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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quarta-feira, março 24, 2010

Encontro de especialistas discute energia e iluminação nos estádios da Copa de 2014
Debateu-se sobre geração de energia a partir do biodiesel, a utilização de LEDs, energia solar, e a certificação de edificações com base em sua eficiência energética
Equipe Universidade do Futebol

Na última quarta-feira, realizou-se o segundo encontro do seminário sobre normatização para obras sustentáveis na Copa do Mundo de 2014, por iniciativa da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).

Os debatedores discutiram sobre a geração de energia a partir do biodiesel; a utilização de LEDs na iluminação dos eventos; a utilização de energia solar; e a certificação de edificações com base em sua eficiência energética.

Paulo Augusto Leonelli, presidente do Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, falou sobre como é concedida a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence), feita após avaliações da estrutura, da iluminação e do serviço de condicionamento de ar.

A análise é feita a pedido do construtor, de forma voluntária. Além dos aspectos citados, são concedidas bonificações, como a economia de água, o controle de resíduos e os controles inteligentes da edificação. A etiqueta pode ser concedida já para o projeto, com validade de três anos, ou para o edifício (valida por cinco anos). A classificação oscila entre o nível A (mais eficiente) e o E (menos eficiente).

Leonelli avaliou que a etiqueta será muito importante nos estádios que receberão jogos da Copa, uma vez que são construções grandes e bastante singulares.

Marcelo Mesquita, da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava),comentou sobre a importância da utilização da energia solar em estádios, hotéis, restaurantes e aeroportos - estabelecimentos que serão bastante utilizados na Copa do Mundo.

Ele colocou em números a relevância e o pootencial brasileiro para a utilização da energia proveniente do sol. Segundo Mesquita, há no Brasil cerca de 200 empresas que trabalham com energia solar, entre fabricantes, revendedores, projetistas e consultores. Elas movimentam R$ 180 bilhões a cada ano, gerando 16 mil empregos diretos. O mercado é muito promissor no Brasil, país em que as áreas com menos incidência de luz solar superam em 30% a média de incidência na Alemanha, país pioneiro no setor. O Brasil tem apenas 2% da área coletora de energia solar. A China tem quase a metade de todo o mundo (48%) e os Estados Unidos, 19%.

Marcus Vinícius de Souza Alvim, diretor da Tecnowatt Iluminação - representante, no Brasil, da multinacional espanhola Simon - explicou a nova tecnologia de iluminação, baseada nos diodos emissores de luz (LED, na sigla em inglês). Enfatizou as vantagens da nova tecnologia, como a durabilidade - uma lâmpada de LED dura até 80 mil horas, contra mil horas de uma lâmpada incandescente comum - e a quantidade de luz, que chega a 80 lumens por watt, contra dez das lâmpadas incandescentes e 20 das halógenas.

No entanto, o desafio da indústria na disseminação dessa nova tecnologia é o custo inicial. O expositor não citou números, mas afirmou que a indústria aposta no aumento da escala para diminuir esses custos.

O último a falar foi Sílvio Oliveira, dono da indústria de geradores Gerasol, que discorreu sobre a produção da energia a partir do biodiesel. Segundo ele, toda a energia utilizada nos estádios, nos jogos da Copa, terá de ser feita a partir de geradores, para evitar interrupções do fornecimento de energia.

Esses geradores seriam alimentados com biodiesel. De acordo com o expositor, o custo de produção do biodiesel é hoje mais alto do que o óleo diesel e disse que a única forma de diminuir esse custo é por meio de incentivos fiscais.

Entre outras melhorias, segundo Oliveira, a utilização do biodiesel no lugar do óleo diesel, em grandes fábricas, geraria uma diminuição de 8 milhões de toneladas na emissão de gás carbônico (CO2), por ano, na atmosfera, o que possibilitaria ao Brasil arrecadar aproximadamente US$ 80 milhões em créditos de carbono no mercado mundial.

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Benê Lima