas partes (a próxima na sexta-feira que vem), o jogador fala sobre como você vê o papel dos empresários e dos dirigentes no processo de formação, qual é a responsabilidade social de um futebolista, e por que Tite é o melhor treinador com quem ele trabalhou.

 

A responsabilidade social do jogador de futebol
"Defender questões importantes e se posicionar são coisas fundamentais para o atleta moderno. E vemos poucos exemplos disso ainda"
(Paulo André, jogador do Corinthians)


 

A profissionalização do jogador
"Seria muito mais fácil se pudéssemos contar com os sindicatos que já existem. Eles defendem poucas causas, mas não se atualizaram e não sabem as melhorias de que nós necessitamos"
(Paulo André, jogador do Corinthians)


 

A união da classe do jogador de futebol
"Estou tentando mexer nos bastidores e movimentar a classe. Muitos atletas de clubes menores me procuram e dizem que leram meu livro"
(Paulo André, jogador do Corinthians)

 


 

 

Você chega a dar alguma orientação para os jovens da base que em algumas vezes completam o treino do time profissional?
"Faço isso quase todo dia. O pessoal me chamava de 'pai'. Claro que não é minha função, mas se o jovem está no dia a dia, eu vou intervir"
(Paulo André, jogador do Corinthians)

 

 

A concentração
"Sempre coloquei que não era contra. Mas sim contra o excesso de concentração durante uma temporada"
(Paulo André, jogador do Corinthians)




 

O que é um atleta inteligente? 
"Um bom atleta necessita de muitas coisas. Conhecer o corpo, as deficiências e virtudes. Tenho que me relacionar com todos os profissionais para sobreviver dentro de uma comunidade"
(Paulo André, jogador do Corinthians)




 

Características do treinador ideal
"Antes do conhecimento teórico e técnico, a liderança. Quem não tem o poder de convencimento, é incapaz de comandar um time ou uma empresa"
(Paulo André, jogador do Corinthians)


 

Qual foi o treinador ideal com quem você já trabalhou? 
"De 2010 para cá, ele evoluiu muito. Por ser observador, vi o Tite muito mais encorpado, algo que o faz o melhor treinador do Brasil"
(Paulo André, jogador do Corinthians)




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Benê Lima